
São cada vez mais freqüentes, em diversas partes do mundo, casos em que naves alienígenas se acidentam durante seu percurso aéreo. Os UFOs encontrados, em algumas ocasiões em perfeito estado de conservação, apresentam material bastante resistente. Quando o fato é alertado, geralmente por moradores da região, uma eficiente equipe governamental de acobertamento desloca-se imediatamente até a área, resgatando as peças do disco voador e, em alguns casos, seus tripulantes acidentados, vivos ou mortos. Eles também se encarregam de silenciar as testemunhas com ameaças, já que as provas, retiradas da área, jamais serão encontradas novamente. Entretanto, essas informações acabam vazando, pois o fato é geralmente observado por muitas pessoas, que espalham informações sobre o caso assim que percebem a gravidade da notícia e o lucro que podem obter com isso. Mas, na maioria das vezes, são os próprios civis que revelam esses segredos ufológicos, alguns em busca de uma repercussão favorável aos seus motivos financeiros. Outros o fazem por não concordar com a política de desinformação que os governos e militares impõem à população. Este é o caso específico do oficial da Marinha Norte-Americana Milton Willian Cooper, que revelou em congressos ufológicos daquele país autópsias realizadas pelas autoridades em ETs encontrados após a queda de suas naves.
Em 1947, a queda de um UFO na cidade de Roswell [Veja UFO 33 e 57], no Novo México, repercutiu em todo o mundo quando o jornal Roswell Daily Record publicou um documento oficial declarando que os EUA haviam recolhido os destroços de uma nave alienígena. Pela primeira vez um destacamento militar admitia oficialmente a existência de um possível acidente deste tipo. Contudo, assim que a Força Aérea Norte-Americana (USAF) tomou posse do material, os militares desmentiram a origem alienígena do UFO, afirmando que o objeto era apenas um balão meteorológico acoplado a um refletor de radar. Desde então, centenas de pesquisadores, tendo à frente o físico nuclear canadense Stanton Friedman [Representante de UFO no Canadá], já se dedicaram ao assunto e acusam o governo de estar acobertando os fatos. Casos como estes têm ocorrido com bastante freqüência em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, temos o Caso Varginha, detalhadamente estudado pelo ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues e outros. O fato se deu em 20 de janeiro de 1996, naquela cidade do sul de Minas Gerais, e entre seus pontos mais graves está o fuzilamento de um ET por militares da Escola de Sargentos das Armas (ESA), durante a operação de captura de vários seres não humanos [Veja UFO Especial 13 e 17]. Assim como em Roswell, também em Varginha houve um meticuloso acobertamento por conta do acordo de sigilo e da troca de informações entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.
No Nordeste brasileiro, onde a casuística ufológica é bastante rica, também encontramos casos em que naves alienígenas se acidentaram durante seus vôos, deixando vestígios que desapareceram tão rapidamente quanto surgiram. Em 1995 ocorreu um caso fantástico na Bahia, em Feira de Santana, à 112 km de Salvador. Durante alguns anos esta ocorrência tornou-se um completo mistério para a Ufologia, mas atualmente conta com subsídios que revelam cada vez mais a política de sigilo da qual falamos. No dia 12 de janeiro daquele ano, o Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ), presidido por este autor, recebeu de sua informante da TV Bahia a notícia da possível queda de um UFO na região citada. A informação, vinda originalmente de uma repórter da TV Subaé, também local, dizia que um fazendeiro conhecido como Beto Lima havia ligado para a emissora negociando imagens, em seu poder, de um disco voador acidentado em sua fazenda, naquela madrugada.
