Durante décadas, relatos de espetáculos visuais — bolas de luz, objetos triangulares, laser-azuis rasgando o céu, “orbes” pairando — têm mobilizado ufólogos, astrônomos amadores e investigadores de fenômenos aéreos não-identificados (PANs). A maioria das investigações concentra-se em contemporaneidade: câmeras, radares, testemunhos recentes. Contudo, surge uma abordagem menos linear: em vez de focar só no “agora”, pesquisadores começaram a escavar o “antes”.

Em vídeo recente da NBC News sobre o “Study investigates the mysteries of lights in the sky by looking to the past”, é apresentada uma pesquisa que revisita placas de levantamento astronômico de meados do século XX (1940-50) com o objetivo de verificar registros de luzes incomuns. Esse método abre caminho para três vertentes de investigação:
- Verificar se fenômenos semelhantes aos atuais já ocorriam — e se foram documentados.
- Avaliar se o “ruído” moderno (satélites, drones, lasers) ofusca ou distorce os registros visuais.
- Utilizar dados históricos para iluminar possíveis padrões de recorrência, pontos geográficos ou comportamentais.
- Para o cenário de ufologia, esta proposta representa um divisor: não mais “somente” relatos contemporâneos, mas resgate de documentação antiga como suporte ou contraponto.

O que a investigação propõe
Os pesquisadores analisaram placas fotográficas de levantamentos do céu, as astrophotographic survey plates, produzidas entre as décadas de 1940 e 1950. Essas placas eram originalmente destinadas a astrometria e fotometria: mapeamento das posições e intensidades de estrelas e outros objetos celestes. A investigação se pergunta: entre estes arquivos, pode haver registros de luzes ou UFOs que hoje, vistos à luz da ufologia ou da ciência de fenômenos aéreos não-identificados, merecem reinterpretação?
As vantagens desta abordagem incluem:
- Contexto livre de distratores modernos: menos satélites, menos drones, menos iluminação artificial e menos “ruído” tecnológico para confundir.
- Cadência histórica: permite verificar se os fenômenos tinham periodicidade, recorrência ou distribuição geográfica.
- Validação cruzada: se uma luz estranha aparece em placas de 1950 e é relatada oralmente ou por jornais locais, fortalece a hipótese de que o fenômeno não é puramente contemporâneo.
No vídeo, embora não sejam divulgados detalhes extensos (por exemplo, quais placas exatamente, localizações, número de eventos catalogados), o destaque é que pesquisadores “voltaram no tempo” para buscar pistas — uma ideia que, para a comunidade ufológica, abre um leque de investigação ainda pouco explorado.

Implicações para ufologia e investigação de luzes no céu
- Recorrência e persistência histórica: O simples fato de que existe um esforço para vasculhar o passado sugere que os fenômenos de “luzes no céu” não são exclusividade da era de drones ou satélites comerciais. Isso fornece respaldo à hipótese, defendida por muitos ufólogos, de que tais fenômenos possuem uma longa trajetória. Para quem produz conteúdos sombrios sobre ufologia, essa historicização fortalece a narrativa de mistério que atravessa décadas ou séculos.
- Redução de explicações “modernas triviais”: Muitos fenômenos contemporâneos são atribuídos a drones, satélites Starlink, foguetes, lanternas chinesas. Ao investigar épocas anteriores, quando essas tecnologias eram praticamente inexistentes, reduz-se o “ruído” das explicações convencionais. Portanto, um registro de luz inexplicada em 1952 tem menos “candidatos” triviais que um em 2025. Isso não elimina explicações meteorológicas ou astronômicas, mas eleva o nível de “anomalia” do caso.
- Validação de padrões geográficos ou de frequência: Se as placas históricas indicarem que determinadas regiões ou rotas do céu experienciaram “fluxos” de luzes anômalas, por exemplo, numa faixa de latitude ou próxima a instalações militares, os ufólogos ganham pistas para “mapear” zonas-quentes. Isso conecta diretamente com interesse do usuário, que investiga casos como Operação Prato (Colares 1977), Caso Varginha 1996, etc: são conjunturas em que o passado já revelou fenômenos que merecem reconstrução.

Desafios e críticas da abordagem
É importante manter uma análise crítica — essencial mesmo para conteúdo ufológico sério:
- Qualidade das placas: placas antigas podem ter defeitos, riscos, artefatos de revelação ou emulsão que geram falsos positivos (pontos brilhantes, riscos de poeira, traços de processamento);
- Contexto observacional: muitas placas não foram feitas para detectar fenômenos de baixa duração ou luminosidade moderada — seu uso contrafactual exige cuidado metodológico;
- Identificação de fontes alternativas: ainda que data seja antiga, fenômenos como meteoros, re-entradas, satélites (mesmo que menos numerosos) existem, e devem ser descartados com rigor;
- Falta de catalogação robusta no vídeo: o material divulgado pelo vídeo da NBC menciona o método, mas não oferece dados detalhados (quantos eventos, quais regiões, qual grau de certeza). Isso significa que, para o público ufológico, o vídeo funciona como “porta de entrada” para investigação, não como relatório final;
- Tentação de “sobreinterpretação”: para manter credibilidade, no conteúdo que você produzir, será importante separar fatos (placas foram revisadas) de hipóteses (essas luzes podem ser fenômenos ufológicos) e evitar conclusões precipitadas.
Assista ao vídeo da NBC




