
Diversas publicações tratando a respeito de contatos com seres extraterrestres, mas que por algum motivo são encarados pelos seus protagonistas como obras de espíritos, foram editadas ao longo dos tempos. Fugindo aos conceitos dogmáticos da religião, muitos contata dos acreditam estar frente a frente com seres espiritualmente mais evoluídos. Entre os inúmeras obras que abordam esse tema, destacamos algumas das mais interessantes.
1743 – Sobrevêm ao sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772) uma série de visões e sonhos reveladores que dariam origem a obras como Revelações sobre outros plane tas (5 volumes); Outras terras do nosso Sistema Solar; Os habitantes de Mercúrio, Morte, Vênus, Júpiter, Saturno; Segredos celestiais (12 tomos, 7.000 páginas), Céu e Inferno e O apocalipse (6 livros, 3.600 páginas).
1859 – John Wroe lança o primeiro volume (656 páginas) da obra Descenso do espírito de Deus como advertência à Humanidade: Divinas comunicações reveladas.
1880 – Henry A. Gaston trouxe a público, em San Francisco (EUA), O planeta Marte revelado: Sete dias nos mundos espirituais.
1881/82 – Durante cinqüenta semanas, em sessões de meia hora diário, um “anjo” transmitiu ao dentista John Ballou Newbrough, de Nova York (EUA), as 890 páginas de Oahspe, insólita “bíblia” recheada de nomes extravagantes, que recorre a conceitos científicos arbitrários para discorrer acerca da história e estrutura do universo, dos mundos “etéreos” e “atmosféricos”, das naves espaciais e da história dos últimos 73 mil anos do planeta.
1884/85 – A sensitiva Kathérine Elyse Muller, mais conhecida como Héléne Smith, psicografou o conteúdo das 446 páginas que o professor Théodore Flourney editou em 1900 sob o título Da Índia a Marte.
1911 – Um médium de Chicago (EUA), cuja identidade não é certa, começou a verbalizar em estado de transe o que os seres de outros mundos lhe contavam Prosseguiu fazendo isso até 1934, mas só em 1955 foram publico dos na integra as transcrições que levaram o título de The Urantia book, totalizando 1,9 kg de papel com 1 milhão e 600 mil palavras e 2.097 páginas, sem conter uma só errata por parte da editora.
Para muitos, trata-se da revelação mais original do século, por quanto não se assemelha a nenhuma outra obra tanto no que diz respeito ao seu postulado, estilo ou terminologia. Saturado de vocábulos impronunciáveis e escrito num raro Inglês arcaizante e latinizado, que tem pouco de anglo-saxão – alguns especularam que seria um novo idioma de caráter atemporal para que fosse compreendido pelos leitores dos séculos vindouros.
Esta massiva obra, cuja leitura leva-se em média oito meses, ditada por uma côrte de executivos angelicais, abarca tantas matérias que um índice separado por temas, elaborado por Clyde Bedell (The Concordex), conta com 504 folhos e 110 mil epígrafes.
A partir delo daremos uma idéia geral do conteúdo: natureza, hierarquia, funções e localização dos entes divinos e subdivino; os sete “superuniversos” e as galáxias do universo exterior, o “Ser Supremo”; divisões geográficas e administrativas do Cosmo; outros “níveis d« realidade”; planetas habito dos O livro trata ainda de energia, gravidade e matéria; entidades que administram e controlam o uni verso; diferentes “energias e matérias”; modalidades de “espaço”; História da Terra e a vida e os ensinamentos de Jesus, entre muitos outros temas.
Antonio Moya Cerpa, urantiólogo que reviu várias vezes o livro de apontamentos, tinha certeza de que a densidade conceitual do texto é de tal calibra que a única maneira de entendê-la seria examiná-la linha por linha, refletindo sobre o significado de cada detalhe. Para muitos ligadas à doutrina espírita, The Urantia book foi mesmo importado de outro planeta, já que realmente foge não só da literatura tradicional – apesar de ter sido recebido por meio da comunicação mediúnica – ao negar a existência do plano astral, da reencarnação e do Karma e demais princípios, como também difere de todos os movi mentos filosóficos e esotéricos até então conhecidos.
1920 – Eros Urides publica O planeta Marte e seus habitantes.
1935 – A mãe de Chico Xavier, Maria João de Deus, desencarnada em 29 de setembro de 1915, voltou na forma de espírito para visitar o filho em 25 de junho de
1935, ocasião na qual contou-lhe detalhes minuciosos do que viu durante excursões que fez a Marte e Saturno. Os relatos foram incluídos por Chico em seu livro psicografado Cartas de uma morta.
1943 – Um jovem britânico vítima da Segunda Guerra Mundial ilustra à sua mãe as excursões que realizou a Marte e à estrela Sírio, além de várias experiências no astral, em Cartas de Christopher, pequeno caderno que traz noções sobre metafísica.
1949 – O médium brasileiro Hercílio Maes psicografou, a partir das comunicações do espírito Ramatis, A Vida no Planeta Marte, “… contribuição essencial para entender as causas da entropia moral que infecta a sociedade pós-industrial”. Nesta obra, Ramatis explica que o marciano não apresenta as mesmas características substanciais do terráqueo, pois, apesar de ter a mesma forma, vibra num plano mais energético do que material. Seu mundo situa-se num campo vibratório adequado a seu corpo físico, ou seja, é menos material do que o nosso.
A propósito, Neuf diz que “se formos a Marte ou a qualquer outro planeta, é provável que os consideremos inteiramente desérticos e sem vida. Não é impossível, todavia, que neles existam, num outro plano vibratório, mundos organizados e muito mais adiantados que o nosso, imperceptíveis aos nossos sentidos”. A dupla Ramatis/Maes formou uma fértil simbiose que durou duas décadas, produzindo uma dúzia de concorridas obras, entre elas A vida no planeta Marte, Fisiologia da alma, Sobrevivência do espírito e A vida além da sepultura.