Imediatamente entramos em contato com Beto e, apesar de seu interesse comercial, conseguimos obter maiores detalhes sobre o caso. “Ontem pela madrugada caiu alguma coisa dentro de uma lagoa, em minha fazenda. Era do tamanho de um Fusca e ficou boiando, parcialmente submerso, perto da margem. Tentei puxá-lo como pude, trazendo-o para perto de mim com uma vara”, contou o fazendeiro detalhadamente, ao telefone. Beto Lima também descreveu que viu alguns seres saírem do objeto avariado. “De repente, começou a sair um líquido gosmento de dentro do objeto e duas criaturas apareceram. Uma delas estava morta quando a tirei da água. A outra, ainda viva, encontra-se comigo”, completou, para nossa total estupefação. Segundo ele, as criaturas encontradas mediam cerca de 90 cm, sendo que a que estava morta apresentava forma humana, como as de um feto. Já o vivo gemia muito e era semelhante a um bicho preguiça, peludo e com garras muito compridas. O fazendeiro disse ainda que em sua propriedade tinha guardado alguns destroços do aparelho e que estes eram de metal, possuindo cor muito semelhante a ouro.
Criaturas Não Terrestres — Diante do fabuloso relato que acabávamos de ouvir, pedimos ao homem que nos mostrasse os seres que havia capturado, para que pudéssemos confirmar sua origem extraterrestre. Beto afirmou que os traria de sua fazenda, à 25 km de Feira de Santana, perguntando antes qual seria a melhor condição para transportá-los. Cada vez mais surpresos com a possibilidade do fazendeiro estar falando a verdade, sugerimos que o ufonauta morto deveria ser colocado num saco plástico e acondicionado num recipiente de isopor com bastante gelo. Já o que ainda estava vivo deveria ser trazido numa caixa com vários furos, permitindo sua respiração. Após a conversa ao telefone, entramos em contato com os ufólogos Valmir de Souza, também do G-PAZ, Vicente Cardoso, do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), e Emanuel Paranhos, da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF), para que acompanhassem as investigações. Se confirmado, este seria o caso ufológico do século.
Dando início às pesquisas, Paranhos telefonou para a casa do fazendeiro, por volta das 20:30 h do mesmo dia, para confirmar a ida do grupo ao local. Ao se identificar, foi atendido rispidamente pela esposa do fazendeiro, que chamaremos apenas de Dona M, para sua segurança. Ela desmentiu os fatos, pedindo que não procurássemos mais seu marido, e acrescentou ainda que, por causa das “loucuras” que havia dito, recebia constantes visitas de estranhos. Dona M insistiu para o fato de que o relato de Beto à nossa equipe não era verdadeiro. “Ele costuma beber muito e dizer coisas sem fundamentos”, disse.
Vários repórteres das emissoras locais já tinham ido à propriedade do casal desde que o fazendeiro espalhou a notícia à Imprensa, mas Dona M sempre desmentia a história contada pelo marido. Tal caso poderia realmente ser apenas invenção de alguém tentando se autopromover por motivos financeiros. No entanto, vários detalhes narrados por Beto Lima nos fizeram crer que algo muito estranho estava acontecendo ou já havia acontecido. Um aspecto que contribui para nossa suspeita foi o fato de o fazendeiro ter descrito com tantos pormenores os seres que encontrou, uma vez que não poderia possuir conhecimentos sobre criaturas alienígenas distintas e raramente observadas juntas. Sua descrição deveria ter um aspecto mais lógico, pois se tratava de um homem humilde que, no máximo, teria acesso somente às informações mais triviais, contidas na literatura ufológica. Assim, resolvemos continuar insistindo em investigar o caso, sendo que, nos dias seguintes, Paranhos tentou inúmeras vezes entrar em contato com o fazendeiro. Mas, desta vez, até mesmo Beto, que antes havia nos procurado, desligava o telefone quando percebia que se tratava de nossa equipe. Este fato levou-nos a acreditar que seu alarde à Imprensa poderia ter despertado outros interessados no assunto, principalmente dos meios militares, como sempre ocorre. Em geral, quando as autoridades descobrem um fato como esse, vão imediatamente ao palco dos acontecimentos e impedem as testemunhas de confirmar o que se passou. Ufólogos e Imprensa são os que devem ser mantidos a maior distância. Na época, por causa da reticência de Beto, não conseguimos maiores detalhes sobre o caso. Mas continuamos investigando-o e buscando outras evidências que o comprovassem. Em 1996, com o acontecimento do Caso Varginha, ficamos ainda mais inquietos em busca de provas para o ocorrido em Feira de Santana.
