A análise da fenomenologia das entidades de procedência extraterrestre necessita, inúmeras vezes, de abstrações que sejam adequadas às percepções humanas — hipóteses estruturadas peia metodologia científica desenvolvida através dos tempos. Dessa forma, a consideração de que os extraterrestres são volúveis em detrimento da evolução do conhecimento humano é um ponto passivo. E a necessidade de aprimoramento que nos direciona a tal evolução deve ser fatual. A análise casuística pertinente à temática é de suma importância, mas a compreensão do fenômeno, que se viabiliza através de um exaustivo trabalho de projeção teórica, respalda nos padrões atuais de vigência científica.
Uma hipótese interessante seria a possibilidade de uma natureza extradimensional dessas entidades, que denominamos extraterrestres. Estes seres pertenceriam à uma dimensão mais complexa do que esta que integramos e, dessa forma, não teríamos os sentidos físicos adequados para percebermos comumente as suas impressões, assim como percebemos as dimensões inferiores e podemos perfeitamente imprimir-lhes sensações. Os ETs poderiam proceder da mesma maneira em determinados momentos. Mas este raciocínio não é tão simples.
Imagine uma reta (espaço unidimensional) e pontos inteligentes que a percorrem, sendo a reta, portanto, o único parâmetro de mobilidade dessas entidades no espaço. Eles não têm acesso a nada que extrapole a dimensão a qual estão inseridos e não comportam as impressões mais complexas de espaços subjacentes. Podemos gerar um ponto qualquer, inseri-lo e o manipular nessa reta, de modo que pareça estar dotado de inteligência. Nosso intento certamente seria obtido, pois seríamos infinitamente superiores em termos de possibilidades. Teríamos um sucesso similar com qualquer mundo bidimensional inteligente.
A possibilidade de que haja entidades inteligentes mais complexas é perfeitamente cabível à lógica. E não podemos menosprezar nada que, embora não pertença à nossa realidade, possa afetar nossa existência, pois a lógica infere que existam implicações a esse respeito. Isto porque, se existe inteligência neste estado, ela é capaz de monitorar todas as nossas atividades, sem que sequer suspeitemos de sua existência, a partir de nossos sentidos físicos.
Essa inteligência pode moldar nossa realidade conforme seus desígnios, quaisquer que sejam eles. Não teríamos chances de recusa às interferências extraterrestres, mediante nossa dimensão inferior. Quais seriam os possíveis meios utilizados por uma inteligência extradimensional para participar de nossa realidade? A exemplo do mundo definido pela reta, as supradimensões gerariam seres adaptados ao nosso mundo tridimensional e os manipulariam com a própria inteligência, coordenando seus movimentos da dimensão superior, com a qual não temos vínculo concreto. Mesmo assim, afetariam de forma direta nossa realidade.
Para que os pontos do espaço unidimensional possam elaborar dispositivos de controle, eles teriam que aprisionar em seu meio o ser inteligente que, por ventura, viríamos a implantar nesse mundo. Da mesma forma, poderíamos capturar os seres que invadem nosso espaço e estudar seus sistemas físicos, mas não iríamos além disso. Suponho que estes seres que nos visitam não tenham alma. São meros instrumentos físicos das inteligências extradimensionais. Se assim o forem, poderíamos destruir um exército de EBEs, mas não conseguiríamos atingir seus deuses. E por serem superiores, nada que fizéssemos inibiria suas ações.
A inteligência é o que nos faz perceber a realidade em que estamos imersos e a compreender. Nós nos comportamos em um grau de complexidade que se acentua proporcionalmente à variação da complexidade dimensional do espaço. No livro Comunhão, de Whitley Stribier, está escrito: “Tenho a opinião de que eles são uma espécie de colméia. Se isto for verdade, então eles podem ser, em conseqüência, uma única mente com milhões de corpos”.