Em suas narrativas, os nativos brasileiros sempre se referiram a contatos que seus antepassados teriam feito com seres “muito poderosos”, geralmente “enviados das estrelas”. Mas a mentalidade civilizada do homem branco preferiu ignorar a importância e a necessidade de uma compreensão maior desses registros históricos. Integrantes de muitas nações indígenas brasileiras acreditam ser descendentes de criaturas “que vieram de fora”, como se referem a eles, ou extraterrestres, como os trata a Ufologia. Este trabalho oferece um resumo das principais histórias do gênero já documentadas, não deixando dúvida quanto à importância de tais acontecimentos na vida e cultura dos povos envolvidos.
Atualmente, a grande maioria das nações indígenas no país está submissa ao capitalismo, consumismo, modismos e corrupção, em detrimento da pureza, moral e ética anteriormente predominantes, quando a consciência ecológica e de comunhão com a natureza permitiam o contato aberto com o cosmos e com seres que nele habitam. Chamar suas narrativas de lendas – como faz a história – é, sem dúvida, uma atitude errônea e discriminatória. Geralmente, lendas não são consideradas fatos, e o termo é definido em dicionários da língua portuguesa como mentira ou invenção. Igualmente, a classificação de tais relatos como mitos, apesar desta ser uma palavra mais substancial, transmite falta de crédito, já que, entre seus sinônimos, encontramos a própria lenda ou fábula. Então, poderíamos chamá-los de histórias, certo? Errado! Na definição de história, também segundo os dicionários, surgem palavras como invenção e lorota. Mas, afinal, como denominar os acontecimentos envolvendo seres alienígenas no passado de nossas civilizações tribais? O leitor é quem vai decidir.
Os deuses de Xuerta — Uma história interessante de nossas nações indígenas vem da tribo Ughamongulala [Uma variação do nome é Ughamongubaba], conhecida como Crônica de Akakor. Contam esses nativos que, no princípio, os seres humanos viviam como animais, de maneira irracional e sem lei, sem agricultura e vestimentas, ignorando os mistérios da natureza. Viviam em grupos de dois ou três indivíduos, apenas engatinhavam e continuaram assim até a chegada dos deuses, que os levaram para “a luz”. Esses fatos teriam ocorrido por volta de 15 mil anos atrás, quando então surgiram do céu naves que brilhavam como o ouro, sinais de fogo clareavam as planícies. A terra tremeu e os trovões ressoavam sobre as montanhas, fazendo os homens se curvarem em humilde reverência frente aos poderosos estranhos, que vieram tomar posse da Terra. Os forasteiros disseram que sua terra natal ficava em Xuerta, um mundo distante perdido nas profundezas do cosmos. Lá viveriam seus ancestrais, que teriam vindo até aqui para transmitir sabedoria aos moradores de outros orbes.
Descendentes dos antigos sacerdotes da tribo Ughamongulala dizem até hoje que Xuerta era um reino poderoso, composto de vários mundos, “numerosos como grãos de areia”, e que dois deles – o nosso e o dos deuses – se encontram a cada 6 mil anos. É devido a esta proximidade que eles retornam. Segundo a narração dos antepassados desses nativos, tais deuses conheciam a passagem dos astros e as leis da natureza, e sabiam também da lei suprema que regeria o mundo. Governaram os homens e a Terra, e suas naves eram “mais velozes do que qualquer pássaro”. Elas eram douradas, feitas de material desconhecido. Tinham forma de cilindros de argila, altura de dois homens e passavam pelas nuvens como “folhas dançando ao vento”. Há também a citação de um veículo de sete pernas, que podia caminhar sobre as águas e montanhas. Dia ou noite, seus barcos sem vela nem leme chegavam aos seus destinos repletos de “pedras mágicas”, como descrevem os nativos. Olhando-se através delas era possível ver cidades, rios, lagos e colinas. As pedras refletiam tudo que se passava na terra e no céu. Mas, no entanto, a maior de todas as maravilhas eram as habitações subterrâneas dos deuses.
