O satélite do planeta Saturno, que é o único corpo do Sistema Solar – com exceção da Terra – a ter massas de material líquido em sua superfície, também possui mudanças no nível de seus lagos conforme as estações do ano. Nesse satélite, os lagos e rios são compostos por metano, etano e propano.
Utilizando informações enviadas pela nave Cassini, em órbita de Saturno, cientistas determinaram que, ao longo de quatro anos, o nível dessas superfícies líquidas em Titã variou aproximadamente um metro. Os dados foram obtidos graças ao Radar de Abertura Sintética (SAR), da Cassini. O instrumento forma imagens escuras das características planas na superfície, como lagos, enquanto elevações aparecem como zonas brilhantes.
Um dos lagos de Titã, batizado de Ontário por ter tamanho aproximado do lago de mesmo nome na América do Norte, mostrou um recuo de suas margens de 10 km entre 2005 e 2009. Isso corresponde a passagem do verão para o outono em Titã, onde o ano corresponde a translação de Saturno ao redor do Sol, cerca de 29,5 anos terrestres. O ciclo do metano no satélite é muito similar ao da água na Terra, fazendo os pesquisadores suspeitarem também da existência de vida nessa lua.