John E. Mack, famoso em todo o mundo por ter sido o primeiro psiquiatra de fama a aplicar seus conhecimentos aos “Contatos Imediatos de 4º grau”, faleceu em Londres no mês de setembro passado, em um acidente automobilístico. Mack, que também ficou famoso na Itália graças ao seu bestseller Rapiti!, publicado em 1995 pela Mondadori, fundou um programa de pesquisa para as experiências extraordinárias denominado Program for Extraordinary Experience Research (PEER). As suas práticas médicas, baseadas na ótica ufológica, eram seguidas por vários outros colegas psicoterapeutas, mas também duramente criticadas por outros. O Prêmio Pulitzer, recebido por ele pelos trabalhos publicados, estava entre as suas principais satisfações. A comunidade ufológica sente bastante a perda de Mack, importante figura da Ufologia Mundial. Mas suas contribuições e os resultados de suas pesquisas ainda continuam fazendo parte do cenário ufológico, e inspirando muitos pesquisadores mundo afora. Valeu, Mack, pela importante colaboração que deu ao desenvolvimento da ciência e por ter iluminado a consciência de muitos em relação ao Fenômeno UFO. Foi uma grande perda, de um homem que deixou grandes lições…….. A Revista UFO traz com exclusividade aos seus leitores o último texto escrito por este importante ufólogo antes de seu falecimento. Confira abaixo: Nota ? Unknowncountry.com não é um website político e não publica opiniões políticas. Contudo, este é o último material escrito deixado pelo Dr. John Mack, que foi muito querido pela comunidade das pessoas interessadas no Fenômeno UFO e também por aquelas envolvidas na pesquisa ufológica. Assim sendo, este material está sendo publicado em sua memória. O Dr. John Mack morreu tragicamente em 27 de setembro de 2004. Resistindo à política do medo http://www.unknowncountry.com/mindframe/opinion/?id=171 John Mack, PhD O senador John Edwards e muitos outros americanos acreditam que o vice-presidente Cheney ?ultrapassou os limites? ao dizer que se nós escolhêssemos John Kerry ao invés de George Bush ?nós seremos atacados novamente, e seremos atacados de uma maneira devastadora do ponto de vista dos Estados Unidos?. Mas eu creio que este limite foi ultrapassado há muitos meses quando o presidente Bush e sua administração optaram por manipular as mentes do nosso povo ao incansavelmente ameaçar-nos com o perigo de ataques terroristas. Pelo fato do perigo terrorista ser algo real, é especialmente importante termos a capacidade de avaliar o risco que enfrentamos sem distorcer a nossa avaliação por interesse político. Não há nada de novo nesta estratégia de ganhar e segurar o poder. Escritores que vão desde o historiador grego Thucydides ao Barão de Montesquieu, e até mesmo Herman Goering, no século 20, nos disseram que tudo o que os líderes de uma nação precisam fazer para reter o poder é focalizar as atenções em uma ameaça externa e acusar aqueles que não concordam com os seus planos de falta de patriotismo e de exporem o seu país ao perigo. O que pode, talvez, ser único neste caso é o modo sistemático, virtualmente científico, que a administração atual tem usado o medo para controlar a dissidência e aumentar o medo que se espera que sintamos. Em uma conferência com o tema Medo: seus usos e abusos políticos, patrocinada em fevereiro pela New School University, em Nova York, os organizadores perceberam que ?este talvez seja o único momento em nossa história em que nós não somente temos sido advertidos que devemos ter medo, mas em que nos tem sido dito exatamente o quanto medo devemos sentir (alertas vermelhos, laranjas ou amarelos), e mesmo assim, independentemente de quanto medo estejamos sentido, não recebemos nenhuma recomendação do que devemos fazer, exceto talvez, que devemos temer estrangeiros e estocar fita vedante para ar-condicionado e água mineral?. O terrorismo é, obviamente, uma ameaça genuína. Mas o uso