O planeta Júpiter, de acordo com as mais modernas teorias astronômicas, serve como protetor do sistema solar interior, e por conseguinte da Terra. Esse fato se deve a sua imensa gravidade, que altera a órbita ou atrai para uma destruição em sua vasta atmosfera toda sorte de objetos como asteroides e cometas. O exemplo mais espetacular é a colisão do cometa Shoemaker-Levy 9 com o gigantesco planeta, filmada em 1994. Esse corpo celeste foi despedaçado pela gravidade de Júpiter em mais de 20 pedaços, que produziram colossais explosões quando do impacto no planeta. Uma das bolas de fogo fotografadas na ocasião é maior que a Terra.
O planeta foi atingido por ao menos quatro impactos desde julho de 2009. Nessa ocasião, astrônomos amadores observaram uma marca escura do tamanho do Oceano Pacífico nas nuvens, e a hipótese é que foi o resultado do mergulho de um asteróide. Em 2010 um impacto foi reportado em junho, e um segundo em agosto. Os comentários na comunidade astronômica são de que a facilidade de acesso a bons telescópios e aperfeiçoadas câmeras digitais fazem com que os astrônomos amadores possam fornecer contribuições significativas para esse campo.
O mais recente impacto ocorreu na segunda-feira, dia 10 de setembro, e causou um brilho de tal magnitude que pôde ser filmado da Terra. O evento foi primeiro informado pelo astrônomo amador Dan Peterson, de Racine, estado norte-americano do Wisconsin, e publicou sua descoberta no site Spaceweather.com. De acordo com Peterson: “Foi um flash brilhante que durou entre 1,5 e 2 segundos”, e ele acrescenta que ocorreu na parte sul de um cinturão de nuvens localizado no hemisfério norte do planeta. Ele utilizou um telescópio Meade LX200GPS de 12 polegadas.
Peterson expõe em seu informe a teoria de que o objeto responsável foi um pequeno cometa não detectado previamente, e que o impacto não deixou regiões escuras no topo da atmosfera de Júpiter, como no caso do Shoemaker-Levy 9 em 1994. Outro astrônomo amador, George Hall de Dallas, Texas, leu o informe de Peterson e foi verificar os vídeos que havia gravado na madrugada anterior com seu equipamento. Surpreendentemente, ele havia conseguido filmar o impacto, utilizando um telescópio similar ao do colega, equipado com uma câmera 3x Televue Barlow and Point Grey Flea 3.
Assista ao vídeo que flagrou o evento em Júpiter