Numa determinada época – sempre de acordo com os registros históricos – eles teriam abandonado a Terra, mas deixaram os ughamongulala instruídos para se abrigarem nos subterrâneos de Akakor, pois uma terrível catástrofe se aproximava. A terra tremeu, as estrelas dançaram e água brotava das rochas, quando então um frio terrível e um vento gelado varreram nosso mundo. Depois veio um calor tremendo e as pessoas morreram calcinadas, “até com o próprio hálito”. Animais e homens fugiram em pânico e tentaram subir nas árvores, mas estas os repeliam, atirando-os para as cavernas, que desabavam sobre eles. O que estava abaixo veio para cima e a superfície da Terra caiu nas profundezas. Os ughamongulala se protegeram com excelência nos esconderijos subterrâneos.
Conversa com as estrelas — Logo depois, outra hecatombe ainda mais violenta teria acometido o planeta, mas eles sobreviveram e, ao saírem à tona, contemplaram uma paisagem muito diferente da conhecida anteriormente. Foi nessa fase que apareceram imponentes naves douradas, e grande foi sua alegria, pois seus antigos senhores estavam de volta. Os deuses desceram na Terra. Tinham “rostos resplandecentes” e o povo ughamongulala lhes ofereceu os mais variados presentes – plumas, mel de abelhas, incensos e frutas –, tudo colocado aos seus pés. Todos os nativos puderam contemplar seus ancestrais, mas restavam poucos deles para o festejo, após a terrível metamorfose na superfície.
Há muitos registros de visitantes do espaço entre índios brasileiros. Um deles, o mais rico, é originado da nação Kayapó, concentrada no Alto Xingu (PA), mas espalhada pela Região Amazônica. Contam os kayapós que, numa estrela distante, reuniu-se um conselho de índios para tomar a decisão de mudar de aldeamento e começaram, então, a cavar um buraco no chão, que teria ficado cada vez mais fundo, até que os nativos saíram do outro lado do espaço. O cacique atirou-se no buraco e, após uma longa e fria noite, chegou à Terra. Mas os ventos eram tão fortes que ele foi atirado de volta ao seu planeta natal. Ele relatou sua aventura ao conselho tribal, dizendo ter visto um mundo bonito e azul, com muita água, muitas flores e muito verde, e deu a sugestão a todos para se mudarem para aquele novo luga
r.
Os nativos decidiram aceitar a sugestão do cacique e todos da tribo torceram cordas compridas de flocos de algodão para descerem pelo buraco lentamente, tomando cuidado para que não fossem atirados de volta. Aos poucos foram entrando na atmosfera da Terra, e desde esta longa jornada os sobreviventes vivem neste planeta. No início de sua vida aqui, ainda segundo os registros kayapós, estavam sempre em contato com seu lugar de origem através de cordas. Mas, certo dia, um mágico maldoso as cortou e desde então os índios esperam que seus irmãos e irmãs do antigo aldeamento venham do céu para reunirem-se aqui na Terra, no novo lar. Regularmente realizam o ritual de ficarem sentados durante horas, segurando um nos ombros dos outros, sem dizer qualquer palavra. Parecem em profunda meditação. Se perguntarmos a um deles o que estava fazendo, com certeza o nativo não saberá explicar, mas as mulheres afirmam que “estão conversando com o céu”.
