O projeto, que acaba de ser divulgado, está a cargo do grupo Ancient Human Occupation of Britain (AHOB), formado por arqueólogos, paleontólogos e geólogos do Museu de História Natural, além de especialistas do Museu Britânico e das universidades de Londres e de Durham – norte da Inglaterra.
Os cientistas trabalharão com base em um dente de uma mandíbula superior, que até agora se acreditava que pertencia a um homem moderno que morou em terras britânicas há cerca de 35 mil anos.
O professor Chris Stringer, pesquisador de Origens Humanas do Museu de História Natural, afirmou que se trata de um teste muito importante com resultados históricos. O fragmento da mandíbula superior foi encontrado em 1926 em Devon, sudoeste da Inglaterra, e no início se pensava que era humano, mas os especialistas acreditam agora que pode ser mais antigo.
Stringer não descarta que o dente possa ser de cerca de 50 mil anos, o que seria algo “histórico”. Diretor do AHOB, Stringer afirmou que o “DNA de um Neanderthal é muito distintivo e apareceria claramente nos testes”. “A equipe está muito animada, mas necessitamos de um pouco de sorte, pois é possível que o DNA não tenha perdurado”, declarou o professor.
O Museu de Torquay, em Devon, que tem a posse do fóssil, concordou no início com do testes de DNA. Graças a uma análise de radiocarbono realizada em 1980 os cientistas estimaram que o fóssil tinha cerca de 35 mil anos, mas agora se quer estabelecer se é mais antigo e se corresponde ao homem de Neandertal.
Caso isto seja confirmado, estes seriam os primeiros restos de um Neandertal na Grã-Bretanha, pois os únicos descobertos até agora estavam na ilha de Jersey. O AHOB foi formado em 2001 com um fundo de 1,2 milhão de libras – cerca de 1,7 milhão de euros – da entidade beneficiente The Leverhulme Truste, que oferece ajuda para a educação e para a pesquisa.
O homem de Neandertal é uma espécie do gênero Homo que habitou a Europa e partes da Ásia ocidental entre 230 mil e 29 mil anos atrás, durante o período Paleolítico médio.