Desde tempos imemoriais o homem procura nos céus as respostas para o mistério da vida na Terra. Algumas teorias afirmam que a semente da existência primitiva veio em um asteróide, outras atribuem à criação divina, e algumas dizem ainda ser a raça humana derivada de alguma civilização extraterrestre. Qual será a verdade? Durante incontáveis séculos a Humanidade preservou alguns textos sagrados, ou tidos como tais, que invariavelmente foram ditados ou inspirados por anjos, mensageiros, pelo próprio Deus ou seus profetas.
Esses escritos têm entre si pontos em comum, pois falam da criação da vida e do propósito deste feito. São em geral a base para as religiões predominantes em todas as partes do planeta. Mas seus comunicadores seriam anjos, mensageiros divinos ou alienígenas? Analisando a maioria dos textos sagrados verificamos que as relações entre esses transmissores da alegada verdade fundamental e os contatos com objetos voadores não identificados são demasiadamente coincidentes para se ignorar. A mesma coisa ocorre com as ditas aparições, sejam de santos, de fantasmas ou apenas de luzes. Tudo isso nos faz pensar que o Fenômeno UFO sempre esteve presente na História da Humanidade, e a impressão que temos é que nos séculos anteriores esse contato ocorria mais amiúde e até de uma maneira mais estreita. O que hoje sabemos ser manifestações ufológicas poderiam ter sido interpretadas pelos antigos como aparições de anjos e santos? Teriam os sinais divinos sido apenas contatos?
A História é pródiga em exemplos. Nos anais de Tutmés III, cerca de 1.504 a 1.450 a.C., escribas já relatavam ter visto no céu estranhos círculos de fogo que, em seguida, subiram mais alto e dirigiram-se para o sul. Em 163 a.C., em Concius, um homem foi queimado por um raio que veio de um espelho no espaço. Julius Obsequens cita em sua obra Prodigiorum Libellus que, em 166 d.C., o Sol brilhou à noite na cidade de Capua. Tito Livius escreveu que em Albae foram vistos dois sóis no mesmo instante. Em De Divination, Cícero fala de dois sóis e três luas observados no céu. Em 436 d.C., em Bizâncio, após fortes tremores de terra, uma criança subiu ao céu e retornou na frente de muitas pessoas. Os casos não são poucos…
Estranhos objetos também foram vistos no espaço em diversas épocas do passado, ora como cruzes voadoras, ora como escudos e ainda corpos dos mais variados formatos. No ano de 776, por exemplo, um batalhão francês estava sitiado pelos saxões dentro do castelo de Sigibut e sua morte seria eminente. No entanto, o batalhão foi salvo quando surgiram sobre a igreja da fortaleza dois escudos vermelhos no céu. Da mesma forma, crônicas existentes no livro Anglorum, do ano 1.120, do monge Mateus de Paris, nos falam de uma cruz voadora sobre o Santo Sepulcro. Em 1.200, um objeto desse tipo também foi visto sobre Jerusalém.
Cruz nos Céus – Quando o imperador Constantino aceitou o Cristianismo no Império Romano, em 312 d.C., também surgiu uma grande cruz no céu. Outra, mas de cor amarela, foi apreciada em Borgonha, na Holanda, durante o cerco de Utrech, no ano de 1.528. Mais de 400 anos depois, em 1.954, uma patrulha de discos voadores sobrevoava a cidade de Roma, fazendo evoluções que resultaram numa cruz sobre a basílica de São Pedro, no dia do aniversário da Revolução Comunista.
A maioria desses contatos descritos na História universal, entretanto, foi interpretada como sinal divino. No livro de Jeremias (1,13) encontra-se a frase: “É a segunda vez que me foi dirigida a palavra do Senhor, a qual dizia: ‘Que vês tu?’ E respondi: ‘Vejo uma panela a ferver que vem da banda do Aquilão’.” Este trecho está datado de 608 a.C. Em Zacarias (livro 1, 5,1-2) lê-se: “Levantei de novo os olhos e eis que havia um rolo que voava, o qual tinha 200 côvados de comprimento e 10 côvados de largura.” Seria um UFO do tipo charuto a que ele se referia? Uma parte do texto bíblico de Josué também fala de algo inusitado que se manifestou por várias horas: “Parou, pois, o Sol no meio do céu e não se apressou a pôr-se durante o espaço de um dia.” Enfim, a menção de fatos com natureza ufológica na Bíblia é corriqueira e já bastante conhecida dos leitores [Veja UFO 65].
