Planetas inteiros cobertos com uma camada espessa de diamantes podem existir em vários cantos da galáxia, de acordo com Marc J. Kuchner, da Universidade Princeton. Esse sonho de qualquer pirata estelar de ficção científica seria mero subproduto de corpos cujo principal elemento formador fosse o carbono, o qual, submetido a grandes pressões, dá origem aos diamantes.
Segundo Kuchner, que apresentou sua tese no encontro científico de Aspen, Suíça, os tesouros espaciais se formariam como alguns meteoritos do Sistema Solar, os condritos carbonáceos. Tudo depende da quantidade relativa de elementos na nuvem de gás que costuma estar na origem dos sistemas estelares. Se essa nuvem contiver muito carbono ou pouco oxigênio, surgirão planetas rochosos que, ao contrário da Terra, serão compostos por substâncias como os carbonetos. Materiais desse tipo recobrem os cilindros de motocicletas, por exemplo.
A superfície desses planetas seria coberta por compostos carbônicos de cadeia longa, parecidos com piche. “Devem lembrar Los Angeles”, brincou Kuchner em entrevista coletiva. Mas, em seu interior, as pressões geológicas seriam capazes de criar camadas de diamantes, especula o cientista. Kuchner diz que esse tipo de astro deve ser comum perto do centro da Via Láctea, que contém estrelas mais velhas e mais ricas em carbono. O mesmo ocorre com os planetas formados perto de quasares, como o PSR 1257+12. Aliás, a tendência é que, no futuro distante, o preço do diamante caia vertiginosamente na galáxia, já que todos os novos planetas serão de carbono.