O que nos chamou mais atenção no caso mineiro foi que uma criatura não terrestre, segundo testemunhas, teria sido fuzilada e levada para realização de autópsias pelo ESA. As mesmas testemunhas que presenciaram o fato garantem que o ser era peludo e, assim, apresentava semelhanças com o descrito por Beto. Como em Varginha, na Bahia também ficou difícil encontrar provas concretas sobre o acidente, pois tropas militares chegaram ao local da queda com extraordinária agilidade para levar os destroços. Somente tomamos conhecimento das operações de resgate porque moradores as presenciaram e, felizmente, não foram silenciados em tempo hábil. Essa analogia entre os casos não poderia ser mera coincidência, pois ainda naquele ano foram constatadas mais três ocorrências ufológicas envolvendo aviões terrestres e naves alienígenas. Um deles ocorreu em Nova York, quando um avião caiu devido à perseguição de uma luz misteriosa, segundo informações do FBI.
Blecaute Elétrico — Na medida em que o tempo foi passando, surgiram novos fatos que reforçavam nossas suspeitas de uma forte ação militar por trás de toda dificuldade de se obter provas sobre o episódio de Feira de Santana. Certo dia, a senhora Ana Becker – que costumava visitar a sede do G-PAZ desde que fora raptada por seres extraterrestres, em 1994 – comentou um fato que nos ajudaria bastante. Disse a abduzida que seu ex-cunhado, que identificaremos neste texto apenas como Senhor E, residente na cidade em que se deu a queda, contou-lhe que um funcionário da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) fez alusão ao caso. Ele verificava uma rede elétrica danificada por causa de um blecaute, na madrugada do dia 12 de janeiro de 1995, dia do acidente, quando viu sair do quartel do 35º Batalhão de Infantaria três caminhões com vários soldados, em alta velocidade. Ao notarem sua presença, os militares pararam os veículos e pressionaram o rapaz para que não comentasse absolutamente nada do que tinha visto. Estava aí um indício que nos incentivaria a procurar mais comprovações para o relato de Beto.
De posse dessas informações, este autor e Emanuel Paranhos foram a Feira de Santana para entrar em contato com o Senhor E, a fim de confirmar as informações obtidas por Becker. Marcamos uma visita à casa do rapaz e, assim que chegamos ao local, coincidentemente encontramos na propriedade o mencionado funcionário da Coelba e, logo depois, seu supervisor e um gerente de operações da empresa. Assim, concluímos que o Senhor E poderia tê-los alertado sobre nossa visita, ou seu telefone estaria grampeado. De qualquer maneira, começamos a questioná-los sobre os acontecimentos daquela madrugada, mas, inicialmente, todos negaram qualquer conhecimento do fato. Somente após muita insistência é que disseram lembrar do blecaute. Contudo, asseveraram que não havia qualquer ligação com a história de Beto – que, segundo um deles, teria ocorrido um mês após o apagão. Perguntamos então se haveria possibilidade de se obter uma cópia das ordens de serviço daquele período, para confirmar a data da ocorrência. Mas os funcionários da Coelba alegaram que tais ordens não ficavam arquivadas por tanto tempo. Mais tarde ficamos sabendo que os chefes da empresa também tinham sido coagidos para não falarem sobre o episódio daquele dia.
No mês de janeiro daquele ano ocorreram dois blecautes em Feira de Santana. O primeiro no dia 02, que em nota à Imprensa a Coelba afirmou ser um fato já resolvido. Disse ainda que ressarciria os moradores que tiveram seus aparelhos eletrônicos danificados por conta do evento. Neste caso, os relógios de controle da empresa oscilaram muito durante a madrugada, mas tanto ela quanto a Companhia Hidroelétrica de São Francisco (CHESF) não sabiam o que tinha causado o fenômeno. Seria o início das atividades ufológicas em Feira de Santana? O segundo blecaute ocorreu na madrugada do dia 12, e acredita-se que tenha sido provocado pela própria companhia para acobertar com segurança a operação de resgate do UFO acidentado. Foram estas operações as observadas pelos funcionários da Coelba.