Erich Von Däniken foi um dos autores pioneiros a tratar desse assunto. Pesquisador bastante conhecido nos dias de hoje, cita inúmeros casos de avistamentos ufológicos no passado em sua obra Aparições. Um desses episódios foi vivido por Van Nieke Van Den Diji, de Onkerzeele, Bélgica, que viu um sol verde e vermelho girando em 28 de dezembro de 1.933. No dia 15 de abril de 1.950, em Casalicchio, Aquivava, na Itália, milhares de espectadores dizem ter observado uma nuvem que se abriu e em cujo centro havia uma estrela de brilho opaco e um sol girando e brilhando em inúmeras cores.
Pio XII viu UFOs – No mesmo ano, em 30 de outubro, o cardeal Todeschinni afirmou que por várias vezes o Papa Pio XII viu nos jardins do Vaticano o Sol girando, semelhante ao milagre acontecido em Fátima. O episódio acontecido na cidade de Fátima, em Portugal, no dia 13 de outubro de 1.917, é reverenciado por milhões de fiéis da Igreja Católica de todo mundo. Cerca de 70 mil pessoas presenciaram o fenômeno, que foi considerado como uma manifestação do poder de Deus. Naquele dia estava chovendo e, de repente, o Sol surgiu por entre as nuvens.
Parecia um disco achatado, com um contorno nitidamente definido e possuía um brilho mutante. Em seguida, começou a fazer manobras e a rodar com crescente velocidade. Iniciou uma descida, avermelhando-se, manobrou e desapareceu nas nuvens. Se utilizado o raciocínio, pode-se perceber que todos esses avistamentos tidos como o Sol nada mais são do que UFOs. Afinal, como um astro de primeira grandeza poderia deslocar-se, aproximando-se da Terra? Todo o Sistema Solar seria destruído. E mais, como ele poderia se colocar entre as nuvens e o solo do nosso planeta, se tem 1 milhão e 300 mil vezes o diâmetro da Terra?
Mas outros contatos ufológicos que aconteceram pelo mundo afora também tiveram conotação religiosa. Em 1.950, um morador da zona rural contou que viu um objeto pousado, emitindo intensa luminosidade. Tinha a forma de um chapéu e no topo uma cúpula transparente. Dentro desta, o observador viu uma criatura sentada com as mãos no queixo e os cotovelos apoiados n
as pernas. Pensou que se tratava de uma assombração. Sendo assim, o que poderiam pensar testemunhas de mais de 500 anos atrás? Outro exemplo aconteceu no ano 14 d.C., com um moribundo que relatou o fato a São Tomás de Villanueva, arcebispo de Valência, Espanha. De acordo com a História, o homem certo dia passeava com dois amigos quando viram o céu subitamente abrir-se como uma cortina. “Ficamos assustadíssimos, pois nenhum de nós havia visto um espetáculo dessa natureza. Então, surgiu no ar um cálice de ouro com uma hóstia branca sobre ele.”
Trono Resplandecente – Que belo exemplo de como são os contatos observados com olhos religiosos! Pois o que o moribundo viu foi um UFO iluminado em determinadas partes, emitindo um facho de luz em cone, para baixo. Em minhas pesquisas, pude constatar inúmeros depoimentos de moradores de zonas rurais que mencionam a seguinte expressão: “Parecia um ostensório,” numa referência a um objeto usado na religião Católica. No ano de 214 a.C., em Ádria, no Golfo de Veneza, houve mais um interessante e estranho espetáculo que nos faz pensar. “De repente, surgiu um homem vestido de branco sobre um altar no céu,” disseram testemunhas, fortemente inspiradas num conteúdo religioso. Em 1463, Catarina de Bolonha, da Itália, viu o que considerou ser o Senhor sentado num trono resplandecente. Avistamentos de altares no espaço são abundantes e perfeitamente explicáveis. Em geral, tratam-se de tripulantes vistos em espaçonaves em vôo, sendo uma parte do objeto transparente, o que permite ver seu interior.
