
Em 2011, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente lançou um relatório com a análise do consumo atual dos recursos naturais da Terra e as soluções para se evitar um desastre em massa pelo exaurimento do planeta. Dizia o relatório que “a humanidade, até 2050, deverá consumir 140 mil toneladas de combustíveis e biomassa por ano, o triplo do consumo atual”. A solução, segundo o mesmo estudo, seria “dissociar a taxa de crescimento econômico da taxa de consumo de recursos naturais”. Essa saída, todos sabemos, requereria uma completa reformulação de políticas econômicas, o que incluiria medidas que, por certo, acabariam pesando na popularidade dos governos.
Sendo muito realistas e considerando que não vivemos em um mundo ideal, sabemos que dificilmente os políticos vão contrariar os desejos e objetivos das grandes corporações e que estamos muito longe de ver os governos abrirem mão do poder em nome da conservação do meio ambiente. Assim, como a necessidade de recursos é um dado real e algo precisa ser feito, a opção parece ter sido outra, que continuará garantindo a sobrevivência dos conglomerados e, ao mesmo tempo, nos lançará em uma aventura espacial — a transformação do planeta Marte em um ambiente habitável para os terrestres, a tão falada terraformação.
Os custos dessa fantástica aventura, entretanto, extrapolam muito qualquer quantia monetária ou dificuldade técnica. O preço disso para o ser humano, o sacrifício dos pioneiros terrestres, a dureza de condições e as dificuldades de vida que encontrarão é algo inimaginável e pouco divulgado pela propaganda atual. Neste artigo, falaremos sobre parte dos problemas que esperam por aqueles que corajosamente irão onde nenhum homem jamais esteve.
Engenharia planetária
Em 1964, o astrofísico russo Nikolai Kardashev, que havia liderado os primeiros esforços da extinta União Soviética na busca de inteligências extraterrestres, criou uma escala para se medir o grau de evolução tecnológica de uma civilização, baseando-se na hipótese de que algumas civilizações galácticas estariam milhões, ou até bilhões, de anos à frente da nossa. Conhecida como Escala de Kardashev, a classificação compreende vários graus, dos quais os mais importantes são os tipos I, II e III, em função da quantidade de energia que uma civilização seria capaz de obter de seu planeta e sistema estelar e o nível de colonização espacial que poderia alcançar.
Assim, uma civilização do tipo I seria aquela que tivesse conquistado os recursos de seu planeta de origem, uma do tipo II a que tivesse obtido acesso a toda a energia de seu sistema estelar e, finalmente, a do tipo III a que tivesse conquistado a energia de toda a sua galáxia [Veja box]. Kardashev assume que todas as civilizações vivenciarão esta evolução no que diz respeito à energia disponível. Nesses termos, a humanidade estaria próxima de se tornar uma civilização tipo I completa, embora ainda faltem séculos para tal, e que já teria iniciado, ainda que timidamente, planos para entrar no tipo II.
Surpreende a sagacidade da escala proposta por Kardashev, feita há 50 anos, porque esse é precisamente o rumo que a ciência está tomando. Contudo, esta colonização planetária torna necessária a transformação de outros mundos. Mudá-los para torná-los exploráveis pelo homem, ou seja, terraformá-los. Em resumo, a terraformação é um processo de engenharia planetária direcionado para melhorar a capacidade de um mundo estéril, deixando-o apto a sustentar a vida — o processo seria iniciado com a mudança das condições físicas do planeta, que incluem a atmosfera e os oceanos e terminaria com a criação de uma biosfera.
Em 1973, o famoso astrofísico Carl Sagan surpreendeu a comunidade científica com um artigo chamado Engenharia Planetária em Marte, publicado na revista Icarus, no qual teorizava sobre um planeta Marte habitável para a espécie humana. Apenas três anos depois, a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) abordava o assunto seriamente. Em um estudo denominado Ecossíntese Planetária, a agência argumentava que não havia limitação conhecida para a possibilidade de se alterar o planeta Marte para que ele pudesse sustentar a vida. Nascia ali a terraformação científica.
