Em um novo relatório divulgado, o escritório diz que não tem “nenhuma indicação ou confirmação” de que relatos de OVNIs sejam “atribuíveis a adversários estrangeiros”
O diretor Jon T. Kosloski do All-Domain Anomaly Resolution Office, ou AARO, testemunhará perante o Subcomitê de Serviços Armados do Senado sobre Ameaças e Capacidades Emergentes nessa na terça-feira (19 de novembro), começando às 18h30, horário de Brasília. Uma sessão a portas fechadas, fora dos limites do público, será realizada antes da sessão aberta.
O Departamento de Defesa criou a AARO em julho de 2022 para servir como um “ponto focal para todas as atividades de UAPs e relacionadas a UAPs e pode representar o Departamento em tais atividades“, disse o Pentágono na época, em um comunicado.
A AARO divulgou seu relatório de 2024 no dia 14 de novembro, que abrange avistamentos de UFOs (ou UAP, como são conhecidos atualmente) entre 1º de maio de 2023 e 1º de junho de 2024, bem como “todos os relatórios de UAP de quaisquer períodos anteriores que não foram incluídos em um relatório anterior”.
O documento trouxe 757 relatórios de casos no total durante o período. Desse total, 485 foram recebidos dentro desse período de análise. Destes casos, 118 foram resolvidos e outros 174 estão programados para encerramento, aguardando uma revisão final. O total inclui ainda 272 incidentes ocorridos antes desse período, mas que não haviam sido relatados anteriormente.
A revisão inclui centenas de casos de balões, pássaros e satélites identificados erroneamente, bem como alguns episódios que desafiam explicações simples. Entre eles está um quase-acidente entre um avião comercial e um objeto misterioso na costa de Nova York.
Embora o documento provavelmente não resolva debates sobre a existência de vida alienígena, ele reflete o crescente interesse público no assunto e os esforços do governo para fornecer respostas.
Os esforços federais para estudar e identificar óvnis têm se concentrado em possíveis ameaças à segurança nacional ou à aviação, e não em aspectos de ficção científica.
“É importante destacar que, até o momento, o AARO não encontrou evidências de seres, atividades ou tecnologias extraterrestres”, escreveram os autores do relatório.
A grande maioria dos incidentes reportados ocorreu no espaço aéreo, mas 49 foram registrados em altitudes estimadas de pelo menos 100 quilômetros, o que já é considerado espaço. As testemunhas incluíram pilotos comerciais e militares, bem como observadores.
Os investigadores encontraram explicações para quase 300 desses incidentes. Em muitos casos, os objetos desconhecidos foram identificados como balões, pássaros, aeronaves, drones ou satélites.
Segundo o relatório, o sistema de satélites Starlink, de Elon Musk, é uma fonte cada vez mais comum de confusões, com pessoas confundindo cadeias de satélites com óvnis.
Centenas de outros casos permanecem sem explicação, embora os autores do relatório tenham enfatizado que isso frequentemente ocorre devido à falta de informações suficientes para chegar a conclusões definitivas.
Nenhum ferimento ou acidente foi relatado em qualquer um dos incidentes, embora uma tripulação de voo comercial tenha reportado um quase-acidente com um “objeto cilíndrico” enquanto sobrevoava o Oceano Atlântico, na costa de Nova York. Esse incidente ainda está sob investigação.
Em outros três casos, tripulações militares relataram terem sido seguidas ou acompanhadas por aeronaves não identificadas. Por outro lado, os investigadores não encontraram evidências para ligar a atividade a uma potência estrangeira.
Entre as descrições visuais fornecidas por testemunhas, luzes não identificadas ou objetos redondos, esféricos ou em forma de orbe foram frequentemente relatados. Outros relatos incluíram uma testemunha que descreveu um “ser em forma de água-viva com luzes piscando“.
Na semana passada, um quarteto de testemunhas de alto perfil — incluindo um contra-almirante aposentado da Marinha dos EUA, um ex-administrador associado da NASA e um ex-oficial de contrainteligência dos EUA — disseram à Câmara dos Representantes dos EUA que uma conspiração governamental ampla e de longa data serviu, por décadas, para “esconder o fato de que não estamos sozinhos no cosmos” do público americano.
Estamos “no meio de uma corrida armamentista secreta de várias décadas — financiada por dinheiro mal alocado dos contribuintes e escondida de nossos representantes eleitos e órgãos de supervisão“, declarou uma das testemunhas durante a audiência.
A AARO foi especificamente nomeada como cúmplice no encobrimento durante esta audiência. “A AARO é incapaz, ou talvez não queira, trazer à tona a verdade sobre as atividades do governo em relação aos UAPs“, disse a Representante Nancy Mace (R-Carolina do Sul) durante os comentários de abertura da audiência. “Estou perturbada que a própria AARO não tenha transparência; até mesmo seu orçamento é mantido em segredo do público. Então, se não há ‘lá’ lá, então por que estamos gastando dinheiro com isso? E quanto? Por que o segredo?”