A lenda de Bep-Kororoti — Um ramo da nação Kayapó, dos índios chamados men-bengôkré, tem um interessante ritual praticado em memória a um personagem mítico chamado de Bep-Kororoti [Ou Bep-Gororoti]. Trata-se de um herói extraterrestre civilizador que teria chegado à região em que residiam os nativos numa estrela ou canoa voadora. Contam os mais antigos da tribo que Bep-Kororoti pousou sua embarcação espacial na Cachoeira Tipôtikré, especificamente numa montanha situada entre afluentes do Rio Xingu, no sul do Pará. Teria vivido e miscigenado com ancestrais kayapós, e quando retornou ao cosmos, levou sua mulher nativa e o filho, mas deixou a filha casada e grávida na aldeia. O incrível registro assume veracidade porque é ensinado de pais para filhos na Casa dos Homens ou Escola Tribal, o local ritualístico dos kayapós, também chamada de Eng-Ób em seu idioma. E a tradução se torna ainda realista porque seus personagens se vestem com indumentárias apropriadas quando se reúnem, compostas de macacões e capacetes de palha. Os kayapós também usam clavas de madeira ou espingardas como representação do chamado kóp, uma arma em forma de bastão que teria capacidades desintegradoras, portada por Bep-Kororoti quando veio dos céus.
Os men-bengôkré eram nômades e viviam da caça e da pesca. Os registros de suas tradições revelam que, numa noite, muitos deles estavam acampados ao pé da Serra Pukatôti, uma montanha próxima que lhes causava desconfiança e medo, quando algo ocorreu. A razão de seu temor estava no fato de que a montanha estava sempre coberta de névoas e emanava misteriosos barulhos, seguidos de relâmpagos. Só que, na ocasião em que estavam reunidos, descobriram que tais fenômenos eram causados por um objeto voador que, naquela noite, passou sobre eles e parou no alto da serra. De manhã, os guerreiros se aproximaram do local e surgiu entre as brumas um kuben, um estrangeiro invasor com aspecto físico esquisito. Tinha um só olho e não se viam boca e nariz. O ser não possuía cabelos e estava armado com uma poderosa clava que lançava raios e desintegrava pedras e árvores, a kóp. Os índios tentaram agarrá-lo, lutando bravamente, mas levavam choques e caíam desmaiados, enquanto o invasor divertia-se às gargalhadas.
Quando os nativos perceberam que, apesar de poderoso e forte, o estranho personagem não queria matá-los, desistiram da luta e fugiram. De vez em quando, ele era visto nas trilhas da montanha, sem ser perturbado pelos guerreiros da tribo, que preferiram ignorá-lo. Mas, numa certa tarde, alguns jovens da aldeia se lavavam num lago e viram outro invasor. Só que, ao contrário do “gigante da montanha”, este era bonito, tinha a pele clara e estava se banhando completamente nu. O estranho também viu os men-bengôkré, mas agiu com naturalidade. Os guerreiros tentaram então falar com ele. O kuben disse que se chamava Bep-Kororoti, que tinha chegado do céu e havia sido atacado por eles na montanha. Os jovens ficaram surpresos e disseram que tinham atacado um monstro. O forasteiro então lhes mostrou a roupa protetora que havia tirado para tomar banho e que estava no chão, deixando os índios tão alegres com a descoberta que o levaram para a tribo.
Alien alegre e esperto — Bep-Kororoti foi descrito como sendo alegre e esperto. Ele ensinou os nativos a construir uma aldeia circular e uma praça central, onde fica a Escola Tribal, que funciona como centro de atividades. Entre as tarefas e rituais que os índios desenvolvem nela estão cânticos, danças, discursos, trabalhos manuais para aprimoramento do djudê (arco), da kruá (flecha) e da kô (borduna). A kóp, a clava que passou a ser utilizada pelos indígenas para ataque e defesa, foi copiada da poderosa arma que Bep-Kororoti trazia consigo. Além disso, o ser organizou a liderança na tribo e o benadiôro, o chefe da aldeia, foi ensinado a ser atencioso com todos, tendo mais deveres do que direitos. Determinou que o conselho dos anciãos da aldeia ajudaria o chefe a tomar decisões, e as famílias, enfeitadas com penas e pinturas, devessem representar a fauna do local. Assim, o povo kayapó estabeleceu suas bases de funcionamento. Mas a missão do homem do espaço ainda não tinha terminado: ele também se casou e teve filhos entre os índios!