O ambiente atual
Na verdade, Marte é um lugar terrível para o ser humano. O planeta é um grande deserto gelado com temperaturas médias de 62 graus Celsius negativos, sem água líquida e praticamente sem atmosfera — a pouca que possui é constituída por 95% de dióxido de carbono (CO2), irrespirável para nós. Por isso, a radiação solar é muito maior do que na Terra, o que implica em graves riscos para a saúde, pois poderia nos causar câncer e outras doenças. Além disso, a gravidade é um terço menor do que a nossa, o que poderia provocar perda de massa muscular e descalcificação óssea.
Tão inóspito é o planeta para a vida como nós a concebemos que, se uma pessoa sem traje de astronauta fosse colocada sobre a superfície de Marte, só sobreviveria por dois ou três minutos e morreria com convulsões, conforme seus pulmões explodissem por falta de pressão. E, mesmo assim, ele é o mundo mais parecido com a Terra no Sistema Solar. Paradoxalmente, há poucos bilhões de anos, Marte teve muita água e vastos oceanos e, se onde há água, há vida, não é loucura imaginar que nosso vizinho vermelho já tenha abrigado vida de algum tipo — muitos ufólogos, como o coeditor da Revista UFO Marco Antonio Petit, defendem até que Marte já teve uma civilização mais avançada do que a Terra hoje.
Processo de terraformação
A princípio, pode parecer uma insanidade trabalhar sobre a superfície de Marte para modificá-lo até que ele se torne um mundo acolhedor. Contudo, hoje se sabe que o planeta, há aproximadamente quatro bilhões de anos, apresentava condições propícias para a vida. Mas não nos enganemos: trata-se de um empreendimento titânico que, além de muito caro e trabalhoso, duraria entre alguns séculos e um milênio. Vejamos brevemente em que ele consiste.
Inicialmente, os principais problemas de Marte são a falta de atmosfera respirável, a
alta radiação solar, a baixa pressão, as baixas temperaturas e a ausência de água líquida. Tudo isso, embora pareça que não, pode ser solucionado criando-se uma atmosfera artificial, que logo passaria a ser natural no Planeta Vermelho. Para tanto é necessário que se aqueça o orbe, especialmente seu polo sul, que possui muito dióxido de carbono congelado — essa primeira fase da terraformação seria possível provocando-se um efeito estufa, o mesmo que está prejudicando a Terra.
Um estudo do Fundo Mundial para a Vida Selvagem sustenta que em 2050 precisaremos de quase três planetas Terra para atender à nossa demanda por produtos básicos. Assim, não é estranha a corrida das principais potências para terraformar Marte
O efeito estufa é um processo por meio do qual parte da radiação infravermelha emitida pela superfície do planeta é absorvida por determinados gases, entre eles o dióxido de carbono, elevando as temperaturas. Embora hoje em dia ela apareça como vilão, tal condição é fundamental para a manutenção da vida, pois sem ela nosso planeta congelaria. Em Marte, tal efeito aqueceria o planeta e provocaria uma reação em cadeia, por que todo o dióxido de carbono se evaporaria aumentando a pressão atmosférica. Isso funcionaria como um escudo à radiação solar e reteria o calor dos raios do astro, elevando ainda mais a temperatura.
Acredita-se que o aumento de apenas alguns graus centígrados na temperatura marciana seria suficiente para deflagrar o processo. Existem vários planos para realizar o aquecimento, desde alguns estranhos, como construir um espelho orbital gigante de 125 km e direcioná-lo ao polo sul, até outros que falam em desviar cometas para que colidam contra sua superfície. Também se trabalha com a possibilidade da construção de fábricas geradoras de gases causadores do efeito estufa, inicialmente mais eficazes que o próprio dióxido de carbono.
Com este último plano se obteria uma atmosfera com uma pressão similar à que existe acima do Monte Everest. A temperatura se elevaria a 10 ou 15º C, haveria pouca radiação e seria possível passear pela superfície marciana tranquilamente, ainda que com uma máscara de oxigênio, é claro, porque a atmosfera continuaria sendo de dióxido de carbono. E como converter uma atmosfera de carbono em outra, de oxigênio? Para isto existe uma “máquina” altamente evoluída, que na Terra conhecemos bem, a vegetação. Ela é capaz de produzir oxigênio a partir do dióxido de carbono por meio da fotossíntese.
