Para quem era fã da série Arquivo X [1994], a frase I want to believe [Eu quero acreditar] estampada em um poster com um disco voador faz parte da memorabilia da Ufologia. Mas o que há para se acreditar?
A matéria do jornal The New York Times que publicamos aqui esta semana está produzindo efeitos interessantes em diversas áreas. O fato de um jornal do porte do New York Times ter começado a falar de maneira séria sobre os UFOs mudou o modo como outras mídias tratavam o assunto.
O que temos visto, porque o Pentágono e a Defesa dos Estados Unidos confirmaram que estudam objetos não identificados, é um novo olhar da mídia e também de alguns cientistas para o assunto. Aos poucos, a ciência parece olhar para o assunto se perguntando se não seria sua vez de também participar dele.
Mas um dos desdobramentos mais interessantes da matéria do NYT aconteceu ontem, na sessão Times Insider do jornal, quando os jornalistas falaram sobre como tem sido a produção dessas matérias envolvendo o governo e os UFOs.
Você acredita em cadeiras?
Famosa fotografia de disco voador feita por Billy Meier e recentemetne vendida em leilão
Crédito: Koin.com
Uma das coisas mais interessantes dita pela equipe por trás das matérias, que é formada por Leslie Kean, Ralph Blumenthal e a correspondente de Washington Helene Cooper, foi o fato de que as pessoas sempre perguntam: “Você acredita em UFOs?”.
Jornalistas não estão acostumados e não gostam de perguntas pessoais e estranham quando encontram alguma, mas essa pergunta em particular eles responderam de uma maneira magnifica: “Não, não acreditamos em UFOs. A nosso ver, sua existência ou inexistência não é uma questão de crença”.
E para deixar bem claro como encaram o assunto os UFOs, citaram a resposta dada pela antropóloga Margaret Mead para a mesma pergunta:
“A crença tem a ver com questões de fé; não tem nada a ver com o tipo de conhecimento que se baseia na investigação científica. … As pessoas acreditam no Sol ou na Lua, nas mudanças de estação ou nas cadeiras em que estão sentadas? Quando queremos entender algo estranho, algo anteriormente desconhecido para qualquer pessoa, precisamos começar com um conjunto de perguntas completamente diferente: O que é isso? Como funciona?”.
Aprendendo com o jornal
Ufologia não é religião, é estudo. Crédito: ESO/A
Os jornalistas explicaram que em seus relatórios procuram focar em como “o Departamento de Defesa, o Gabinete de Inteligência Naval e os membros de duas comissões do Senado estão envolvidos com esse tópico”.
Eles explicam que as autoridades do país se preocupam com a ameaça potencial representada por objetos tecnológicos avançados, quão perto eles podem chegar de seus caças, às vezes causando um quase acidente, “e o risco de que nossos adversários adquiram a tecnologia demonstrada pelos objetos antes de que nós o façamos”.
Ninguém está partindo do princípio de que porque são UFOs, são extraterrestres, os objetos podem ser simplesmente uma tecnologia avançada da China ou da Rússia, sendo testada em segredo. Mas os objetos são reais, não foram imaginados ou “intuídos”. Eles existem de forma física.
E é aqui que a Ufologia tem muito a aprender com o pessoal do The New York Times, entendendo que crenças não devem fazer parte do estudo. O que precisa fazer parte é a imparcialidade e um olhar racional sobre o assunto.
Como sempre repetimos aqui, Ufologia não é religião, é um estudo. Ela não precisa de crenças, ela precisa de argumentos bem construídos com base em afirmações realistas, provenientes de estudos com metodologia e equilíbrio. Nunca é tarde para se começar.
Para ler a matéria do Times Insider, por favor, clique aqui