O Universo se expande a um ritmo cada vez mais rápido, segundo conclusões de astrônomos britânicos baseadas na observação da chamada energia escura, com a ajuda do telescópio de raios X Chandra. “A energia escura empurra [o Universo] para o exterior e acelera sua expansão”, disse o responsável pela pesquisa, Steve Allen, astrofísico do Instituto de Astronomia de Cambridge, no Reino Unido, durante uma conferência nos Estados Unidos.”Esta é uma confirmação direta, que tem importantes implicações para o futuro do Universo”, acrescentou.Segundo estimativas, o Universo é composto de 75% de energia escura, 21% de matéria escura e apenas 4% de matéria normal, como a que compõe a Terra.Os pesquisadores desconhecem a composição da energia escura, mas acreditam que sua densidade determina o ritmo de expansão do Universo. “O Universo está se expandindo mais rapidamente e, atualmente, a questão é saber o motivo”, comentou Paul Hertz, pesquisador da Nasa (agência espacial norte-americana). “Até compreendermos o que compõe a energia escura, todas as opções são possíveis [para o futuro do Universo]”, disse.Cenários possíveisDe acordo com os especialistas, há três possibilidades para o futuro do Universo em função da densidade da energia escura.Em um primeiro cenário, se sua densidade permanecer constante, a aceleração da expansão vai continuar e “em bilhões de anos, no lugar das bilhões de galáxias observáveis, o céu compreenderá somente algumas centenas. Será um lugar muito solitário”, explicou Hertz.Em contrapartida, se a densidade se reduzir, “a expansão vai decrescer até o ponto em que o Universo se desaprume novamente antes de uma derrubada geral, de seu desaparecimento e, quem sabe, de um novo Big Bang”.A terceira opção seria um aumento da densidade da energia escura, cujo último efeito seria “uma destruição dos átomos que compõem toda a matéria”, acrescentou Hertz.”A energia escura domina o Universo e pode dominá-lo ainda mais no futuro”, apontou Allen, para quem a teoria formulada por Albert Einstein, de uma densidade constante da energia escura, parece ser um bom modelo de trabalho para os pesquisadores.”Enquanto não tivermos, porém, uma melhor compreensão da aceleração cósmica e da natureza da energia escura, não poderemos compreender o destino do Universo”, ressaltou Michel Turner, pesquisador independente da Universidade de Chicago e da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos.