O Fenômeno UFO sempre foi um tema apaixonante e que seduz, tanto por sua pesquisa quanto pelo seu significado e consequências que oferece à humanidade. Desde o começo da Era Moderna dos Discos Voadores, em 1947, Portugal é palco de ocorrências inexplicáveis nessa área, para as quais a ciência ainda não encontrou qualquer conclusão. Uma delas se deu em 15 de outubro de 1755, quando Lisboa foi sobrevoada por diversas esferas cintilantes e não identificadas — que pareciam anunciar o terrível terremoto que ocorreria poucos dias depois, precisamente em 01 de novembro daquele mesmo ano. De lá para cá, o país conta com vasto número de casos ufológicos, alguns até hoje sem esclarecimento adequado.
Um dos fatos relacionados à presença alienígena na Terra mais bem estudados e documentados em terras lusitanas aconteceu em 10 de setembro de 1990, na localidade de Valongo, na região de São Vicente de Alfena, próxima da cidade do Porto. O fenômeno ocorreu em uma segunda-feira, por volta das 08h30, quando um grupo de crianças brincava e foi surpreendido ao avistar um estranho objeto pairando a baixa altitude no céu. Tinha aparência esférica, quatro apêndices e um deslocamento muito lento, ao sabor do vento.
Foram os meninos que alertaram os adultos mais próximos, que se dedicavam aos seus afazeres, para também observarem o fenômeno — o que fizeram atentamente e com espanto. Alguns imaginaram se tratar de uma “betoneira voadora” ou uma pipa, mas não era nada disso. No objeto se podiam ver janelas ao redor de sua estrutura, que teria aproximadamente 4 m de diâmetro. Com o alarme dado, foram muitas as testemunhas que descreveram o UFO se movimentando de forma lenta em direção a um campo de futebol, causando receio a muita gente — como ao senhor David Silva, guarda do campo na época, que teria sido avisado do acontecimento por um vizinho.
Várias testemunhas optaram por se afastar da área, com medo de aquela estranha figura descer do céu e lhes fazer algum mal. Os mesmos garotos também alertaram o senhor Manuel Moura, fotógrafo amador, para que observasse o insólito fenômeno — ele rapidamente se deslocou até sua residência e pegou uma câmera fotográfica. De volta ao local, Moura conseguiu obter uma sequência de quatro fotos do artefato não identificado. O mais intrigante, segundo ele, foi que, enquanto observava seu deslocamento, dele desciam adereços que lembraram um trem de pouso — foi quando efetuou sua primeira foto.
Apedrejamento do artefato
Contam as muitas testemunhas que assistiram ao espetáculo aéreo que o UFO parecia querer aterrissar, mas que, talvez devido ao sobressalto e à curiosidade das crianças e adultos, e ao arremesso de pedras por muitos dos presentes, foi se afastando em direção às localidades vizinhas de Santo Tirso e Passos de Ferreira. Com isso, Moura não conseguiu executar mais do que quatro fotos. Na totalidade, o objeto teria percorrido uns 500 m em aproximadamente 50 minutos. Mais de uma centena de testemunhas presenciaram o fenômeno, além de moradores de outras localidades próximas, que também relataram com precisão a observação do curioso aparelho.
Interesse e investigação oficial
O Caso Alfena imediatamente atingiu enorme repercussão através da imprensa, e também atraiu ao local a equipe do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência (CTEC) da Universidade Fernando Pessoa, então dirigida pelo professor Joaquim Fernandes [Correspondente internacional da Revista UFO], além de Mário Neves, pesquisador do Centro Português de Pesquisas Ufológicas (Cepufo). Ambos questionaram observadores e recolheram o máximo possível de depoimentos e dados das testemunhas — todos tratando do fenômeno como uma realidade fascinante para quem o presenciou.
As fotos de Manuel Moura foram enviadas para o doutor Richard Haines, na época cientista da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), com a finalidade de identificação do objeto. No entanto, Haines não conseguiu atribuir as imagens a qualquer veículo conhecido, pelo menos entre os da NASA. Ele é hoje presidente da National Aviation Reporting Center on Anomalous Phenomena [Centro Aeronáutico Nacional de Registros de Fenômenos Anômalos, Narcap] e foi o entrevistado da edição UFO 168 [Disponível na íntegra em ufo.com.br].
As fotografias foram então encaminhadas para um laboratório da Kodak nos Estados Unidos, como também para instituições em Lisboa, Porto, na França, Alemanha e de outros países, onde os resultados de exaustivas análises as apresentaram como autênticas e sem qualquer sinal de manipulação. O Instituto Português de Meteorologia e Geofísica e o então Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI) também descartaram a possibilidade de ser um balão meteorológico, utilizado na época ou anterior, pois o UFO não apresentava as mesmas características, aspecto e nem deslocamento que eles têm.
Segundo a Comissão Nacional de Investigação do Fenómeno Ovni (CNIFO), outra entidade ufológica portuguesa, várias instituições se interessaram por esse caso, entre elas um centro francês especializado em reentradas de satélite na atmosfera e a própria CIA, tendo ambos os órgãos cooperado na tentativa de identificação do objeto, não atingida.
Em pouco tempo o Caso Alfena se tornou o mais bem estudado episódio ufológico de Portugal — e um dos mais reconhecidos em todo o mundo. As fotos obtidas, até hoje incontestáveis, são consideradas as mais claras existentes para comprovar o Fenômeno UFO. O artefato visto naquela região é considerado como autêntico também com base no grande número de testemunhas envolvidas, que não se contradisseram. O mesmo objeto, ou com semelhantes características, teria sido observado anteriormente em outros países, como na Alemanha, em 1989, no México, em 1973, e na França, em 1954.
Um caso extraordinário
Igualmente, após o incidente de Alfena ocorreram outras manifestações muito similares em 1992, no Brasil, e 2004, novamente no México. No entanto, desde 1990 os céticos continuam a questionar e a procurar respostas com explicações absurdas para aquilo que marcou o povo de Alfena e a sociedade portuguesa. Em vão, pois o pesquisadores envolvidos e as várias análises realizadas não deixam dúvidas da legitimidade do caso.
Sua autenticidade foi também corroborada em 2009 pelo professor de astrobiologia Carlos Oliveira, da Universidade do Texas, que também concluiu esse como um caso ufológico verdadeiro. “Centenas de testemunhas viram o UFO em várias cidades e vilas, muitas sem qualquer contato entre si, o que prova a materialidade do fenômeno”, disse Oliveira. Sobre as fotos, o professor falou que “não foram feitas em computador, pois o objeto é real e sua perspectiva também não in
dica manipulação. Ou seja, as fotos não são falsas e o objeto estava lá”, afirmou.