Além das aparições de UFOs consideradas divinas, há aquelas manifestações que ocorreram antes ou depois de fenômenos naturais. Em 15 de dezembro de 1.631, por exemplo, perto de Nápoles, na Itália, a Rainha dos Céus apareceu sobre um campo de trigo a vários jesuítas para anunciar a iminente erupção do Vesúvio. Na Venezuela, na cidade de Cumuna, aconteceu um terremoto em 04 de novembro de 1.799 e inúmeras bolas vermelhas foram vistas no céu no mesmo dia. Os UFOs apareceram novamente em 26 de setembro de 1.954, durante outro abalo sísmico no país. Por inúmeras vezes UFOs têm sido notados antes de algum cataclisma no planeta, o que nos leva a imaginar que talvez seus instrumentos, muito sofisticados, tenham detectado o que se sucederia e nossos visitantes decidiram se mostrar como um sinal dos céus, já que conhecem nossas crenças. Ou então, pretendiam avisar os habitantes das áreas atingidas de que algo iria acontecer naqueles lugares – já que essas visões sempre foram consideradas mal presságio. Especulando-se um pouco mais, podemos conjeturar que os extraterrestres se aproveitam de sua alta tecnologia para manipular os seres humanos, fazendo-nos encarar suas aparições como divinas ou demoníacas.
Os UFOs também se fizeram presentes em muitas guerras perpetradas pelos terrestres. Mas por que? Será que nossos visitantes têm interesse em interferir na História da Humanidade, mudando o curso de um conflito? Durante a grande Batalha do Rio Marne, em La Marne, na França, muitos soldados alemães distinguiram no firmamento o que interpretaram como uma dama de branco, que impediu o avanço da tropa em 12 de setembro de 1.914. Há centenas de anos, em 204 a.C., dois anjos resplandecentes e de aparência pavorosa apareceram no céu, paralisando o exército egípcio de Ptolomeu IV, no momento em que ele se preparava para matar uma leva de judeus. No ano de 1.099 a.C., os cruzados [Expedicionários das cruzadas, diligências militares que na idade média eram realizadas contra os hereges e infiéis] estavam cercando Jerusalém e viram um cavaleiro agitando um escudo brilhante sobre o Monte das Oliveiras, ordenando para eles atacarem novamente.
Como predomina entre os povos da Terra a idéia de que as inúmeras aparições de UFOs já registradas no planeta sejam oriundas de Deus, esse assunto deve ser tratado com mais detalhes. Ainda que se creia em Deus como um ser espiritual, onipresente e onisciente – como é o caso deste autor –, sua natureza é tão complexa que nossa mente ainda não pode compreendê-Lo. E assim a Humanidade, em sua busca incessante para explicá-Lo, buscou em fatos reais, acontecidos no decorrer dos milênios, uma maneira de melhor assimilar tal enigma, considerando divino tudo que vinha dos céus. Nossos antepassados, em contatos com seres de outros planetas, interpretaram tais fatos como aparições de anjos, santos e até do próprio Deus. Não se quer com isso explicitar críticas a qualquer religião, mas é importante que se veja a divindade em um contexto cósmico, e não no contexto de um pequenino planeta como a Terra. Quando se reconhece a pluralidade dos mundos habitados, como faz a Ufologia, deve-se obrigatoriamente reconhecer também que Deus, seja o que ou quem for, semeou vida em múltiplos mundos desse maravilhoso e grandioso Universo.
Estudando as religiões antigas, pode-se notar a presença de seres físicos, dotados de tecnologia avançadíssima, em contato com a Humanidade. Nos mais diversos livros sagrados também é possível encontrar trechos que retratam cruzamentos entre seres celestiais e mulheres da Terra, fatos descritos em obras sagradas e na História universal. A Bíblia, no livro do Gênesis, traz um parágrafo que diz: “Entrementes, os homens haviam se multiplicado na Terra e lhes tinham nascido filhas. Os filhos de Deus, vendo a beleza das filhas dos homens, tomaram por esposas aquelas que mais lhe agradaram.” Mais adiante pode-se ler: “E havia naquele tempo gigantes sobre a Terra e os houve também depois que os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens e destas nasceram filhos; são estes os heróis famosos desde o tempo antigo.”