O céu é a terra do povo que mora em cima, e a Terra está no céu do povo que mora embaixo
– Expressão que os Kayapós usam para definir seu lugar no universo
O registro das tradições kayapós dá conta de que, com o passar do tempo, Bep-Kororoti foi mudando seu comportamento e, durante uma caçada, chegou a discutir com os companheiros, se embrenhando no mato. Sem explicação, cobriu sua família com uma pintura preta e a deixou num abrigo, quando então vestiu bô, o traje perigoso que dava choque, e se armou com a kóp para desafiar a tribo. Os men-bengôkré pensaram que ele havia enlouquecido e tentaram dominá-lo à força, mas foi em vão. O ser subiu a Serra Pukatôti, quando foram novamente ouvidos trovões e avistados raios. Um deles alcançou sua família, fazendo-a desaparecer. Os nativos então viram sua canoa voadora subir lentamente ao céu, entre fumaça e relâmpagos, até sumir nas nuvens. Niôpoti, sua filha, casada e grávida de um índio kayapó,
ficou na aldeia.
Após Bep-Kororoti partir, toda região sof
reu mudanças climáticas, o povo passou grandes necessidades e as doenças mataram muitos deles. Niôpoti falou ao marido que poderia ajudar sua gente, mas ambos teriam que subir até a montanha. Foi difícil convencê-lo, pois Pukatôti era proibida. Quando finalmente chegaram lá em cima, ela cobriu-se e a seu filho com uma tinta preta, sentando num tipo de canoa e pediu ao marido que aguardasse sua volta. Houve uma explosão e o objeto voou e sumiu entre as nuvens, como seu pai e mãe. Dias depois, uma “estrela voadora” a trouxe de volta com o filho, o irmão e a mãe. Eles trouxeram remédios, alimentos e sementes para a tribo. Mas, logo após, voltaram para o espaço e desapareceram para sempre. Niôpoti, seguindo conselhos de seu pai, levou o povo para morar na Serra Pukatôti, onde encontraram as men-babankent-kré, “casas de pedra feitas por Deus”, vivendo ali por muitas gerações. Esta é a fantástica história do “professor das estrelas”, Bep-Kororoti.
Um fato interessante e revelador a respeito deste registro aconteceu em 1969, quando a equipe do jornalista e indigenista João Américo Peret pacificou grupos de índios da nação Suyá, também chamada de Beiços de Pau, moradores do nordeste de Mato Grosso. Peret levou dois jovens daquela tribo – Kairá e Tariri – para o Rio de Janeiro, em sua viagem de volta. Certa vez, quando assistiam televisão juntos, ao verem uma reportagem sobre a conquista da Lua pelos norte-americanos liderados por Neil Armstrong, Kairá e Tariri ficaram excitadíssimos. Quando o astronauta foi mostrado pisando no solo lunar, com trajes espaciais, Tariri apontou assustado para a TV e disse: “Bep-Kororoti!”
Chupacabras em tempos remotos? — Em meio às anotações e pesquisas sobre a passagem e convívio de seres extraterrestres no passado de nossos índios, notamos uma tradição muito antiga e curta, mas resolvemos incluí-la neste trabalho. Trata-se da história de Cãoera e se resume neste parágrafo: “Um ser parecido com um grande morcego, maior até que um urubu, que pode sugar todo o sangue de uma pessoa adormecida sem que ela desperte e depois devorá-la. É uma criatura que habita os buracos na Terra, chamado de Cãoera”. Que tipo de criatura é esta, que viveria em áreas incrustadas na superfície terrestre?
