A origem da vida constitui um dos maiores mistérios da ciência. Infelizmente, até hoje não se elaborou uma teoria que respondesse satisfatoriamente a todas as questões envoltas neste episódio. A teoria mais famosa, a denominada “sopa primordial”, na qual estruturas químicas que dariam origem aos primeiros seres vivos teriam surgido nos oceanos primordiais da Terra, ricos em matéria orgânica, já encontra hoje alguns obstáculos. Novas pesquisas têm mostrado que a atmosfera da Terra primitiva, por exemplo, não era exatamente como se imaginava na época em que esta teoria era o pensamento corrente. Segundo a mesma, as substâncias da primeira atmosfera do planeta seriam vapor d’água (H2O), hidrogênio (H2), amônia (NH3) e metano (CH4). Estudos de datação radiométrica, incluindo trabalhos de alguns pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), vêm mostrando que, por exemplo, a atmosfera primordial da Terra não continha amônia. E ainda, há alguns pesquisadores levantando a hipótese de que a vida nem sequer teria surgido na água, mas talvez em substâncias como a argila. Ocorre que a estrutura química da argila possui a capacidade de se auto-replicar, seguindo um mecanismo específico muito semelhante ao código genético dos seres vivos, embora bem menos complexo. Tal estrutura recebeu o oportuno nome de cristal-gene.
Como se pode concluir a partir disso, quanto à origem da vida, há muitas perguntas e praticamente nenhuma resposta. Uma área do conhecimento que vem contribuindo para elucidar alguns destes mistérios é a evolução biológica. Antes de compreender a origem e evolução da vida, é preciso antes ter em mente o conceito de vida. Este assunto já foi – e de certa forma ainda é – alvo de muitos debates. A definição mais aceita atualmente considera como vida um sistema químico auto-sustentado capaz de se replicar e de evoluir, por mutação aleatória. Um conceito que pode parecer incompleto, dependendo da maneira como se interpreta. Pode-se afirmar, por exemplo, que ele não inclui os aspectos referentes à nutrição, característica essencial aos seres vivos. Mas é o melhor possível, pelo menos por enquanto.
Origem das espécies — No século XIX os naturalistas ingleses Charles Robert Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913) apresentaram, praticamente ao mesmo tempo, a partir de trabalhos realizados em regiões diferentes do planeta, uma teoria que mais tarde viria a ser conhecida como Seleção Natural. Por mostrar maior número de evidências e ter lançado em 1859, o livro A Origem das Espécies, onde demonstrava suas idéias, Darwin ficou bem mais famoso. Na verdade, ele demorou décadas para publicar suas anotações e conclusões em forma de livro. Não era para menos. A teoria demonstrava não apenas que os seres vivos evoluíam, como também que a espécie humana era apenas mais um ser vivo, sujeito aos mecanismos da evolução como todos os outros.
Isso ia de encontro ao pensamento dominante da época, embasado em conceitos religiosos. Foi um choque para muita gente, mas não o primeiro. A descoberta, na Idade Média, de que a Terra era apenas um pequeno planeta girando em torno de uma estrela dentre bilhões de outras, e no século XX, a teoria da psicanálise de Sigmund Freud, foram outros duros golpes na idéia antropocêntrica de superioridade humana pregada por alguns líderes de determinadas religiões. De formação religiosa e tendo inclusive estudado para ser padre, Darwin enfrentou um dilema moral e religioso por décadas.
Ele começou a tirar suas conclusões quando, aos 23 anos, participou da viagem no navio Beagle, rumo ao continente americano. O que mais lhe chamou a atenção foram a esplêndida diversidade biológica da América do Sul e as espécies únicas do arquipélago das Galápagos. Estudando estas últimas, começou a compreender que algumas espécies poderiam muito bem surgir a partir de outras, para se adaptarem a ambientes e nichos ecológicos desocupados. Wallace chegou a conclusões semelhantes ao estudar a também rica fauna do Sudeste Asiático.