Homens Celestes – Mas além da Bíblia, outros escritos sagrados falam das relações entre os homens do espaço e as mulheres da Terra. O Livro de Dzyan cita que os primeiros humanos do planeta eram filhos dos homens celestes, ou Pitris, e que os Reis da Luz ocupavam tronos celestes. O Nihongi, do Japão, descreve seres divinos que desciam do céu em barcos celestiais para se unirem às filhas dos homens. O texto ainda faz referência a uma ponte celestial ou flutuante entre o céu e a Terra. Um antigo romance do Nepal, chamado Bundhasvamin Brihat Katha Shlokasanigraha, narra contos de seres divinos descendo do céu, seduzindo as mulheres e guerreando em seus carros voadores. Na Índia, o Rig Veda conta histórias sobre seres celestiais que vinham à Terra para amar ou fazer guerra. O mesmo tema pode ser encontrado no Ramayana, também da Índia, pois menciona conjunções carnais de seresdo espaço com mulheres de nosso planeta. Os exemplos são inúmeros.
Em muitas civilizações antigas, as virgens eram sempre destinadas a esses seres especiais, cujas origens eram tidas como divinas ou, pelo menos, sobre-humanas. Na Babilônia, de acordo com alguns autores, os Zigurats [Altas torres] eram reservados aos deuses, para seus encontros com as virgens que lhes eram destinadas. Na Grécia, Zeus, Mercúrio e outros deuses desciam do Olimpo para amarem a
s lindas mulheres locais. Também era costume no país muitas mães solteiras dizerem que seus filhos tinham origem divina. Os súcubos [Demônios masculinos] e íncubos [Demônios femininos] da Idade Média apavoravam muitas mulheres e homens com suas manobras de sedução. Já se especulou a respeito, analisando-se esses casos como contatos entre homens de outros planetas e mulheres da Terra, que tinham a finalidade de melhorar geneticamente as raças por eles escolhidas, pois os cruzamentos entre parentes as degeneravam, atrasando nossa evolução. Por esse motivo é que muitos povos tinham a proteção dos deuses, que os ajudavam até a lutar contra outros seres de mesma grandeza. No entanto, é difícil compreender tudo isso porque o que aqui está descrito vai de encontro a dogmas religiosos de mais de dois mil anos.
Posteriormente, pelo que se observa da ação dos seres extraterrestres, que já nos visitavam com bastante intensidade, estes passaram a uma segunda fase de suas missões na Terra. Começaram a dar à Humanidade noções de justiça, moral e ordem. No entanto, como os homens daquela época não podiam conceber engenhos voadores tal como podemos hoje, surgiram ao longo da História expressões do tipo: “O céu se abriu,” “Surgiu um clarão no céu” e “Eis que houve uma visão divina.” Imaginavam que atrás do céu, no espaço, estaria a morada de Deus, inacessível ao homem. Porém, imaginavam também que algum dia esse mesmo firmamento poderia abrir-se, dando passagem a Ele ou a seus enviados para contatos com a Humanidade. Para essas comunicações era selecionado um líder, que recebia inúmeras instruções para serem transmitidas a seu povo.
Dessas aparições nasceu a figura de anjos, santos e até do próprio Deus, que era visto morfologicamente semelhante ao ser humano e geralmente numa nuvem ou bola de fogo, com fumaça, trovões e relâmpagos. Desta maneira, não tardou para tais acontecimentos gerarem agrupamentos que, mais tarde, se transformariam nas religiões da Terra. Temos vários episódios que retratam claramente esses fatos. Hamurabi, na Babilônia, recebeu as famosas leis de seu Deus Sámas numa montanha. Minos, fundador de Cnossos, obteve as leis cretenses também de um Deus num monte sagrado. O Zoroastrismo foi fundado em 550 a.C., quando Zoroastro teve um contato com Ahura Mazda [Dono da Luz], numa caverna banhada em fogo ou luz. O Islamismo também surgiu de modo semelhante, em 610 a.C. Maomé teve a visão de um anjo de Alá, que lhe mostrou umas tábuas de ouro em montanhas próximas à Meca.
