Não há sinais de material genético neandertal no genoma humano moderno Se é que os primeiros humanos modernos e os neandertais alguma vez acasalaram, foi um flerte rápido, sem grandes consequências para a história da nossa espécie. A conclusão um tanto anticlimática é um dos resultados do sequenciamento (leitura) do genoma, ou conjunto do DNA, dos neandertais, projeto cuja conclusão foi anunciada durante a reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). No entanto, a equipe responsável pelo projeto, coordenada pelo sueco Svante Paäbo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, da Alemanha, preferiu esconder um pouco o jogo por enquanto, na expectativa de divulgar a versão completa dos dados num artigo científico a ser publicado nos próximos meses.
De acordo com o jornal The New York Times, Paäbo e companhia se dispuseram a confirmar que aparentemente não há sinais de material genético originalmente neandertal incorporado no genoma humano moderno. Isso significa que, se as espécies produziram híbridos, o processo não foi importante para a evolução do Homo sapiens. No entanto, ainda é possível que o processo tenha funcionado ao inverso, com genes modernos sendo incorporados pelos neandertais via cruzamento. Para ter certeza absoluta, os pesquisadores pretendem obter o genoma de outros indivíduos da espécie extinta, já que o DNA “lido” por elas veio de um único espécime. Os pesquisadores também confirmaram que um gene importante para a linguagem, o FOXP2, é aparentemente igual em neandertais e humanos. Isso pode indicar que eles eram tão capazes de falar quanto nós, embora outros genes estejam envolvidos na faculdade da linguagem.