Como sabemos, na região Norte do país, principalmente nas áreas fluviais do estado do Pará, na década de 70, tivemos a manifestação de um estranho fenômeno, chamado “chupa-chupa” pelos habitantes da região – muitos o chamavam apenas de “chupa” ou de “aparelho”. O auge do que se convencionou chamar de onda chupa-chupa deu-se no segundo semestre de 1976 e no primeiro do ano seguinte, quando as pessoas eram atacadas. Estranhos objetos surgiam sobre os vilarejos e projetavam raios de luz sobre as vítimas, fazendo-as desmaiar por minutos e até mesmo horas. Quando acordavam, tinham estranhas marcas de queimaduras no corpo – algumas parecidas com furos de agulha –, fraqueza generalizada e anemia, resultando daí a suspeita de que tiveram seu sangue retirado, sugado através dos raios. Na ocasião, o pânico se espalhou e moradores de certas localidades sequer saíam mais à noite, sendo necessária a intervenção e investigação de uma equipe do I Comando Aéreo Regional da Aeronáutica (COMAR I) da Força Aérea Brasileira (FAB), sediado em Belém (PA). A investigação conduzida pelos militares, sob comando do coronel Uyrangê Hollanda, ficou conhecida como Operação Prato e tinha o objetivo, além de documentar os fatos, de transmitir alguma segurança e confiança ao povo da região, tamanha fora a gravidade dos acontecimentos.
Muita gente associa o chupa-chupa a outro fenômeno com nome semelhante, o chupacabras, mas não há qualquer ligação entre eles. O chupacabras teve sua origem em Porto Rico, nos anos 90 – uma década e meia após o chupa-chupa. Foi naquele país caribenho onde surgiram os primeiros casos de misteriosos ataques a rebanhos de animais rurais e domésticos, tendo seu ápice em 1992, quando o fenômeno se espalhou para o México, América Central e finalmente chegou ao Brasil e demais países da América do Sul. Sua voracidade deixou milhares de animais vitimados em condições ainda inexplicadas por todo o continente. O ser foi descrito por raras testemunhas como uma criatura horrenda, com altura entre 1,2 e 1,5 m, olhos grandes e extremamente vermelhos, e dentes com presas salientes. No Brasil, estranhamente, foi visto em alguns casos com quase dois metros. A descrição ainda inclui patas fortes com garras afiadas e corpo coberto com escamas parecidas com pêlos, porém mais resistentes. Parece ter uma espécie de crista que acompanha o traçado das costas, que às vezes parece se abrir como asas. Ataca de forma certeira e silenciosa, como que hipnotizando suas vítimas, sugando-lhes muito sangue e até órgãos inteiros, geralmente por pequenos orifícios, mesmo que através dos quais fosse quase impossível a retirada de partes internas.
Tanto o chupacabras quanto o chupa-chupa podem ser relacionados ao Cãoera, citado há pouco. Parece que, no passado, nossos índios já conheciam os ataques realizados por ambos os fenômenos. Não são poucas as tradições indígenas que sugerem semelhanças entre o Cãoera e os recentes chupacabras e chupa-chupa. Mas, na comparação entre os ataques da fera descrita pelos indígenas e o chupa-chupa, por exemplo, a diferença está em que os primeiros eram quase sempre fatais. No mais, ambos tinham como alvo os seres humanos e ocorriam justamente da Região Amazônica, com grandes semelhanças entre si e seu modus operandi. Numa especulação com relação ao chupacabras, UFOs e seres extraterrestres podem estar monitorando, acompanhando e até interagindo com estas criaturas, assim como fazem conosco há milênios e, obviamente, conhecem muito bem seus hábitos e costumes. Se o Cãoera “habita os buracos na Terr
a”, este detalhe poderia sugerir um provável habitat do mesmo e um ciclo de aparições, com seu desaparecimento depois. É interessante salientar que não houve registros de ataques graves ao ser humano por parte dessa criatura em suas investidas. Mas esta confirmação somente o tempo vai fornecer, se as pesquisas progredirem.