Na verdade, o próprio conceito de evolução não era novidade no século XIX. Aristóteles, considerado por muitos como o primeiro biólogo e naturalista do Ocidente, já inferia que algumas formas de vida seriam descendentes modificados de outras. No século XIII, o naturalista árabe Ibn An Nafis levantou a hipótese de todos os seres vivos estarem se modificando e se adaptando desde a formação do mundo. O que Darwin e Wallace fizeram foi apenas sistematizar e apresentar evidências utilizando a metodologia científica. A Seleção Natural postula que os seres vivos sofrem modificações ou mutações, fazendo assim com que vários indivíduos de uma mesma espécie possam ser bem diferentes entre si. A partir daí, os indivíduos são selecionados pelo meio em que vivem. Aqueles que apresentam características que os favorecem nas presentes condições sobrevivem, podendo passar estas características aos seus descendentes. Já os com características desfavoráveis estariam fadados à extinção.
Teoria do uso e desuso — Antes de Darwin e Wallace, o zoólogo francês Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) tentou, sem sucesso, explicar a evolução por meio de uma teoria que ficou conhecida como do uso e desuso. Segundo a mesma, um órgão ou estrutura de um ser vivo que fosse freqüentemente utilizado, tenderia a aumentar de tamanho. Enquanto as que não fossem utilizadas reduziriam o seu tamanho até desapareceram. A imagem do pescoço crescente dos ancestrais da girafa esforçando-se para alcançar as folhas dos galhos mais altos das acácias ganhou fama e, posteriormente, virou motivo de chacota para Lamarck. Uma chacota injusta, diga-se de passagem, pois apesar de seu equívoco, ele era famoso e respeitado por seus trabalhos em zoologia, sendo inclusive responsável pela descoberta e classificação de milhares de espécies. Basta olhar qualquer inventário ou referência taxonômica para ver quantas espécies levam o nome Lamarck ao lado do ano em que foram descobertas.
Os experimentos do monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884), considerado o pai da genética, bem como a descoberta da estrutura do DNA por Francis Crick e James Watson, em 1953, vieram não apenas a confirmar algumas das idéias de
Darwin, como ajudar a aprimorá-las e trazer nova luz aos mecanismos da evolução. Muitos livros, inclusive alguns bem recentes, tentam explicar a evolução por meio apenas da Seleção Natural. Somente esta teoria não é suficiente, pois o próprio conceito da mesma assume uma diversidade inicial de organismos para serem selecionados. A verdade é que nos últimos 40 anos, descobriu-se que espécies novas podem surgir de outras maneiras. Bactérias e outros seres mais simples podem alterar seu código genético por meio da conjugação – a troca de DNA ou RNA durante o ato que seria um protótipo da reprodução sexuada –, ou absorver material genético dos vírus que as infectam ou mesmo do meio externo. Recentemente, descobriu-se a existência dos elementos genéticos transponíveis – os transposons –, no milho e algumas espécies de moscas e vermes, que também poderiam alterar o código genético de uma espécie, por recombinação.
Em 1971, os paleontólogos Stephen Jay Gould (1941-2002), de Harvard, e Niles Eldredge, do Museu Americano de História Natural, desenvolveram a teoria do Equilíbrio Pontuado. A mesma tenta estabelecer uma explicação para a ausência do registro fóssil em determinadas épocas da história da Terra, bem como corrigir alguns equívocos de Darwin. Gould, que ficou famoso pelos seus livros de divulgação de ciência, dentre eles Vida Maravilhosa [Editora Gradiva, 1995], onde descreve o interessante episódio do equívoco e posterior correção na classificação dos fósseis do Xisto de Burgess, no Canadá, argumentava que a vida na Terra não evoluiu de forma lenta e gradual, como Darwin imaginou inicialmente, mas em longos períodos quase sem modificações, alternados com pontos de intensa diversidade de formas, que duravam poucos milhões de anos – muito pouco do ponto de vista geológico.
Equilíbrio das espécies — Além disso, a teoria do Equilíbrio Pontuado afirma que a evolução não segue um propósito e está impregnada pelo acaso. Em Vida Maravilhosa, Gould cita, entre outros exemplos, a extinção dos dinossauros e argumenta que, se a mesma não tivesse ocorrido, a espécie humana jamais teria surgido. Isso derruba por terra idéias como “mais primitivo” ou “mais evoluído”, mostrando que evoluir não é tornar-se mais complexo, mas sim modificar para adaptar-se ao meio, mesmo que para isso tenha que se perder determinadas estruturas e passar a ser algo estruturalmente mais simples.
Embora tenha ganhado grande simpatia entre alguns pesquisadores do meio, como Richard Lewontin, tal hipótese possui muitos opositores, como o renomado zoólogo inglês Richard Dawkins. Autor de clássicos como O Gene Egoísta [Editora Itatiaia, 2001] e O Relojoeiro Cego [Companhia das Letras, 2001], e ateu convicto, Dawkins, 62 anos, admite que são os genes, e não o indivíduo, a mola mestra da evolução. Elaborou a teoria do Gene Egoísta, segundo a qual o código genético seria um verdadeiro campo de batalha, onde não apenas o indivíduo, mas todas as variáveis dos seus genes, disputariam espaço e recursos impiedosamente. Gould e Dawkins foram adversários ferrenhos e protagonistas de vários embates teóricos. A única vez em que concordaram em algo foi quando decidiram combater o Criacionismo. Contudo, suas idéias sobre o papel do acaso na evolução dos seres vivos são extremamente similares.
Parece natural que a evolução dos seres vivos, bem como a sua misteriosa origem, desperte a atenção do público para a existência de vida fora da Terra. A divertida comédia Evolução [2002], mostra seres alienígenas que chegam à Terra sob a forma de bactérias e começam a “evoluir”, passando por estágios similares a platelmintos, insetos, peixes até terminar por originar primatas autênticos. Segundo a abordagem moderna da evolução, seria mais provável que estas bactérias extraterrestres dessem origem a seres bem mais estranhos para os terráqueos, já que o processo evolutivo não segue uma direção específica e nem possui um propósito além da adaptação ao meio. No filme Planeta Vermelho [2000], as nações de uma Terra poluída e devastada unem-se para iniciar a colonização de Marte. Para isso, enviam anteriormente um verdadeiro enxame de bactérias e algas fotossintetizantes, para garantir um suprimento prévio de oxigênio. Só não esperavam que estes seres se adaptassem ao novo ambiente, produzindo tipos semelhantes a insetos e nematóides, ambos fixadores de nitrogênio e oxigênio, algo ainda desconhecido na Terra, mas quimicamente plausível. Embora este tema não seja abordado a fundo, é uma idéia interessante.
Muito mais longe nesse aspecto vai Missão Marte [2000]. Ao desembarcar no planeta, uma equipe de astronautas descobre uma nave abandonada – que, por sinal, está oculta dentro do célebre Rosto de Marte –, onde um programa visual guarda toda a história marciana. Ali os viajantes descobrem que bilhões de anos no passado Marte foi tão cheio de vida quanto é hoje a Terra e com uma tecnologia digna dos contos de Isaac Asimov, até ser atingido por um cometa. Depois disso, os marcianos sobreviventes fugiram para galáxias distantes. Uma nave ficou para trás. O marciano perdido então decidiu gravar o programa para visitantes futuros e enviar as moléculas básicas da vida para o planeta vizinho que já possuía um enorme oceano. Isso mesmo. Segundo a trama de Missão Marte, a vida na Terra teria se originado da marciana. De certa forma, os marcianos e os terráqueos seriam a mesma espécie. E a vida na Terra jamais teria surgido sem uma ajudinha externa. Exagero? Há pesquisadores sérios defendendo teorias que, se não são tão extremas, ao menos se assemelham bastante a isso.
Em seu livro Cosmos [Editora Villa Rica, 1992], o astrônomo Carl Sagan apresentou a equação do matemático e também astrônomo Frank Drake como opção de cálculo para possíveis civilizações extraterrestres. Sagan e Drake chegaram a um número de 100 mil civilizaçõe
s capazes de emitir sinais de rádio para o espaço, apenas na nossa galáxia, a Via Láctea. Os adeptos da teoria do equilíbrio pontuado, utilizando as variáveis do acaso, defendem um número que varia de 1.000 a 5.000. E os pesquisadores mais céticos chegam a menos de 10 civilizações. A verdade é que o resultado da equação de Drake depende do valor inicial escolhido, geralmente baseado na fé individual de cada um.
Evolução universal — Nas últimas décadas, alguns ufólogos sugeriram a existência de uma evolução universal da vida. Isso é extremamente difícil de se estabelecer. Primeiro porque não se conhece praticamente nada do universo e nem sequer da nossa galáxia, a Via Láctea. Segundo, porque ainda não se encontrou nenhuma evidência confiável de vida fora da Terra, quanto mais o que se poderia chamar de vida inteligente. O próprio conceito de inteligência, aliás, é motivo de controvérsias. De qualquer forma, esta é apenas uma especulação sem qualquer embasamento científico. Mais uma forma de tentar justificar seres extraterrestres de formas humanóides – tronco, cabeça, um par de braços e um par de pernas –, inviáveis segundo a concepção moderna das teorias evolucionistas. A própria teoria alienígena de Missão Marte é um exemplo deste tipo. Faltam evidências para que esta idéia chegue ao menos ao status de hipótese, quanto mais de teoria científica.
Em 2002, o geólogo Peter D. Ward e o astrônomo Don Brownlee lançaram Sós no Universo? [Editora Campus, 2000], no qual tentam provar que, embora a vida sob a forma de microrganismos possa ser até comum fora da Terra, uma mais complexa seria extremamente rara, senão única. Foi um tapa na cara dos entusiastas de discos voadores. Contudo, por não serem biólogos, Ward e Brownlee demonstram uma total falta de familiaridade com o tema ao tentar provar seus argumentos. Para muitos que estudam a evolução da vida, eles não foram felizes com este livro.
Também não se pode descartar a possibilidade de existência de formas de vida totalmente diferente do que se conhece como tal. Todos os seres vivos da Terra são constituídos fundamentalmente por hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio, além de menores concentrações de enxofre e fósforo. Alguns autores de Ficção Científica já criaram interessantes criaturas formadas por outros elementos, como silício no lugar do carbono. Um exemplo interessante é mostrado no romance Solaris [1963], de Stanislaw Lem. Levado aos cinemas de forma pouco expressiva em 2002, a trama mostra um planeta aparentemente desabitado, mas cujo enorme oceano interage com seus visitantes terráqueos de forma bem particular, lendo suas mentes e brincando com seus temores mais íntimos.
Apesar de todos os esforços, a busca por vida fora da Terra continua. Qualquer bacteriazinha serve. Os maiores candidatos são o próprio planeta Marte, que já abrigou água e talvez vida, a lua de Júpiter Europa, com seu oceano de água corrente sob uma sólida camada de gelo, e a lua de Saturno Titã, com seu grande oceano de metano e etano, e uma densa atmosfera muito parecida com o que seria a atmosfera primordial da Terra.
Cabe a ciência continuar a fazer as perguntas para descobrir os mistérios que ainda cercam a origem e a evolução da vida. Perguntas sem respostas, dados fragmentados, informações conflitantes, novas teorias e experimentos para revalidar hipóteses antigas fazem parte deste processo. E enquanto não surgir alguma evidência concreta da tal evolução cósmica defendida por alguns ufólogos, é bem mais provável que as espécies inteligentes de outros planetas sejam mais parecidas com um polvo flutuante, uma criatura de cor metálica amorfa – baseada em outro elemento químico que não o carbono –, ou mesmo algo tão inesperado e estranho quanto o oceano pensante de Solaris.