Anjo Subindo aos Céus – Por volta de 1.500 a.C., no cume do Himalaia, Manu sobreviveu ao dilúvio e viu um ser que se identificou como Brahma. Nos Estados Unidos, Joseph Smith observou o anjo Moroni, que surgiu em seu quarto envolto numa luminosidade, no ano de 1.800. Smith disse que a criatura subiu em um poço de luz. Posteriormente, em novos contatos, foram dadas a Smith instruções para que fosse a um local onde encontraria outras tábuas de ouro, que lhe deram noções para criar a seita – hoje religião – Mórmon. Fato semelhante aconteceu com o papa São Gregório, também chamado de O Grande em Roma, no ano de 589 d.C. Gregório tentou esconder-se numa caverna, mas foi descoberto por um clarão. Em seguida, viu “anjos subindo e descendo por um espectro,” conforme descreve a história. Na Ufologia este fato é apresentado na atualidade como uma nave cujos tripulantes estão entrando e saindo.
A Bíblia também cita vários episódios retratando anjos envoltos em fogo, luz ou fumaça. O livro do Êxodo descreve em certo trecho que, “…um dia, tendo conduzido seu rebanho para o deserto, chegou ao Monte de Deus Horeb, e o Senhor ali apareceu em uma chama de fogo, do meio de uma sarça. Moisés via a sarça arder, sem se consumir.” Nesse encontro com Deus, Moisés estava diante de uma luz, já que a expressão “sarça arder sem se consumir” exclui o fogo. Seria uma nave profusamente iluminada? O mesmo livro fala em outra parte que “…já chegava o terceiro dia e a manhã estava brilhando. Eis que começou a ouvir um estrondo de trovões e relâmpagos apareceram. Uma nuvem densíssima cobria o monte, um soar de trombetas se fazia ouvir com estrépito, e o povo que estava nos acampamentos experimentou um grande medo. Moisés conduziu-os para fora ao encontro de Deus, e eles pararam ao pé da montanha. Todo o Monte Sinai fumegava, porque o Senhor baixara sobre ele no meio de chamas. O fumo subia como se fora de uma fornalha e o monte inteiro incutia pavor.”
Sugiro ao leitor que leia novamente o texto acima, desta vez fazendo a experiência de trocar a palavra Senhor por nave. O que se terá é um típico relato ufológico, como milhares que existem registrados nos dias de hoje. Ora, é evidente que Moisés testemunhara o pouso de um grande disco voador, ouvindo o barulho de seu mecanismo, vendo a fantástica iluminação que produzia, que chegava a incendiar o solo do monte e provocava fumaça. E isso aconteceu há mais de dois mil anos. Ali, Moisés ficou por 40 dias e 40 noites, sendo instruído para guiar o povo hebreu e tendo no local recebido os Dez Mandamentos, gravados em pedras. Durante esse período, a comunidade não pôde aproximar-se do monte. “Desce e avisa ao povo para que não ouse ultrapassar os limites para ver o Senhor, para que não morra um grande número deles,” diz o relato bíblico. É claro que os alienígenas tinham receio da multidão, que poderia danificar sua nave ou ainda sofrer conseqüências de alguma eventual forma de energia nociva ao ser humano. Ademais, é possível também que não quisessem ser percebidos como seres físicos. Talvez por isso é que somente tinham contato direto com Moisés, um líder considerado iluminado.
Outros textos bíblicos relatam aparições inusitadas de naves extraterrestres e seus tripulantes. “O Senhor precedia-os para ensinar-lhes o caminho, de um dia numa coluna de nuvens, e à noite numa coluna de fogo, a fim de lhes servir de guia durante o dia e a noite,” está registrado. Em mais um trecho da Bíblia está descrita a ação de uma nuvem de forma curio
sa: “O anjo do Senhor que precedia os bandos de Israel levantou-se para chefiar os grupos que iam atrás dele. Moveu-se com ele a coluna de nuvens, que estava à frente e seguiu atrás do povo, entre o campo egípcio e aquele de Israel, a nuvem era escura em um lado, mas do outro iluminava.” Seriam UFOs guiando o povo hebreu durante o dia com suas luzes apagadas e à noite, acesas, com nuvem e coluna de fogo? Especulando mais um pouco, pode-se dizer que o objeto teria um holofote dirigido para a frente, tal como em tantos casos ufológicos documentados nos dias de hoje.