Carta Anônima — Por outro lado, um informante do G-PAZ, que teve acesso aos computadores da empresa e aos seus arquivos microfilmados, afirmou que os registros daquela data tinham sido apagados. O caso ficou sob suspense, até que em 1998 surgiram outros fatores que corroboraram algumas questões levantadas desde o início das investigações, em janeiro de 1995. Concedemos algumas entrevistas para a rádio Sociedade da Feira de Santana e, em uma dessas ocasiões, revelamos o caso ao público, discorrendo sobre o trabalho do G-PAZ na região durante os últimos anos. Nossa pretensão era obter maiores informações de pessoas que ainda desconheciam as investigações do grupo e inquietar os encarregados na manutenção da política de sigilo aos fatos. Isso atraiu os membros da Equipe de Estudos do Fenômeno Extraterrestre (EFE) e da Sociedade de Estudos Ufológicos de Feira de Santana (SEUFS), que foram os únicos a se prontificar em colaborar conosco. Dias depois de nossa primeira entrevista, uma carta anônima foi enviada ao G-PAZ para o endereço daquela estaç&at
ilde;o de rádio, revelando detalhes que complementavam o relato do fazendeiro Beto.
Na correspondência, assinada apenas por alguém que se identificara como “um amigo”, encontramos o relato de que há três anos havia caído um UFO em Feira de Santana. O tal amigo afirmava ter presenciado tudo o que ocorrera, participando, inclusive, da operação de resgate. “Houve pelo menos duas corporações envolvidas no resgate do UFO, e foram enviados todos os esforços para que nada vazasse. Os membros da operação foram até mesmo ameaçados de prisão se a notícia viesse a ser divulgada”, descreveu o missivista anônimo. “Só estou contando isso porque não agüento mais a pressão e preciso desabafar!”. Após ler a carta resolvemos procurar novamente Beto, supondo que pudesse ser ele mesmo o autor do desabafo. Chegamos até sua propriedade e o encontramos bastante nervoso com nossa presença.
Quando o interrogamos, tentou nos confundir dizendo que o homem que procurávamos era outro Beto, um tal de Paulo Humberto, proprietário de uma fazenda em Jaíba, localidade vizinha onde se situava a Lagoa Berréca. Pelo que estimávamos, este seria o local do acidente, onde o UFO teria sido encontrado. Ao perceber que não tínhamos acreditado em seu discurso, assumiu finalmente ser quem procurávamos. E afirmou novamente que não gostaria de se envolver com o caso, por medo do que poderia acontecer a sua família. Por ser sargento reformado, recebia constantes ameaças dos oficiais da Marinha brasileira caso não mantivesse sigilo. Mesmo assim, durante a conversa que tivemos, Beto disse que o UFO encontrado possuía um sistema de camuflagem que utilizaria uma espécie de espelho para refletir a paisagem ao seu redor, fazendo com que se confundisse com o meio. Isso dificultaria sua localização imediata.
