Cientistas que analisam os dados gerados pela sonda Cassini, da Nasa, que estuda o sistema do planeta Saturno, estão no rastro das menores luas do gigante gasoso. Uma observação recente feita pela nave leva os especialistas a acreditar que há luas perdidas perto de novos anéis, recém-descobertos, do planeta. Durante uma oportunidade inédita, com o Sol oculto por Saturno – o que impediu que características menos evidentes do sistema fossem ofuscadas pelo brilho -, os cientistas descobriram dois novos anéis e confirmaram a existência de dois outros. Os novos anéis estão associados a uma ou mais das pequenas Luas, e compartilham a órbita dos satélites. Os pesquisadores suspeitam, ainda, que uma Lua esteja à espreita, perto de um terceiro anel. “Do mesmo jeito que se diz que onde há fumaça, há fogo, em Saturno onde há um anel, há uma Lua”, disse o cientista Jeff Cuzzi, do Centro de Pesquisa Ames, na NASA.
Graças à cobertura oferecida pela sombra de Saturno, o sistema completo dos anéis foi revelado, e partículas microscópicas, nunca antes identificadas, passaram a aparecer. Um novo anel, na órbita de duas luas – Jano e Epimeteu – foi descoberto. Um segundo anel foi encontrado mais tarde. Ele é estreito e se sobrepõe à órbita da minúscula Lua Palene, descoberta pela Cassini em 2004. Um terceiro e um quatro anéis foram avistados dentro da Divisão de Cassini, um vão que separa em dois o sistema principal dos anéis. Quando observado em luz infravermelha, um dos anéis dentro da Divisão tem uma cor e um brilho pouco comuns, característica que compartilha com anéis mais jovens, como o anel F, ou os que existem na Lacuna de Encke, dentro do anel A. As menores luas de Saturno têm gravidade fraca, e não conseguem reter a poeira e o material solto que existem em suas superfícies. Quando são atingidas por meteoróides, essas luas perdem material que acaba na órbita de Saturno, criando anéis difusos.