Entre plantas nativas da região, como umburana, angico e aroeira, um fenômeno na Serra de Sant\’Ana, na divisa dos municípios de Lagoa Nova e Cerro-Corá, vem chamando a atenção da população nos últimos dias. Os moradores das comunidades Poço Velho e Floresta andam assustados e à procura de explicações para o que realmente está acontecendo.
À noite, são ouvidos estrondos, parecidos a tremores de terra. Em meio ao matagal, no topo da serra, a reportagem do Diário de Natal esteve nesta terça-feira (22) visitando uma área onde se formou um grande amontoado de pedras escuras e claras. Como na parte superior montanhosa não existem rochas, as que surgiram no local são como se tivessem saído do interior do solo. Muitas pessoas opinam, mas ninguém chega a uma conclusão. Falam até em vulcão. Fagner Medeiros Soares, 16 anos, que desbastava lenha na região para construção de cercas, demonstra receio de voltar ao local.
“Na semana passada, meus colegas estavam cortando lenha lá na serra, quando de repente o terreno começou a afundar. Eles correram e abandonaram a lenha”, comenta o jovem. Fenômenos semelhantesAprígio Moreira de Araújo, 72 anos, ex-minerador que tem se preocupado em tentar explicação para o fato, disse que há anos aconteceram fenômenos semelhantes, mas que não foram de igual intensidade aos ocorridos atualmente. Comparando, ele avalia que o aspecto está se tornando cada vez mais estranho.
“Pode ser até uma grande concentração de minério ou até mesmo um vulcão, que está prestes a entrar em erupção, mas só poderemos ter mais certeza quando estudiosos estiverem no local”, declarou Aprígio Moreira. As pedras amontoadas dão a impressão que passaram por uma forte explosão. “Existem pedras de há algum tempo atrás, mas podemos ter a certeza que pedras mais novas se movimentaram há pouco tempo”, analisa o ex-minerador, pegando em algumas rochas.
“São estrondos. As pedras surgiram como se vissem de debaixo da terra, de um buraco, e queimadas. Estamos torcendo que os estudiosos apareçam para nos dar uma explicação”, comenta Morreira. Para o assessor de comunicação da prefeitura de Lagoa Nova, Val Araújo, é tudo muito estranho. “É um fenômeno a se explicar, que geólogos e sismólogos poderão dar um laudo preciso”, avalia, após acompanhar a reportagem até o local.