A Ufologia perde um dos primeiros protagonista em estimular a população mundial ao interesse pelo Turismo Ufológico, especificamente para com o Brasil, na exuberante cidade de Barra do Garças – MT (516 km de Cuiabá). Faleceu, às 14h00 de 03 de fevereiro, no Hospital Santa Rosa de Cuiabá, aos 84 anos, o ex-prefeito Valdon Varjão. Desta forma, o estado de Mato Grosso perde um ilustre homem, com uma grade curricular admirável: empresário, historiador e ex-prefeito de Barra do Garças (por duas vezes), escreveu 28 livros retratando a história de Barra do Garças e do Vale do Araguaia.
Varjão ganhou notoriedade pela elaboração do polêmico projeto “Discoporto”, idéia aceita pelo congresso, justamente levando em conta o afamado acervo de relatos sobre o tema na região, porém o intuito era divulgar a cidade e atrair turistas, nada além disso. A sua dedicação sempre foi a política e, especialmente, o povo barra-garcense e suas histórias. Além de inúmeras bem feitorias realizadas pelo ex-prefeito em prol da cidade, Varjão não deixava de sinalizar o seu interesse pela Ufologia, adquirindo e colecionando um grande arquivo de fotos e histórias ufológicas, tanto relatadas pela região. Motivo que o encorajou a arriscar o inusitado projeto de “aeroporto para disco voador”, uma idéia de impacto e polêmica, justamente visando afamar a “misteriosa” cidade de Barra do Garças, que retém um grande rosário de estranhas histórias, lendas, mitos, em especial, a Ufologia.
A rotina dos relatos Ufológicos pela região foi o alicerce para a aprovação do projeto, assim, Barra do Garças ficou internacionalmente conhecida pela original idéia de abrigar um aeroporto para disco voadores, que tempos depois seria imitado por outros prefeitos e, até mesmo, por outros países. Embora ressentido com as gozações que enfrentou, razão pela qual passou a ser mais cauteloso em relação ao polêmico projeto; Varjão alcançou seu objetivo. “A idéia não era exatamente atrair discos voadores para Barra do Garças, mas sim turistas, e assim usar o potencial que a cidade tem nessa área”, ressaltou o ex-prefeito, num de seus desabafos. O polêmico projeto foi destinado ao Parque Estadual da Serra Azul, uma protegida reserva ambiental quase que ao lado da Serra do Roncador, nas proximidades da cidade, local repleto de inúmeras trilhas, 14 cachoeiras, diversos sítios arqueológicos e palenteológicos e um mirante com a estátua do Cristo Redentor, num ponto privilegiado de onde é possível apreciar as três cidades vizinhas – Barra, Aragarças e Pontal do Araguaia.
Nada foi desmatado para a implantação do “discoporto”, foram reservados uma área limpa de cinco hectares para o funcionamento de um atrativo turístico. “Eu queria colocar Barra na mídia, pois a cidade tinha pouca divulgação e exploração turística. Como esta região sempre teve histórias de UFOs e um misticismo muito forte, aproveitei a idéia”, explicou. Custeou do próprio bolso, a idéia de apresentar alguns painéis ilustrados e maquetes de discos voadores para que turistas tirassem fotos e levassem para casa lembranças sobre aquilo que ficou conhecido como o primeiro “aeroporto de disco voador” do mundo. O local é muito visitado por turistas de todo o país, atraídos pelo fascínio que os casos ufológicos da região – esses sim reais – causam. Varjão já foi rotulado de “louco”, “lunático”, “visionário” e até coisas mais pesadas, mas graças a excentricidade de sua idéia o ex-prefeito acabou por colocar a cidade no mapa. Convidado a participar de inúmeros programas de tevê, chamou a atenção da imprensa de todo o país e do exterior ao mostrar a rica casuística que envolve toda a região.
Curiosamente e por coincidência, no dia de sua morte, a cidade de Barra do Garças estava a homenageá-lo com um carnaval diferente, intitulado “Carnaval das Galáxias”, com decorações de disco voador e enfeites que lembravam extraterrestres, em alusão ao discoporto, uma homenagem enfatizada pelo atual prefeito Zózimo Chaparral (PC do B), que teve Varjão como colega de trabalho quando vereador. Logo após a morte de Varjão, o prefeito Zózimo decretou luto oficial de três dias. Porém, por uma decisão da família, o carnaval de rua focado na porta da residência de Varjão continuou normalmente.
Todavia, foi na política que Varjão se mostrou mais respeitado, se tornando prefeito da cidade de Barra do Garças por duas vezes (1959 à 1963; 1973 à 1977), vereador, deputado estadual, senador da república e ocupou posição como membro da Academia Mato-grossense de Letras. Alcançou um marco ao ser considerado o primeiro homem negro a ter ocupado a posição de Senador na história da república brasileira. Poucos sabem, mas foi ele o autor responsável pelo projeto proibindo a venda de órgãos humanos no Brasil. Foi considerado um dos últimos personagens vivos dos primórdios histórico de Barra do Garças, “além de ser um personagem visionário que percebeu a tendência e perfil do município para o eco-turismo e turismo ufológico”, comenta Mônica Porto, do Conselho Municipal de Turismo e proprietária da agencia Aventur Turismo. Entre as 28 obras publicadas por Varjão, encontra-se: “Barra do Garças no passado” (Histórico); “Negro sim, Escravo Não”; “A integração racial”; “Filinto Muller: Um líder”; entre outros.
O triste velório ocorreu no auditório da prefeitura de Barra do Garças (MT). Antes do sepultamento – ocorrido às 17 horas do dia 04 de fevereiro – foi feita uma homenagem, em vídeo, montado por um dos artistas, o senhor Genito Santos, responsável pela arte e elaboração das maquetes de disco voador na área destinada (5 hectares) ao “discoporto”. Genito apresentou um fantástico trabalho de entrevista e registros históricos de um dos mais ilustres homens que Mato Grosso já teve – Valdon Varjão. Uma apreciável amostra em homenagem que emocionou muita gente, a apresentação se deu em um telão acima do caixão de Valdo, no auditório da prefeitura (local que inclusive foi palco do maior encontro de Ufologia e Parapsicologia que Mato Grosso já teve – junho de 2004), um vídeo com tempo de 5 minutos falando sobre a vida dele, a sua história, com um espaço considerável à ufologia na argumentação do Valdo Varjão, incluindo comentários sobre o projeto “Discoporto”. Nesse pequeno documentário, as palavras de Varjão – registrados quando vida – fizeram muita gente chorar, palavras que marcaram e emocionou a todos da platéia.
A Revista UFO e sua Equipe agradecem o apoio (direto e indireto) que Valdon Varjão prestou a Ufologia Brasileira. Prestamos nossas
condolências a família de Valdo, assim como, a toda população barra-garcense.“Uma grande perda, pois foi ele o pioneiro em elaborar um projeto Ufo-turístico, trazendo muitos interessados ao tema para com a região de Barra do Garças. Atualmente Barra do Garças recebe anualmente muitos turistas interessados em presenciar o que de fato essa região apresenta ao tema UFO e Valdo foi (direta e indiretamente) um dos maiores contribuidores para afamar curiosidade ao tema turismo Ufológico”. (Ataíde Ferreira da Silva Neto – membro do Conselho Editorial da Revista UFO).