Verdadeiros “Arquivos X” estão começando a ser colocados à disposição dos internautas do mundo todo na Internet. Agora é oficial: a França é o primeiro país do mundo a tornar públicos seus arquivos sobre OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados). O governo francês já começou a alimentar o site do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) com informações que até então eram tratadas como sigilosas.
Em entrevista à agência de notícias AFP, o diretor do Grupo de Estudo e Informações sobre os Fenômenos Aeroespaciais Não-Identificados (GEIPAN), Jacques Patenet, disse que essa “É uma novidade mundial”. O GEIPAN é um grupo de trabalho do Centro Nacional de Estudos Espaciais, o CNES, uma espécie de Nasa francesa. Por enquanto, é possível consultar no site do CNES cerca de 400 casos, ou seja, 25% dos 1,6 mil registrados na França desde os anos 50. Mas segundo nota oficial, todos os dados serão disponibilizados progressivamente.
A maior parte dos documentos são registros da polícia, fruto da coleta de depoimentos de testemunhas. “Os ufólogos não encontrarão nestes dados nenhum caso desconhecido”, ressaltou Patenet. No processo de abertura, a França mostra-se corajosa. O responsável pelo GEIPAN evita até mesmo descartar a hipótese de que o fenômeno OVNI seja causado por visitantes de outros mundos. “Não temos nenhuma prova de que haja extraterrestres por trás destas manifestações inexplicáveis. Mas também não temos provas do contrário”, admitiu. Segundo ele, Ele o papel do grupo que dirige é limitar-se aos dados “puramente científicos” e fornecer “informação”.
Todos os anos a agência espacial francesa cataloga entre 50 e 100 casos de objetos voadores não-identificados. Segundo Patenet, 10% desses casos merece uma investigação, mas apenas “algumas dezenas, nos últimos 30 anos mereceram o nome de OVNI”. Na nota oficial, o GEIPAN esclarece que 28% dos casos permaneceram sem uma explicação convencional. Com a divulgação, “o GEIPAN espera atrair a atenção da comunidade científica a estes fenômenos não explicados, atrás das verdadeiras revoluções científicas que talvez escondam”, finaliza a nota na página oficial da agência francesa.