Bronze Polido – As experiências do profeta Ezequiel são provavelmente as que mais apresentam semelhanças com ocorrências ufológicas. Ezequiel teve um contato onde descreve de modo bastante interessante seres não humanos: “Eis que um vento de tempestade vindo do norte e uma grande e espessa nuvem com fulgurações de um fogo todo resplandecente; e ela encerrava uma espécie de metal brilhante, que estava completamente inflamado. Tinham também a semelhança de quatro seres vivos e eis qual era o seu aspecto: pareciam-se homens. Cada um possuía quatro faces e quatro asas. As suas pernas, bem verticais, tinham cascos de bovinos e cintilavam como bronze polido.” O episódio acima descrito não deixa dúvidas de que o profeta testemunhou um objeto de grandes proporções e tecnologicamente extraordinário. Sua aparência metálica e brilhante, “inflamado,” é um claro indicativo de uma superfície polida de forma absolutamente desconhecida à época.
E continua Ezequiel: “E tais eram seus rostos. As suas asas estavam desdobradas, duas unindo-se em cima e duas cobrindo-lhe o corpo. Cada um andava em frente. Aonde o espírito lhes ordenava que fossem, eles iam. Não se viravam ao caminhar. E as criaturas vivas corriam em todos os sentidos, qual a faca. Eu olhava para os viventes e eis, no solo, uma roda junto deles, sobre as suas quatro faces. O aspecto das rodas e sua matéria eram como tarxixe e todas as quatro eram parecidas. O seu aspecto e a sua estrutura eram como uma roda enganchada em outra. (…) Quando as criaturas vivas andavam, os círculos giravam também, ao lado delas, e quando os seres se ergueram da terra, as rodas elevaram-se também.” Dificilmente encontraremos em outro registro histórico da época bíblica, ou anterior, alguma descrição tão rica e detalhada de um fenômeno como esse.
O espírito a que Ezequiel se refere era uma espécie de comandante daquela estranha e curiosa manifestação, conforme ele explica mais adiante: “Para onde o espírito impelia as criaturas, elas iam, empurrando-as e as rodas subindo com elas. E quando se elevavam da terra, os círculos erguiam-se igualmente, porque o espírito de cada vivente estava nas rodas. Por sobre a cabeça das criaturas vivas havia como que um firmamento semelhante a um cristal cintilante, estendido por cima de seus crânios. E sob o firmamento erguiam-se suas asas uma contra a outra e cada qual tinha duas que lhes cobriam o corpo. E ouvi as suas asas ressoarem quando andavam, qual o ruído das grandes águas, qual o trovão do Todo Poderoso, qual o túmulo de um exército. Quando paravam, deixavam pender as asas e ouvia-se um barulho, que partia do firmamento estendido por sobre suas cabeças. Sobre o firmamento, que estava por cima de suas cabeças, via-se como que uma pedra de safira, assemelhando-se a um trono. E sobre essa semelhança de trono parecia surgir um semblante de homem. No interior e por fora, vi como que metal brilhante, com aspecto de fogo, resplandecendo tudo ao redor.”
A narração de Ezequiel mostra inequivocamente que ele teve um contato com uma nave, pois fala claramente de luzes, de sistema de propulsão, de cúpula ou grandes janelas transparentes. E ainda dá bastante destaque à tripulação, representada lingüisticamente por uma interpretação apropriada àquela época, já que até um simples automóvel dos dias de hoje seria para o profeta uma aparição divina… Ele também fala do ruído dos motores da nave e de suas asas, o que é uma clara evidência de que o engenho podia voar. Portanto, não há dúvidas que Ezequiel teve um contato com um aparelho oriundo de outro planeta. Entretanto, além dele, outros personagens da Bíblia tiveram avistamentos de objetos e seres alienígenas.