Por nossa insistência, mencionou a existência de locais numa região próxima à fazenda que chamava de “portais dimensionais”, no município Riachão do Jacuípe. Por fim, disse que há tempos vinha sofrendo de insônia e, assim como seus filhos, tinha sangramentos nasais. “Sempre acordo de madrugada com muita dor de cabeça, e quando vou para a varanda, vejo várias luzes próximas ao coqueiro. Um vizinho disse-me que também já pode vê-las”. Conversamos durante um bom tempo com Beto Lima e deixamos nosso número de telefone para que entrasse em contato em outras ocasiões. Mas depois daquele encontro não tivemos mais notícias suas. No ano seguinte, em 1999, novos fatos surgiram para corroborar a história. Recebemos em nossa sede a cópia de uma correspondência assinada por “um soldado brasileiro”, que revelava outros detalhes da operação militar de resgate dos corpos e fragmentos da nave acidentada na propriedade de Beto. A missiva também foi enviada para um programa do SBT que tinha divulgado o Caso Varginha, e para a jornalista Maria de Fátima Dannemann, de Salvador. Segundo o relato, “… na madrugada do dia 12 de janeiro de 1995, por volta de 01:30 h, houve um apagão em Feira de Santana, atingindo cidades localizadas até a divisa da Bahia com Sergipe. Pouco depois, chegou uma mensagem ao comando de minha unidade militar. Saímos às 05:30 h da manhã, em três caminhões, rumo ao interior. Alguma coisa tinha acontecido numa fazenda das redondezas”. Pelo que tomamos conhecimento no espantoso relato, quando os soldados chegaram ao local do acidente não havia sinal de incêndio ou fumaça, o que caracterizaria queda de um possível avião. Segundo o tal “soldado brasileiro”, todos os militares trabalharam calmamente no resgate. Apenas o comandante parecia estar muito nervoso, e gritava com seus subordinados para que o acompanhassem até o interior da casa, que estava fechada.
Dizia ainda nosso informante, em sua carta anônima, que o empregado da fazenda atendeu prontamente ao batalhão, que estava armado com munições de guerra. Ao entrar na residência, os soldados começaram a vasculhá-la – até que, de repente, alguns dos homens saíram carregando um animal semelhante a um bicho preguiça, que se debatia muito enquanto era segurado. Atrás dele, outro soldado carregava o que pareceu ser uma criança de seis a sete anos, bem franzina e aparentando estar morta.
Metal Brilhante — Ambas as criaturas foram colocadas na carroceria de um dos caminhões, assim como pedaços de metal brilhante encontrados no chão da propriedade. “Enquanto as criaturas eram colocadas em sacos de lona plástica, um dos soldados fez sinal da cruz e exclamou: ‘são seres de outro mundo!’”. O relato desse novo informante era tudo o que precisávamos para continuar as diligências investigativas. Mas sua carta continha ainda mais informações. “O animal gemia e se contorcia procurando ajuda, pois estava ferido. Mas, olhando de perto, se via que não se tratava de um bicho preguiça. O outro ser era ainda mais assustador, pois seu rosto parecia com o de uma criança recém-nascida e tinha cerca de um metro de altura”.
Durante a operação de resgate, os soldados quase não conversavam sobre o que estava ocorrendo. Mas houve um momento, logo após a chegada de dois carros com homens à paisana, em que se ouviu alguém cochichar que eram do Serimar – o serviço de informação da Marinha brasileira. “Antes de sair para a estrada, paramos por alguns minutos até chegar um caminhão do tipo baú, sem nenhuma identificação. Nele colocamos as criaturas e, logo a seguir, um helicóptero pousou rapidamente para resgatar os corpos”, concluiu o soldado anônimo em sua carta. Após lermos esse relato, fomos até o Aeroporto Governador João Durval, em Feira de Santana, para saber se os funcionários tinham visto um helicóptero militar realizando operações naquela data. Mas nada havia sido presenciado. Por outro lado, uma fonte militar sigilosa confirmou que no início da madrugada daquele dia havia sido acionado um grupo do Salvaero [Esquadrão de busca e salvamento] da Base Aérea de Recife, para participar da operação.
