Durante a onda do chupa-chupa, especialmente em 1977, muitos fatos assombrosos viraram rotina na vida dos moradores das áreas atingidas, o que deixou os militares que conduziam a Operação Prato impotentes ante à gravidade do assunto. Somente na Baía do Sol, no litoral do Pará, centenas de casos foram registrados com grande intensidade entre o mês de maio de 1977 e o início de 1978. Nesse período, o jornal O Estado do Pará, de Belém, enviou o jornalista Biamir Siqueira e o fotógrafo José Ribamar dos Prazeres ao local, para cobertura dos acontecimentos. O resultado das vigílias dos profissionais foi publicado nas edições de 25 a 29 de junho de 1978. Várias das naves observadas tinham formatos estranhos e amedrontadores.
Alguns casos, embora mais raros, eram de humanoides vistos dentro e fora de luzes vampiras, como eram conhecidas. Os seres tinham cerca de 1,5 m de altura e feições asiáticas, com olhos oblíquos — algumas testemunhas, como a doutora Wellaide Cecim Carvalho, afirmaram que tinham cabelos loiros. Em 1984, o jornalista Siqueira e o fotógrafo Ribamar conversaram com o ufólogo e biomédico Daniel Rebisso Giese, autor do livro Vampiros Extraterrestres na Amazônia [Edição particular, ano 1991].
Clarão de cor azulada
Seu relato é pungente. “Permanecemos 41 dias na região interiorana paraense, especificamente na ilha do Mosqueiro. Ao longo dessa temporada, observamos vários UFOs e tivemos a oportunidade de fotografá-los”, disse Ribamar. Ele contou ainda que os primeiros dias foram sem novidades, mas a partir do momento em que colocaram uma faixa vermelha, preta e branca sobre o capô do carro da reportagem, tiveram mais sorte nos avistamentos.
“Essa questão da faixa colorida nos foi indicada por um conhecido que na época trabalhava na Aeronáutica, junto com as equipes que formavam a Operação Prato”, disse o profissional. Ele contou a Giese que, segundo seu informante, as cores eram as observadas em alguns UFOs. “A primeira vez que vimos uma nave, estávamos no automóvel da redação de O Estado cochilando quando fomos subitamente acordados por um intenso clarão de cor azulada, tendendo para o cinza. Sentimos um forte impacto, como se aquela luz tivesse força”. A dupla saiu do carro imediatamente e pôde ver uma nave sobrevoando o local, a uns 20 m de altura, logo recolhendo seu feixe luminoso e desaparecendo.
Contou Ribamar: “Naquela noite não tive condições de fotografar o aparelho devido à surpresa e ao meu estado emocional”. Ele é autor de muitas das fotografias que circularam em livros e revistas no Brasil e exterior como tendo sido obtidas pelos militares da Operação Prato. Não foram feitas por eles, mas confiscadas das redações de jornais como O Estado do Pará e O Liberal, a mando do coronel Uyrangê Hollanda. Isso é um dos argumentos básicos que faz cair por terra alegações de que parentes dos militares que participaram da missão militar teriam fraudado fotos [Veja matéria nesta série].
O impacto do fenômeno sobre Biamir Siqueira e José Ribamar dos Prazeres foi realmente intenso, tanto que eles fizeram uma pausa nas observações e voltaram a Belém abalados. Mas estudiosos envolvidos na pesquisa do fenômeno chupa-chupa não obtiveram confirmação alguma — quer dos militares, quer de outras fontes — da eficiência do uso das faixas tricolores para a visualização de UFOs. Em 25 de junho de 1978, O Estado do Pará voltou a descrever mais casos envolvendo a dupla que o servia. Segundo o jornal, em 24 de maio daquele ano aconteceu algo inacreditável com eles na rampa de acesso ao mar da Baía do Sol, na Ilha do Mosqueiro.
Foco em forma de tubo
A noite estava escura e não havia estrelas no céu. Às 02h00, abrigados no carro devido à forte chuva, os repórteres foram despertados por um acentuado foco de luz que inexplicavelmente ultrapassou a estrutura metálica do teto do veículo. Sobressaltados, saíram rapidamente e comprovaram, já um pouco distantes do veículo, que o foco em forma de tubo e com cerca de 25 cm de diâmetro era dirigido do alto sobre o teto do carro, simplesmente atravessando a chapa de metal. Tudo durou aproximadamente dois minutos e foi vivido com intensa emoção pelos observadores.