Colunas de Fogo – São João, no Apocalipse, descreve um anjo que tinha olhos como labaredas e outro com um rosto como o Sol, cujos pés eram parecidos com colunas de fogo. Muitos termos citados na Bíblia fazem alusão aos UFOs, tais como tronos de fogo, braseiros consumidores e rios que jorram em montes de fogo. Em Reis há um trecho que fala desse assunto: “Continuando seu caminho entretidos a conversar, eis que de repente surge um carro de fogo e uns cavalos de fogo, que os separam um do outro. E Elias subiu ao céu num turbilhão.” O texto sugere que Elias subiu ao espaço a bordo de uma nave, “um carro de fogo.” Com Ezequiel também aconteceu um fato semelhante: “Com a aparência de fogo, resplendor com brilho de âmbar. Aquilo o levantou entre a terra e o céu e nas visões de Deus o levou a Jerusalém.” Daniel também teve seu encontro com um UFO e o descreveu da seguinte maneira: “Daniel, próximo ao Rio Tigre, viu o Senhor: Era como berilo, com aparência de relâmpagos, olhos como lâmpadas de fogo, seus braços e pés de cor semelhante a cobre polido e o som de suas palavras como uma multidão.”
Os livros de Enoch e Esra, que não figuram na lista de obras canônicas, também trazem contatos com seres de outros mundos. E assim a Bíblia nos dá lições de Ufologia – mas não somente ela. Outras religiões também têm formas próprias de descrever fenômenos incompreensíveis à época, e queeram consideradas verdadeiras visões de Deus. Os celtas, por exemplo, tinham Balder, filho de Odin, e uma mansão descrita como “largamente brilhante.” Os germânicos tinham Thor e seu martelo encantado e as Valquírias, cavaleiras mágicas que desciam de Asgard [Céu]. Na Índia, o Rig Veda fala de Dyas-Pitar e Indra com seu carro aéreo, “com corcéis de crina de ouro e pele brilhante.” Cita também os Maruts em seus carros dourados e Vayu com sua “carruagem luminosa puxada por cavalos rubros como o Sol.” Os deuses indianos Vishnu, Puxam, Surya e Asvins voavam em carros fulvos brilhant
es e flutuavam por sobre o oceano. O Ramayana conta as aventuras de Rama na busca de Sita, sua esposa, “em seu carro aéreo e dotado de armas mortíferas.” Que impressionante repertório tinham os hindus há 3 ou 4 mil anos, para descreverem tais fatos de forma tão vívida. Da mesma forma, relatos de guerras espaciais com armas que só a ficção científica atual pode descrever são encontrados noutro livro hindu, o Mahabarata.
Espíritos de Luz – Já os egípcios acreditavam, conforme descrito na obra Aegyptica, que o faraó era um ser divino, e Manetho, Sacerdote de On, diz que os primeiros reis eram deuses. O Livro dos Mortos, do antigo Egito, fala em legiões no céu, espíritos de luz e seres brilhantes. Pandoro escreveu em 400 a.C. sobre os Egregori [Guardas-anjos] que desceram à Terra no ano cósmico 1.000. Osíris, Ísis e Hórus eram representados com a insígnia do disco solar, sendo que também eram comuns os barcos solares egípcios. Já o livro Shan-hai-ching, chinês, cita uma raça humana dotada de asas chamada Miao, que por volta de 2.400 a.C. se desviou dos ensinamentos do Senhor do Alto, sendo castigada com a perda da capacidade de voar. Seria uma lembrança da expulsão do primeiro homem do Paraíso? Enfim, os relatos são abundantes e evidenciam que de fato seres não humanos, não terrestres e muito superiores a nós conviveram com nossos antepassados em diversas fases da História.