As novas investigações que conduzíamos nos levaram, neste momento, a outra área com açudes e um rio que atravessa e banha a propriedade que poderia ser o verdadeiro local da queda do UFO. Entrevistando vários moradores de regiões próximas a Feira de Santana, conseguimos subsídios que confirmam algumas de nossas suspeitas, além de outros que deram novas conclusões &agrav
e;s investigações. Entre estes indícios estão os dois relatos que nos foram enviados pelo universitário Marcus Ezequiel. O primeiro conta a experiência de três rapazes que afirmaram ter visto misteriosas bolas de fogo caindo dos céus em Feira de Santana, próximo à fazenda de Beto, em janeiro de 1995. “Por volta de 01:30 h da madrugada, Rubens, Antônio e Adriano voltavam de uma festa quando viram uma grande bola luminosa que parecia emitir flashes. Sua coloração variava do verde ao vermelho e o objeto descia verticalmente em grande velocidade. Após alguns segundos de observação, desapareceu no horizonte”. Segundo Ezequiel, os jovens concluíram que tal bola deveria ter caído em algum lugar das redondezas. Inclusive, os estudantes permaneceram no local por algum tempo, esperando que houvesse uma explosão decorrente da queda. Mas não perceberam absolutamente nada.
Dias depois, um estudante identificado apenas como Rodolfo afirmou que, por volta das 21:30 h, testemunhou dois objetos metálicos parecidos com aviões de caça, em baixa velocidade. “Eram estranhos, pois não possuíam iluminação ou qualquer símbolo que os identificasse. Fizeram seu percurso silenciosamente e a baixa altitude. Ao observá-los com um binóculo, tive a impressão de que eram totalmente negros, algo realmente incomum para aeronaves militares, principalmente brasileiras”. Rodolfo, narrado por Ezequiel, concluiu dizendo que as naves tinham formato triangular. Outra testemunha, desta vez o vaqueiro José, que trabalha na Fazenda Saco, afirmou ter visto um comboio militar vindo de Santanópolis, cidade próxima à Feira de Santana, na manhã seguinte ao blecaute. Disse também que, durante a tarde, um helicóptero a baixa altitude percorreu várias vezes as fazendas Nicurizal, Jaqueira, Saco, Pilão, Cariaçá e Gravatá (a verdadeira propriedade de Beto). José acha que o aparelho parecia acompanhar o curso dos rios e vales.
Helicópteros da FAB — Já num vilarejo próximo, Rodiador, um rapaz diz ter ouvido um som característico de helicópteros que, pela intensidade, julgou estar sobrevoando a área a baixa altura. Outras pessoas com quem conversamos num bar debeira de estrada também confirmaram a presença do aparelho percorrendo toda a região, como que a procura de algo. Para as testemunhas que interrogamos, mostramos fotografias de diversos tipos de aeronaves e elas foram determinantes ao identificar um helicóptero do tipo Bell Huey UH1, com cores verde e marrom, operado na época pela Força Aérea Brasileira (FAB). À 13 km daquele bar está a Fazenda Gravatá, que é cortada pelo Riachão Salgado e onde se encontra o Açude Jenipapinho.
Continuando nossa busca por testemunhas, encontramos na cidade de Santanópolis uma senhora que afirma ter visto, por volta das 06:30 h daquele dia, juntamente de duas moças, um comboio militar atravessando o vilarejo. Em dado momento, os caminhões passaram bem próximos a elas, permitindo que pudessem observá-los com maiores detalhes. Isso chamou sua atenção, pois na localidade não é comum a passagem de veículos militares. “O primeiro carro, com cinco pessoas, tinha um símbolo cinza que nunca tinha visto antes. Atrás dele, um jipe militar com uma ‘antenona’ apareceu seguido por um caminhão de soldados fechado com lona. Era um ‘mercedinho’ de um eixo só, com uma pequena plataforma atrás. Logo a seguir, vi outros dois carros com soldados”, declarou. Segundo descreveu, o caminhão baú parecia tratar-se de um veículo frigorífico, refrigerado, para transporte de gêneros perecíveis. Em sua plataforma traseira estavam sentados dois soldados armados com fuzis e vestindo coletes à prova de balas. Embora raro, este tipo de condução ainda é utilizada em algumas cidades para transportar peças de carne.