O desafio da biosfera
Graças à engenharia genética, seria possível projetar algas, bactérias, plantas e árvores que gerassem maiores quantidades de oxigênio que as que existem hoje e implantá-las em Marte. Não obstante, conseguir vegetação e vida requer outro elemento fundamental, a água. Graças à sonda Mars Odyssey, sabemos que em Marte existe muita água em estado sólido, ou gelo. Na verdade, há o suficiente para se construir oceanos e, é claro, regar a vegetação. Mas resta responder à pergunta crucial nesta fase do processo, que é sobre a vegetação resistir a uma atmosfera de dióxido de carbono. Bem, há espécies conhecidas de árvores capazes de se desenvolver em condições de pouca pressão e uma atmosfera composta quase inteiramente de dióxido de carbono.
Também poderiam ser empregados certos tipos de musgos altamente resistentes. Mas aqui começam os grandes problemas, a criação da biosfera. Na maior parte da literatura a respeito da terraformação marciana, fala-se muito do lado positivo e muito pouco dos potenciais riscos que isso carrega. As fases explicadas até agora se baseiam principalmente nos aspectos físicos, que realmente são os mais simples de prever e desenhar. O grande conflito, no entanto, será a estabilização dos ecossistemas que forem sendo introduzidos no planeta — sobretudo, que os ditos ecossistemas evoluam da maneira esperada e não escapem ao nosso controle, uma questão complicada se considerarmos a imprevisibilidade do meio espacial.
Passagem só de ida
Recentemente, o projeto privado Mars One, liderado pelo pesquisador holandês Bas Lansdorp, apresentou publicamente um programa para estabelecer a primeira colônia humana permanente em Marte. O projeto está planificado para se concretizar em um prazo de dez anos. Inicialmente, seriam selecionadas apenas quatro pessoas para participar do projeto e, mesmo assim, em poucas semanas, quase 200 mil voluntários se inscreveram para viajar a Marte — os escolhidos não voltariam à Terra, nem retomariam suas vidas anteriores, obviamente.
Este programa é, sem dúvida, vital para a terraformação de nosso vizinho planetário, porque colocará à prova se é realmente possível estabelecer colônias e vida em longo prazo em território marciano. Logicamente, pretende-se conhecer melhor o planeta e aprender coisas que no momento ignoramos. Toda essa informação será muito relevante se decidir-se finalmente terraformar o planeta. Contudo, talvez o mais interessante seja o que não se conta na campanha publicitária do Mars One.
Embora seja informado claramente que não existe passagem de volta para a Terra, o programa adverte que não se devem ter filhos em Marte, porque não se conhecem os efeitos daquele ambiente tanto na gravidez quanto nos futuros bebês. Logicamente, teme-se pelos riscos de deformações nos fetos devido à radiação. De fato, primeiro querem fazer testes de gravidez em animais em Marte, e depois permitir que seres humanos engravidem no Planeta Vermelho. E, segundo relata a imprensa, os escolhidos firmariam um contrato se comprometendo a não ter filhos nos primeiros cinco anos. O que se pergunta é o que o Mars One poderia fazer com eles caso não cumpram o combinado, uma vez que já estariam em solo marciano. Especialmente porque Marte é um território internacional e, portanto, do ponto de vista jurídico, a proibição parece absurda. De qualquer forma, se tudo correr bem, os primeiros quatro astronautas viajariam em 2024 e, a cada dois anos, iriam chegando novas pessoas à colônia, de forma ininterrupta.
Ratos de laboratório
Os riscos a serem enfrentados são numerosos, como problemas de adaptação, falta de comunicação, doenças desconhecidas, conflitos psicológicos etc. Aparentemente, os eleitos serão uma espécie de “colonos mártires” pelo progresso da ciência, uma vez que, mesmo antes de partirem, já saberiam que receberão a honra de serem os primeiros humanos a descansar eternamente no Planeta Vermelho. O que é discutível, estando ou não de acordo com a filosofia do projeto, é que a colonização do espaço tenha de começar desta forma — e ainda que não seja dito explicitamente, os volunt&aacu
te;rios serão algo como os ratos de laboratório. Por isso, é provável que o requisito do não retorno tenha muito mais a ver com uma quarentena preventiva, com o objetivo de impossibilitar a contaminação de nosso planeta por qualquer agente desconhecido trazido de Marte, do que com a logística.