incessante da retórica do terror, violência e perigo, que tem acompanhado um número crescente de alarmes falsos, anestesia nossas mentes e nos rouba o poder de distinguir a verdade das mentiras e de diferenciar os perigos autênticos daqueles que são criados para propósitos políticos domésticos. Linguagem bombástica e ameaças vazias confundem-se com força, e a conversa machista e boba sobre homens afeminados ou o escárnio da sensibilidade podem encobrir ignorância e fraqueza. Este tipo de medo pode, como já o fez no passado, levar a atos injustificados de agressão sendo cometidos em nosso nome. Há outras conseqüências danosas advindas da política do medo. Ela pode e tem sido usada para tirar nossa liberdade enquanto nós pregamos sobre a liberdade e democracia para os outros. Ela nos traz um tipo de regressão psicológica nacional, reduzindo nossas mentes a modos excessivamente simplistas de pensamento, que o colunista conservador Charley Reese chamou de ?mundo de revista em quadrinhos dos heróis americanos e dos vilões estrangeiros?. Os próprios líderes, no final das contas, acabam por se convencerem das suas próprias projeções ameaçadoras e inevitavelmente sucumbem à atmosfera de medo que eles ajudaram a criar. Seu julgamento torna-se então, parcial, e eles acabam falhando em identificar os perigos verdadeiros enquanto insuflam, como no caso do Iraque, ameaças à nossa segurança nacional que não existem realmente. Enquanto essa regressão afeta aqueles na hierarquia de comando política, pode parecer repugnante, mas nada surpreendente, que atrocidades como aquelas na prisão de Abu Ghraib sejam cometidas, mesmo até, por mulheres. O pior talvez seja o que a política do medo tem feito com nossos valores enquanto um povo. O poeta Michael Blumenthal, ao retornar aos Estados Unidos, após três meses vivendo na Europa, encontrou aqui ?uma nação amedrontada e amedrontadora, uma nação desprovida de generosidade, humanidade, decência e caridade,? uma nação ?que parece incapaz de achar qualquer razão mais profunda para o seu patriotismo, além de uma atmosfera cinicamente manipulada de ansiedade e medo.? Assim, o ex-assistente do presidente John F. Kennedy, Theodore Sorenson, em um discurso de formatura em Nebraska em março passado, advertiu dos danos sendo cometidos ao ?próprio coração e alma deste país?, enquanto caminhamos ?em direção a uma mediocridade mesquinha em lugar de um nobre farol?. Alguns de nós estamos despertando para o perigo da política do medo. Vozes têm-se levantado em oposição. Catharine Gamboa, de Baltimore, escreve ao editor: ?Me recuso a me permitir ser aterrorizada e explicitamente manipulada por essas baterias inconvenientes,? e Steve Mavros, da Philadelphia, declara estar ?totalmente cansado de viver em perigo?, e dos ?alertas me dizendo se eu posso ou não sair de casa? (New York Times, 9 de setembro, pág. A32). Kasey Hrehocik, uma aluna concluinte da Escola Secundária Poteet, no Texas, escreveu uma dissertação se opondo à ?disseminação do medo? à qual ela havia sido exposta. ?Quando nós permitimos que o medo sobreponha-se às defesas sociais que mantêm os nossos valores e ideais unidos?, ela adverte, ?nós permitimos que o nosso lar, a América, se torne um pântano podre de lixo preenchido com manipulações e mentiras?. Contudo, vozes isoladas como essas destes bravos cidadãos devem ser unidas por uma forte maré de resistência. O mau uso do medo para controlar nossas mentes deveria tornar-se um foco central de atenção da nossa consciência nacional, e os estudantes de todos os níveis do nosso sistema educacional deveriam ser ensinados a reconhecer os sinais deste estratagema corrosivo. Somente dessa forma, creio, seremos capazes de preservar os nossos valores e integridade nacional, e fazer assim as escolhas inteligentes das quais a segurança e a satisfação genuína dependem. Este editorial foi escrito para o Boston Globe.