Nossa testemunha também afirmou que os militares usavam roupas verdes e marrons, e que seus carros tinham as mesmas cores – exceto o caminhão frigorífico, que era metálico. Estas são pistas muito importantes para o quebra-cabeças que estamos tentando montar. Ainda faltam muitos detalhes para encerrarmos nossas investigações, mas por tudo que já pesquisamos podemos deduzir grande parte do episódio do dia 12 de janeiro de 1995 e seus agravantes. Os satélites de vigilância norte-americanos teriam captado a queda de um ou mais UFOs, e depois de computadas as coordenadas do local onde isso se deu, teria estabelecido sua provável trajetória e ponto de impacto. Como sempre acontece nestes casos, é de se presumir que os militares dos EUA tenham comunicado o fato ao Governo brasileiro, e este, por sua vez, tenha enviado informações sigilosas e ordens de resgate ao comando mais próximo da área. No caso, tal órgão seria o Salvaero, na Base Aérea de Recife. Ao receber instruções, a entidade teria enviado tropas e equipamentos utilizados para o resgate, como os helicópteros Bell.
Envolvimento da Marinha — Como tais aeronaves possuem autonomia de vôo de apenas 400 km, e estando Recife à distância de 600 km de Feira de Santana, é evidente que tiveram que fazer um pouso técnico para reabastecer. Por fim, teriam se juntado às tropas do Pelotão de Operações Especiais do 35° Batalhão de Infantaria, já naquela cidade baiana. Pode também ter acontecido outro resgate naquela manhã, pois as testemunhas da área da Lagoa Berréca viram soldados correndo naquela direção. Isto talvez signifique o começo de uma operação “pente fino”, para remover qualquer fragmento da nave ou outras vítimas do acidente. Sendo assim, ficaria explicado o sobrevôo dos helicópteros, que coordenariam as buscas a partir do ar. Já as duas criaturas teriam sido encontradas na Lagoa Jenipapinho, da Fazenda Gravatá, e Beto teria dado falsas informações sobre a localização de sua propriedade – alegando ser na fazenda de Humberto – para que pensássemos que o objeto tivesse caído na Lagoa Berréca.
O envolvimento da Marinha brasileira na operação, como ficou constatado com o depoimento do “soldado brasileiro” e de Beto, teria se dado a partir de um alerta deste último a seus ex-companheiros de farda. Isso explicaria a chegada deles ao local, pouco depois dos soldados. Também podemos supor que, quando o fazendeiro começou a espalhar a notícia, por motivos econômicos, os próprios ex-colegas o pressionaram a calar-se. Talvez não quisessem que um sargento reformado da Marinha se tornasse um problema oficial, já que suas declarações e as prováveis provas e imagens do acontecido teriam um peso muito grande perante a Imprensa e a população.
esgatados de dentro do UFO que se acidentou na Lagoa Jenipapinho. O da esquerda, morto, se assemelhava a uma criança, com crânio muito desenvolvido. O outro, maior, parecia-se com um bicho preguiça e ainda estava vivo
Por fim, se a Marinha efetivamente participou desta operação, não teria melhor local para esconder os corpos e destroços do que a Base Naval de Aratú, distante cerca de 100 km do local dos fatos. No início deste ano enviamos um fax para Beto contando as várias descobertas que já fizemos sobre o caso do dia 12 de janeiro de 1995. Mas, como das diversas vezes que nós tentamos contatá-lo, ele não se manifestou. Se durante esses cinco anos Beto Lima se negou a revelar todos os verdadeiros detalhes dos fatos de que tem conhecimento, agora se tornou ainda mais difícil. O fazendeiro foi candidato a vereador nas eleições passadas e tem aparecido com bastante destaque em várias campanhas publicitárias e jornais locais [Até a data do lançamento desta edição não tínhamos informação se o fazendeiro se elegeu ou não]. Com forte apoio político e bem visto pelos moradores da sua região, certamente não quer se envolver abertamente com um assunto tão polêmico quanto a Ufologia. Mas nossas investigações continuam e contamos cada vez mais com pessoas que se propõe a nos ajudar. A verdade geralmente incomoda. Contudo, é um risco que devemos assumir para que possamos acabar com a política de sigilo que impede a conscientização da sociedade acerca do Fenômeno UFO e um contato definitivo com os extraterrestres.