A despeito das dezenas de problemas que a primeira colônia humana naquele planeta pode experimentar, suponhamos que tudo saia bem e que, ao contrário do que se previa, não padeçam de ataques bacterianos, não sofram acidentes e nem adoeçam devido às duras condições e à falta de gravidade. Imaginemos também que o fator psicológico, o isolamento e as saudades de casa não criem transtornos. Ou então, suponhamos que consigam ter filhos e criá-los com êxito.
Luta por independência
Em primeiro lugar, os terrestres em Marte seriam durante vários séculos, pelo menos até conseguirem terraformar o planeta, uma colônia absolutamente dependente da Terra. Não nos esqueçamos de que o Mars One é uma organização privada e que está sujeita a vários tipos de problemas, entre eles uma falência, o que deixaria os colonos sem o cordão umbilical que os manteriam vivos. Ainda que um consórcio de governos sempre pudesse resgatá-los, isso é algo para se levar em conta.
Em segundo lugar, é fácil supor que a qualidade de vida dessas pessoas será péssima e, em sendo bem sucedido o experimento, a colônia ficaria dependente dos interesses econômicos terrestres para explorar os recursos naturais marcianos. De fato, não soa improvável que milhares de pessoas viagem a Marte nos próximos séculos não pelo progresso da ciência ou da espécie, mas para desempenhar trabalhos tremendamente duros e em condições sub-humanas. Caso as colônias se consolidem e cresçam, centenas de empresas irão querer rentabilizar, a qualquer custo, seus investimentos em Marte — Hollywood, como sempre, já antecipou este cenário em inúmeras produções.
Quem sabe assim, daqui a algumas centenas de anos, se repita em Marte o mesmo que ocorreu diversas vezes em nosso planeta, ou seja, uma guerra entre colônia e colonizadores. Talvez o planeta viva as tensões de uma guerra pela independência para escapar do controle de quem impulsionou sua terraformação. E há outros riscos que não estão tão distantes e que não poderiam ser classificados como novelas de ficção científica.
Marte não pertence a ninguém, devido às resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1961 e 1963, que proíbem que qualquer nação terrestre possa reclamar sua soberania sobre o local. Permite-se explorá-lo, mas não possuí-lo. Como já mencionamos, este vazio jurídico abre um vasto campo de possibilidades, legais ou de outro tipo, para as corporações que anseiam obter os recursos do Planeta Vermelho. Isso sem falar no fato de que estamos partindo do princípio de que o planeta já não tenha um dono. Ou donos…
Fora de controle
Nós temos, aqui na Terra, experiência sobre o que acontece quando os ecossistemas escapam ao nosso controle. Por exemplo, em 1890, Eugene Schieffelin, presidente da Sociedade Americana de Aclimatação, soltou 60 estorninhos [Um tipo de pássaro comum na Inglaterra] no célebre Central Park, em plena Nova York. A pretensão de Schieffelin era “britanizar” os Estados Unidos, de modo que se propôs a introduzir na América do Norte todas as espécies de aves mencionadas nas obras de William Shakespeare. Pois aqueles 60 exemplares se adaptaram tão bem ao meio ambiente que agora somam 200 milhões e são um problema ecológico.
Os coelhos na Austrália constituem um exemplo similar. Em 1859, Thomas Austin, também membro da mesma Sociedade de Aclimatação, só que da Austrália, introduziu seis casais de um coelho comum [Oryctolagus cuniculus] para praticar a caça esportiva. Mas esses exemplares, sem um predador claro, tornaram a situação insustentável. Uma fêmea adulta daquele tipo de coelho tem até 40 crias por ano, de modo que em 1950 já se contabilizavam em torno de 600 milhões de exemplares em toda a Austrália — os coelhos foram culpados pela extinção de muitas espécies nativas e inclusive de terem devastado bosques e muitas outras vegetações.
