Quanto mais avança nossa investigação a respeito de Marte, mais e mais o Planeta Vermelho parece possuir as condições para ao menos ter abrigado vida no passado. E boa parte dos cientistas considera muito possível que essa vida tenha se adaptado ao longo das eras e ainda estar presente no mundo vizinho, provavelmente no subterrâneo. A nova descoberta veio através de análises dos dados obtidos pelo rover Curiosity da NASA, publicada em artigo na revista Science por uma equipe liderada por Joel Hurowitz, da Stony Brook University em Nova York.
O robô já havia descoberto que o local que investiga, a Cratera Gale, abrigou um lago e um sistema lacustre há cerca de 3,5 bilhões de anos. O estudo aponta que esse lago podem ter existido diferentes níveis de oxigênio, sendo suas porções mais profundas pobres nesse elemento, ao passo que perto da superfície sua porcentagem era bem maior. Hurowitz comentou: “Isso sugere que havia uma diversidade de ambientes habitáveis no lago. Se existissem micróbios em Marte nessa época, teriam várias opções para se sustentar e desenvolver”. Hurowitz vai mais longe: “O que descobrimos foi que todos os ingredientes para a vida surgir e prosperar estavam presentes nesse lago da Cratera Gale”.
Não se sabe ainda quais as dimensões do lago, ele pode ter se mantido ao lado do Monte Sharp, que ergue seus 5,5 km de altitude no centro da cratera, ou até mesmo tê-la preenchido totalmente. O amplo sistema lacustre, de acordo com as descobertas do Curiosity, durou entre 3,8 e 3,1 bilhões de anos atrás, e pode ter secado e novamente sido preenchido por água muitas vezes. Existem inclusive outros estudos de que parte da água de Marte pode ter se mantido nos subterrâneos do planeta, onde pode existir até hoje. A vida na Terra surgiu em um ambiente pobre de oxigênio, e somente após organismos fotossintéticos terem surgido a proporção desse gás em nossa atmosfera aumentou.
MAIS E MAIS CONDIÇÕES FAVORÁVEIS PARA A EXISTÊNCIA DE VIDA
Os achados apontam que Marte era incrivelmente parecido com a Terra nesse período, tendo se tornado mais quente ao redor de 3,8 bilhões de anos atrás. As condições, entretanto, mudaram em torno de 3,1 bilhões de anos atrás, quando o planeta perdeu seu campo magnético por razões ainda desconhecidas, e o vento solar o privou da maior parte da atmosfera, destruindo assim a hidrosfera marciana. O novo achado ocorreu graças à análises das rochas sedimentares feitas pelo Curiosity, algumas indicando serem originárias dos cursos que alimentavam o lago, e outras com aspectos de que estiveram em água pobre em oxigênio. O Monte Sharp, cujas encostas o Curiosity explora, é nesse sentido o local ideal para descobrir mais sobre o passado marciano devido às múltiplas camadas geológicas expostas. Hurowitz completa: “A Cratera Gale parece um ambiente antigo que não é alienígena para nós. É muito parecida com qualquer lago que encontramos aqui na Terra”.
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Saiba mais:
Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre
Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.