Os vestígios dessa convivência espalham-se pelas mais variadas tradições, de inúmeras civilizações que habitaram a Terra ou que ainda sobrevivem. Desde a Índia antiga à terra dos Vikings e bárbaros há descrições de fatos semelhantes. Não há religião que escape de ter sido influenciada por fatos inusitados. O mesmo se sucede com nativos indígenas de todo o globo. Nos Estados Unidos, por exemplo, os Hopi consideravam seus ancestrais como provenientes de outros planetas. Os Navajo e Suni veneravam deuses louros e acreditavam na existência de demais mundos no Cosmos [Veja UFO 68]. Além das crenças subjetivas existem ainda lendas envolvendo as tribos indígenas da América do Norte, que retratam o relacionamento e as aparições de seres e naves alienígenas. Thunderbird [Pássaro Trovejante] é uma destas histórias. Os índios Noothaus falam da visita de um deus que veio numa canoa de cobre, e os Pawnee mantêm viva em sua tradição uma história sobre um ser que brilhava com estranhas radiações. Quetzalcoaltl fez maravilhas no México e os Maias o chamavam de Kukulkan. Já os Quíchuas da Guatemala o conheciam como Gucumatz – que no Peru era denominado de Viracocha, na Colômbia de Bochica e na Polinésia de Wakee. Os índios Machiguenga, também do Peru, descrevem com muita ênfase um povo do céu que chegou por uma estrada brilhante.
No Brasil existem também centenas de lendas retratando seres que desceram do céu e viveram entre os índios. No Brasil, há, entre outras, as histórias de Bacororo e Baitagogo, dos índios Bororo. Os Kadiwéus, do Mato Grosso do Sul, falam de Karana. Os Caiuás falam do Baíra e dizem que Guaricana era um ser sagrado que vinha curar os enfermos. Jupari foi um dos deuses indígenas brasileiros mais cultuado. Mas, de acordo com a lenda, quando o homem branco chegou para catequizá-los, transformaram-no em um espírito do mal. Os índios diziam que Jupari era filho de Ceuci, nome que davam às estrelas Plêiades. Sumé também foi outro deus civilizador das tribos brasileiras, cuja morada sagrada era Itaoaoca [Veja UFO 65].
Mulher de Branco – O indigenista João Américo Peret pesquisou entre os índios do Xingu a história de Bep Kororoti, um ser que vestia o Bo [Traje] e levava à mão a Kob [Arma]. Bep Kororoti viveu entre os índios e, ao ir embora, na Serra de Punkato-Ti, ouviu-se um grande estrondo. O ser desapareceu no céu envolto em fumaça, chamas e trovões. Uma curiosidade existente nesta lenda é que quando a tribo relembra Bep Kororoti em suas festividades fazem uma roupa que se assemelha a dos astronautas [Veja UFO 62]. E por aí vão as inúmeras lendas indígenas atuais ou remotas, todas relacionadas com ETs.
Entretanto, além da presença marcante de deuses físicos em toda a História da Humanidade, os UFOs também foram muitas vezes descritos como aves, répteis e animais voadores, principalmente pelos indígenas. Tem-se no folclore brasileiro o Boitatá ou M’bai-Tatá [Coisa de fogo], M’boi-Guaçú [Cobra grande], Nhandutá, Carbúnculo [Lagarto de fogo], etc. Já os civilizados situaram essas histórias no campo sobrenatural e criaram a Mãe do Ouro, fantasmas, luzes fantasmas, Fogo Corredor, Curacanga, Mulher de Branco, Alamoa, João Galafuz e dezenas de outros mitos, por todo o território nacional. No início do século, criou-se uma denominação interessante para os UFOs, a do ‘carro fantasma.’ Era um veículo que assombrou muita gente nas estradas intermunicipais.
Como vimos, na História universal encontram-se milhares de relatos que citam os objetos voadores não identificados, no decorrer dos milênios. No entanto, apesar de se fazerem presentes na tradições culturais de todos os povos da Terra, a maioria não crê em sua existência. E se assim o fazem é porque ainda querem considerá-los como divinos. Não se quer dizer com isso que Deus seja astronauta. Pelo contrário, o que se reconhece como verdade, embora incompreensível, é que Deus existe e é o criador de tudo. Se é assim, não precisaria de naves para vir ao nosso planeta. Portanto, não é Deus quem tem nos visitado, mas outros homens, talvez superiores aos da Terra, mas ainda assim homens. Quem sabe também criados por Deus.