Não soa improvável que milhares de pessoas viagem a Marte nos próximos séculos não pelo progresso da ciência ou da espécie, mas para desempenhar trabalhos tremendamente duros e em condições sub-humanas. Os obstáculos serão inúmeros e terríveis
Agora, imaginemos que levássemos espécies animais ao nosso vizinho vermelho, espécies alienígenas a Marte, pois são da Terra, e as soltássemos lá. Obviamente que para tal o planeta já deveria estar adiantado em sua terraformação. Ninguém sabe que consequências poderiam advir disso. As espécies poderiam adaptar-se tão bem que terminariam por destruir parte do trabalho feito. Ou então, poderiam sofrer algum tipo de mutação e saírem do controle dos colonos. De qualquer forma, seria um desastre, uma vez que os recursos para combater os animais estariam há milhões de quilômetros de distância e a vários meses de viagem. Mas há, ainda, um perigo maior.
Em 2001, ano em que a estação espacial russa Mir foi desmontada, foram contabilizados 140 micro-organismos vivos a bordo. Os informes dos últimos astronautas falam de lâmpadas corroídas, buracos nos painéis de controle e vazamentos nos sistemas de abastecimento de ar e de alimentos, tudo causado por tais germes. Parece o argumento de filme de ficção científica, mas absolutamente real. Em condições muito mais controladas do que as que existem em Marte, duas estações espaciais, durante breves períodos de tempo [A estação Mir esteve em serviço por 13 anos e a ISS completou 15 em 2013], foram testemunhas de como os micro-organismos sofreram mutações genéticas a ponto de atacar estruturas inorgânicas. O que poderíamos, então, esperar da formação de um ecossistema planetário durante séculos? Enfim, os desafios que encontraremos são imensos e os problemas inimagináveis, mas somos uma espécie aventureira e exploradora, e encontraremos o caminho para solucionar a todas essas questões. A dúvida que resta é qual o preço que pagaremos por isso.
Os possíveis tipos de civilizações existentes no universo
O astrônomo Nikolai Kardashev criou um sistema que ficou conhecido como Escala de Kardashev, utilizado para classificar possíveis civilizações extraterrestres com base na maneira como elas produzem, consomem e reciclam a energia necessária para sobreviverem. O sistema tem quatro tipos básicos, dois hipotéticos e dois fictícios.
* Civilizações do Tipo 0 São aquelas que ainda utilizam métodos primitivos de produção de energia, baseados na queima de combustíveis fósseis, nucleares e alternativos, com comprometimento do meio ambiente. Ainda mantêm estruturas segmentadas de cultura, religião e política, e não conseguiram se livrar de seus conflitos raciais, preconceitos e guerras. Podem estar na iminência de se autodestruir, antes de atingir uma situação Tipo I. A Terra é um exemplo clássico desta categoria.
* Civilizações do Tipo 1 São as que dominaram as formas energéticas de seu planeta natal e têm a capacidade de modificar seu clima, minerar seus oceanos ou extrair energia diretamente do núcleo de seus mundos. As necessidades de uma raça desse tipo seriam tão grandes que precisariam utilizar recursos energéticos de todo o seu globo. A utilização e gerenciamento de recursos nessa escala requerem sofisticado grau de cooperação e comunicação entre seus habitantes. Isso significa que tal tipo de civilização já pode ser chamada de planetária, e a maior parte de seus conflitos raciais, disputas religiosas, preconceitos etc deve estar eliminada.
* Civilizações do Tipo 2 Teriam esgotado os recursos energéticos de seus planetas devido à sua grande demanda. Por isso, passaram a dominar a energia de sua estrela principal para obter o que necessitam. Dyson especula que, construindo uma gigantesca esfera em torno das estrelas que orbitam, civilizações desse tipo poderiam utilizar sua produção total de energia. Também poderiam ter iniciado a exploração e colonização de sistemas estelares próximos.
* Civilizações do Tipo 3 São manipuladoras de espantosa quantidade de energia e teriam esgotado a produção de uma única estrela, estando agora em busca de sistemas e aglomerados estelares por todo o universo para suprirem sua magnífica demanda. São assim candidatas a entrar na classificação de civilizações galácticas. Inclusive, poderiam abandonar seus mundos para viverem em outros sistemas planetários, talvez, se necessário, transformando-o em ambientes adequados.