Evolucionismo versus Criacionismo
Mesmo com todas as evidências a seu favor, ainda há gente no mundo que não aceita a teoria evolucionista. São os criacionistas, indivíduos na sua maior parte religiosos que defendem a idéia de que a evolução dos seres vivos não ocorre e que Deus criou todas as espécies ao mesmo tempo, inclusive a humana, sendo que estas sempre seriam iguais ao que são hoje. Sob este ponto de vista, dinossauros, mamutes e outros seres extintos teriam sido vítimas do dilúvio bíblico. Muitos criacionistas levam ao pé da letra textos religiosos para justificar suas opiniões, tomando-os como verdades absolutas e indiscutíveis. Na maior parte dos casos, este texto é a Bíblia cristã.
Indiferente ao absurdo que estas idéias possam parecer a pessoas medianamente esclarecidas e livres de apegos fanáticos, elas vem ganhando cada vez mais adeptos em certas partes do mundo. Em alguns estados norte-americanos, como Texas e Arizona, o ensino da teoria darwinista nas escolas é contestado, quando não evitado. E já ocorreram até mesmo casos de se tentar proibir a mesma, sob a argumentação equivocada de que o evolucionismo seria “apenas uma teoria e não um fato”, revelando-se assim um total desconhecimento do verdadeiro significado do termo teoria. Evento semelhante ocorreu em 2004, no Rio de Janeiro, onde uma proposta da governadora Rosinha Mateus e sua bancada de políticos evangélicos tentou forçar o ensino de idéias religiosas como opção à teoria evolucionista. O Brasil, aliás, tem sido palco de um acentuado crescimento do criacionismo nos últimos anos.
Segundo biólogos evolucionistas e psicólogos, alguns destes indivíduos veriam na evolução uma ofensa pessoal. Por ser uma ciência, e justamente por isso mostrar o ser humano como apenas mais uma espécie da natureza, a teoria evolucionista iria de encontro à idéia propagada por alguns líderes religiosos de que a humanidade seria a obra favorita do Criador. Também há o caso de pessoas que não aceitam a evolução simplesmente por ter pensamentos equivocados sobre a mesma, como a de que o homem teria vindo do macaco.
Teorias contestam o evolucionismo — Recentemente, surgiu uma corrente que tenta contestar o evolucionismo de um ponto de vista supostamente científico. Denominada “design inteligente” – ID em inglês –, seus adeptos não se consideram criacionistas e evitam o uso de termos como Deus, fé e divindade. Seu principal argumento consiste em buscar falhas na teoria evolucionista e defender a idéia de que a existência de um universo tão complexo, quanto o que se conhece, só seria possível assumindo a existência de uma consciência cósmica superior que o teria planejado – nada mais que uma metáfora nova para Deus. Embora afirmem constantemente que a hipótese evolucionista estaria repleta de erros, estes muito raramente são mostrados. Quando o são, geralmente qualquer profissional da &a
acute;rea científica é capaz de perceber que não se trata exatamente de falhas.
Muitas vezes, descobertas que trazem mudanças em alguns detalhes da teoria da evolução – coisa corriqueira em qualquer teoria científica –, são apresentadas como provas de sua ineficácia, o que pode significar um desconhecimento do próprio método científico ou uma tentativa de se cativar o público leigo pela ignorância. Outro argumento recorrente dos partidários do ID é a existência de uma grande quantidade de perguntas sem respostas sobre a origem e a evolução da vida. Ocorre que a busca por respostas é parte da própria metodologia científica e não uma falha, como eles querem fazer parecer. É muito fácil tentar invocar algo metafísico como resposta para tudo.
Embora tente contestar a evolução de um ponto de vista que pareça a princípio objetivo, o ID nada mais é que uma nova roupagem para o criacionismo, pois assim como este, tenta buscar uma origem puramente sobrenatural para o mundo natural. Cabe aqui esclarecer que ninguém “acredita” na evolução, pois a mesma constitui um fato, assim como a translação da Terra em torno do Sol e os movimentos das partículas elementares da matéria. Ou seja, ela existe e ocorre, independente de alguém acreditar ou não.