Jornalista, estudioso do Fenômeno UFO, autor de best-sellers como os da saga Cavalo de Tróia, J. J. Benítez é dono da frase “se soubésseis a verdade, não me creríeis” e, vinculado a Andaluzia desde menino, se estabeleceu nas proximidades de Sevilha.
O que lhe levou a se estabelecer em Andaluzia? Era um velho sonho, meu pai e boa parte de minha família são de Barbate. Eu passava os verões em Barbate. Foram os tempos mais felizes, por isso desejava me retirar nestas terras. Os sonhos quase sempre se cumprem.
E por que comprou uma casa tão próxima de Sevilha? Coisas do destino.
O céu de Sevilha é propício aos UFOs? Pelo que sei, tão propício como o resto.
Segue deixando uma rosa vermelha ao pé do Cristo do Amor sevilhano? Faz tempo que não me acerco pelo Salvador. Antes, efetivamente, costumava deixar uma rosa aos pés do Cristo do Amor, mas sempre era uma rosa branca. Sigo em dívida com Ele. Deixava essa rosa branca por puro amor.
O ex diretor do Museu Arqueológico de Sevilha recordou nesta mesma página que você escreveu a falsa reportagem que denunciava a castração de estátuas romanas desse museu. Como foi aquilo? Num dia, em companhia do fotógrafo Alberto Schommer, descobrimos que o cardeal Segura tinha capado as estátuas romanas do Museu Arqueológico de Sevilha. E Schommer fotografou as façanhas do cardeal. Depois publicamos no jornal El País. O incrível é que os pênis de mármore continuam em um caixão do museu, etiquetados, isso sim.
Qual foi a pior armação que lhe fizeram? Ninguém engana a ninguém. Tudo está escrito.
Então, a você nunca enganaram algumas vezes? Algumas sim, supostamente, faz parte do jogo.
E é incapaz de mentir ou pode fazê-lo, como muitas das pessoas? Custa-me muito mentir, suponho que me notariam rápido.
Tem provado a ayahuasca [Santo Daime]? Provei-a uma vez. Tive várias experiências espantosas mas não voltarei a repetir. Trata-se do mais poderoso dos alcalóides, podes voar como o Superman, atravessar paredes ou conhecer o futuro.
É mais difícil crer em Deus que nos alienígenas? Muitíssimo mais. Os alienígenas estão aí, são detectados nos radares, fotografados e vistos. A Deus é possível sentí-lo, mas aí termina o assunto.
Crê nos milagres? Não acho que Deus altere a ordem natural. Outra questão é que não possamos entender como substituir a água pelo vinho. A ciência do futuro é magia para nós, mas seguirá sendo ciência.
Celebra o Natal em 21 de agosto, por que? Eu celebro o Natal em 21 de agosto, faz já 27 anos. Entendo que foi a data de Jesús de Nazaré. A Igreja, uma vez mais, manipulou o tema, de acordo com seus interesses. Em dezembro, as condições meteorológicas são tão extremas nas colinas de Belém, que nenhum pastor saca os rebanhos assim, ao relento.
Também nesta mesma página seu amigo Ignacio Darnaude assegurou que os extraterrestres lhe tinham telefonado. Qual é a maior proximidade que tem tido com eles? Tive um encontro próximo, quando tinha cinco ou 06 anos, nas montanhas de Navarra. Depois tenho visto as naves em outras missões.
Os UFOs já não vendem como antes? Quando se registrar uma nova onda ufológica, algo que sucederá, os meios de comunicação voltarão a interessar pelo assunto. E volta a começar.
Por que todo mundo crê na penicilina e não nos UFOs? É um problema de informação. Nos UFOs não se crê ou se deixa de crer. Os UFOs existem. Há milhões de provas.
Recusaram algum livro seu, por ser pouco comercial? Sim, uma vez. Chamava-se Cavalo de Tróia. O editor queria que lhe tirasse 400 páginas. Neguei-me, claro.
Publicará sua poesia? Espero que nunca. A poesia é parte da intimidade de um ser humano.
Deixou o jornalismo pela inutilidade do oficio? Não, deixei o jornalismo porque não é possível disparar com dois arcos ao mesmo tempo. Ou fazia jornalismo ou pesquisava o Fenômeno UFO e escrevia. Decidi-me pelo segundo, mas sigo vendo a vida como faz um jornalista. De fato, ser jornalista ajudou-me na hora de escrever 54 livros.
Há alguns anos, deram a falsa notícia de sua morte. Quem e por que lhe fez aquilo? Costumam me matar na Internet, aos poucos. Estou acostumado. Você se refere a uma notícia aparecida no El País. Os autores e responsáveis pelo assunto foram membros de uma seita.