Pedra Pintada — Descoberta na Amazônia pelo brasileiro Bernardo Ramos, na década de 50, a Pedra Pintada é mais um enigma indecifrável que temos em nosso próprio quintal. Muitos dos símbolos que nela estão desenhados são bem conhecidos: Sol, serpente, sapo, veado, cavalo, olho, homem e mão. Curiosos são, no entanto, os registros de um carro sagrado, uma espiral e outras figuras não naturais aos nossos antepassados. Além deles, aparece um pouco de tudo, como serpentes registradas em estilo egípcio, seis formas diferentes de cruz, as letras R e M etc. E mais intrigante ainda são desenhos de seres com auréolas de raios na cabeça e estranhos objetos parecendo representações primitivas de naves voadoras. No petróglifo amazônico há uma mistura de figuras e símbolos comuns nos cinco continentes da Terra, mas como nossos indígenas tiveram acesso a eles? São caracteres coincidentes com egípcios, etruscos, fenícios, hebraicos, gregos, sumerianos, ibéricos etc.
Visões e sons inusitados — O arqueólogo Marcel Homet classificou estes sinais como uma espécie de língua-mãe da humanidade. Homet explorou a área da Pedra Pintada e descobriu estranhas grutas nos arredores. Em uma delas, muito profunda e escondida pela vegetação, o estudioso foi tomado de surpresa por incríveis visões que lhe mostravam cenas de uma multidão composta por insólitos seres de grande estatura em um tipo de procissão, que se aproximavam daquela pedra monumental em um passado muito remoto. Apesar de cientista, Homet ficou tão impressionado com o que encontrou que não teve receio de ser julgado como insano por seus colegas ao afirmar que ouviu estranhos sons vindos do espaço, e viu até mesmo cenas de sacrifícios humanos. Contudo, ele não soube definir se esses inusitados fenômenos foram produzidos pelas emanações sulfurosas que advinham das profundezas da caverna ou se forças enigmáticas e indecifráveis realmente ali se manifestaram…
Enfim, o Território Brasileiro é cheio de mistérios e apenas uma fração deles é conhecida ou foi explorada. Quanto às tradições indígenas, apenas do esforço de nossos indigenistas, por décadas a fio de missões na selva, sabemos muito pouco a seu respeito. Onde quer que se olhe, na vasta extensão territorial nacional, se encontrará tradições a serem exploradas que sugerem a ação de seres não terrestres no passado. É o caso também dos chamados “deuses colonizadores e educadores”, que, segundo os nativos, vieram das estrelas. Entre eles estão, além de Bep-Kororoti, o Jurupari, o Mavutsinim, o Curu-Sacaebe e Sumé, além da Iara, uma bela mulher que sumia com crianças que escolhia, devolvendo-as às tribos depois de sete anos, quando então apareciam com enorme sabedoria e se tornando líderes espirituais, os xamãs. Irrefutavelmente, esses “deuses” eram de carne e osso e foram os responsáveis pelo ensinamento de grandes conhecimentos a muitos povos e raças, não só no Brasil, mas de todo o planeta. Agiam conjunta ou ao menos seqüencialmente entre si, em todas as partes e direções, em épocas pré-determinadas e com funções específicas. Parece que não houve nenhum acaso, que tudo foi muito bem planejado.
Mas, haveria como classificar adequadamente esses acontecimentos, se todos os substantivos e adjetivos relativos aos casos possuem ao menos um sinônimo que os colocam em dúvida? “Causos”, imaginação fértil, psicopatia, ignorância e inocência de nativos primitivos, ou simplesmente a realidade de nossas origens como Homo sapiens? Lendas, mitos, histórias, que cada leitor busque sua forma de compreender e denominar tais tradições, considerando o duplo significado das mesmas. Seria possível um termo adequado e definitivo, além dos já citados?
Atualmente, um dos maiores sonhos da humanidade é o de encontrarmos seres inteligentes em outros planetas e fazermos um contato definitivo com aqueles que nos visitam. Entretanto, estudando a fundo nosso passado e buscando uma compreensão de nossas origens – livre de dogmas, crenças e medos que nos foram impostos justamente para que não percebêssemos nossa existência num contexto cósmico –, fica cada dia mais patente que nossa aproximação com esses seres não resultará num contato, mas sim em um reencontro, em que o passado se cruzará com o futuro e todos nós com a verdade, nada mais do que a verdade.