Em fevereiro de 2008, no mesmo período em que uma série de avistamentos ocorreu na região de Riolândia, estranhas marcas em um canavial também despertou a curiosidade nos moradores dos bairros Simonetti e Graminha em Limeira, cidade localizada a menos de 120 Km de São Paulo. De acordo com o relato de uma das moradoras do bairro Graminha, dona Erinavalda Barreto, não houve nenhum temporal que possa ter causado os círculos na cana. Morador no bairro Graminha, Adécio Aparecido Gale passa diariamente perto do canavial e lamenta que as chuvas que ocorreram nos dias seguintes ao aparecimento do fenômeno tenham levantado a cana e desmanchado os círculos. “O formato dos círculos eram perfeitos e a cana estava inclinada. Com a chuva tudo ficou deformado”, afirmou. O jornal Gazeta de Limeira foi o primeiro veículo de comunicação a investigar os casos e apurou que na noite anterior ao aparecimento das marcas algumas crianças, Lucas, Leandro e Rafael afirmaram terem visto luzes estranhas sobre o local. “Na sexta e na segunda-feira nós vimos várias luzes fortes, bem ao longe. Elas apareciam e desapareciam rapidamente em forma de ziguezague. Nunca vimos avião nessa região”, contaram.
O jornal, depois da publicação da primeira matéria, começou a receber relatos de outros moradores. A estudante Aline Gama Fernandes, 18 anos, conseguiu observar as misteriosas luzes com detalhes. O fato ocorreu por volta das 21h00. “Estava em frente de casa e vi bem ao longe um objeto, que possuía luzes amareladas na parte de dentro. Achei que fosse a lua e não me ative. Quando entrei em casa e vi a lua do outro lado, saí correndo lá fora e o objeto não estava mais lá”, contou Aline. José Carlos Peixoto, um dos moradores mais antigos do Jardim Simonetti e que tem sua casa nas proximidades do canavial, afirmou que nenhuma nave pousou na área. “Já cortei muita cana e conheço determinadas espécies, que crescem muito e com o peso, acabam entortando desta forma. As chuvas e o vento podem ter formado todos esses círculos”, explicou.
Outros avistamentos – Em 1978, Rubens Junqueira Villela, paulistano, atualmente professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), tem em seu currículo o fato de ter sido o primeiro brasileiro a participar de uma expedição norte-americana ao continente gelado da Antártida em 1961. Foi nesta expedição, amplamente divulgada nos meios de comunicação que a tripulação viu um UFO com semelhanças a uma nave. “O objeto era oval e deixou um rastro luminoso. Ficamos chocados com a visão e a partir deste dia, comecei a estudar sobre o assunto. Minha experiência foi alvo de vários meios de comunicação. Para a Folha de São Paulo eu servi de correspondente e relatei em 30 matérias, as pesquisas realizadas no Pólo Sul e a visita da nave”, contou. Depois da experiência na Antártida, Villela começou a estudar Ufologia e veio parar em Limeira em 1978, onde afirmou ter tido vários contatos envolvendo UFOs, muito destes ocorrido em uma área próxima ao canavial. Mas nenhuma prova confirma as declarações do aposentado.
Os primeiros sinais – Em 01 de fevereiro de 1993, o autor, na época membro do Centro de Estudos e Pesquisas Exobiológicas (CEPEX) de Sumaré recebeu a notícia de estranhos círculos que surgiram em um terreno em Limeira. Tudo teve início, um dia antes, por volta das 21h45, onde cerca de 20 moradores do Bairro Egisto Ragazzo e Jardim Planalto observaram um objeto de cor azulada, em formato de meia-lua. O objeto emitia luzes que pareciam com raios multicoloridos. Nesta noite as linhas telefônicas da Central de Operações da Polícia Militar ficaram congestionadas de ligações relatando o estranho objeto nos céus de Limeira.
Imediatamente uma viatura foi enviada ao local, com os soldados Luiz Moraes e José Francisco de Oliveira, testemunharam o objeto voando um pouco acima da linha do horizonte. No rádio o policial informou à central “…as luzes existem mesmo e não faço a menor idéia do que sejam”. Na noite do avistamento o tempo estava limpo e sem nuvens. O objeto permaneceu cerca de 40 minutos no céu e então desapareceu. Seria mais um caso de avistamento se na manhã seguinte o garoto Evandro de Paula Gabriel, funcionário da Transportadora Transpaula não encontrasse estranhos círculos no terreno dos fundos da empresa.
O CEPEX, com seus membros, Osvaldo, Eduardo e Wendell Stein, chegou no dia seguinte ao local, onde entrevistaram dezenas de pessoas, coletaram amostras de capim e terra. O capim da espécie Braquiara que cobria os 2.400 metros quadrados do terreno e que na ocasião estava com uma altura média de 50 centímetros tinha vários trechos completamente amarelados e afundados. A grama tinha sido tirada da terra, que por sua vez estava com a aparência que parecia ter sido queimada pelo gelo. Duas clareiras circulares estavam abertas sobre o local com quatro patas cada uma que se assemelhavam a “trens de pouso”. As marcas mediam em torno de dez por 15 centímetros. A primeira marca que foi encontrada não chegou a completar um círculo completo e por coincidência apenas duas “patas de apoio” eram visíveis, como se algo tivesse tentado um pouso forçado no local.
De tudo, o que mais despertou a atenção dos ufólogos foi que na noite que ocorreu os avistamentos a cidade de Limeira foi tomada, de surpresa, por um black out [Blecaute]. A companhia de energia não soube explicar claramente as causas do apagão, comentando que poderia ter sido um curto-circuito na rede. Algumas semanas depois os primeiros resultados químicos da grama e terra chegaram para os pesquisadores, atestando que havia uma pequena alteração no PH. Em 1993, algumas semanas depois do ocorrido o CEPEX, junto com outros ufólogos como Claudeir Covo, Edson Boaventura (GUG) e Marco Silva [in memorian] (GEONI) visitaram Limeira, onde comprovaram que as marcas continuavam visíveis. Durante quatro meses nada cresceu em volta dos círculos. Hoje 15 anos depois, com as novas ocorrências em Limeira e no Brasil, talvez novas luzes sobre o caso possam ser reveladas, a procura da verdade por trás dos círculos.