No dia 25 de agosto de 1997, o jornal Hoje, da Rede Globo, noticiou que a equipe de veterinários da Universidade de Campinas (Unicamp), chefiada pelo médico legista Badan Palhares, concluiu que o ataque realizado na cidade de Presidente Prudente (SP) tinha como responsável um cão selvagem ou cachorro-do-mato, também conhecido pelo nome científico de Canis thous – um animal raro que, de acordo com Palhares, viveria nas matas. Especulou-se que o motivo de seu aparecimento repentino teria sido ocasionado pelo desmatamento das áreas florestais. Pronto, eis mais uma tentativa de se explicar os ataques dos Chupacabras.
Curiosamente, no entanto, não foi mostrado filme, foto ou desenho deste misterioso animal. Tampouco testemunhas oculares dos fatos. Também não foi explicado se esse Canis thous, que segundo o telejornal tratava-se do Chupacabras, seria o mesmo responsável pelos inúmeros casos de agressões que vinham ocorrendo maciçamente no país. Não ficou esclarecido, ainda, por que os animais locais não faziam nenhum ruído no momento do ataque, nem por que os mesmos não reagiam em defesa de seu território, como normalmente o fazem. Desnecessário dizer que Palhares nem explicou as características anômalas desses casos – exaustivamente levantadas nesta pesquisa, até agora.
O mais interessante é que até àquela data não se sabia que em Presidente Prudente havia ocorrido algum tipo de ataque do gênero IEA. O CIPEX se encontrava tão a par desta fenomenologia que, obviamente, compreendeu que uma das intenções do Governo era a de não alarmar a população. Certamente nossas autoridades concluíram – ou sabiam – que as agressões cessariam repentinamente, como ocorreu em outros países. Diz-nos a experiência que a escolha da equipe de Badan Palhares para chefiar as necrópsias é o procedimento padrão para casos “insolúveis” no Brasil. No dia 26 do mesmo mês foi divulgado à Imprensa o laudo das análises de pêlos dos possíveis predadores de Presidente Prudente. O documento emitia a seguinte conclusão: “As ovelhas foram mortas por cães selvagens. Os peritos da Unicamp ligam o fenômeno dos ataques a animais no campo, ao desmatamento e à grande quantidade de cães vadios que circulam pelas cidades. Ao fugirem para a zona rural, adaptam-se ao novo meio, tornando-se selvagens e organizando-se em matilhas.”
Extinção Indiscriminada – No dia seguinte, o jornal Folha do Paraná publicou uma matéria intitulada Especialista teme extinção. De acordo com a reportagem, a bióloga Giselda Person, do Núcleo de Monitoração Ambiental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), considerava precipitada a hipótese levantada pelo perito da Unicamp, de que o animal que teria atacado as ovelhas seria um cachorro-do-mato. Ela, segundo o jornal, temia que os exemplares dessa espécie ainda existentes passassem a ser caçados de forma indiscriminada, o que poderia levá-los à extinção. Na opinião da bióloga, a teoria levantada por Palhares, baseada na análise de pêlos encontrados perto dos animais mortos, seria “pouco consistente.” Em sua análise, o fato desses vestígios terem sido achados nos locais onde ocorreram as mortes não bastava para concluir que as vítimas tenham sido agredidas pelo cachorro-do-mato. Person diz que “…o animal pode até ter sido atraído pelo cheiro dos animais mortos, mas isso não significa que tenha conseguido atacá-los.”
Na mesma página, outro texto reflete a opinião da bióloga Kátia Cassaro, que endossa a posição de Giselda. “Embora mais valentes do que o lobo-guará e capazes de enfrentar o homem, os cachorros-do-mato são muito pequenos para sequer tentar atacar um carneiro, geralmente não pesam mais do que um cachorro fox-terrier e se alimentam de passarinhos, roedores e, no auge da fome, são capazes de atacar um galinheiro”, explicou a bióloga ao jornal. Para ela, o nome em inglês do cachorro-do-mato já dá uma idéia de suas limitações: crab-eating fox, isto é, raposa comedora de caranguejos. Segundo a Folha, Kátia considera o animal inocente porque os primeiros ataques desse tipo foram registrados no México e em Porto Rico, onde a espécie não existe [Sua distribuição vai do Uruguai à Venezuela e Colômbia]. O que é mais suspeito ainda, de acordo com a bióloga, é a afirmação de que o animal chupa o sangue das vítimas, pois nenhum predador faz isso, nem mesmo o morcego, que simplesmente lambe a ferida por onde escorre o líquido.
De posse de toda essa importante informação coletada pelo Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX), e agora passada ao leitor, é de fácil dedução que o referido laudo oficial tinha como objetivo maior encerrar o assunto perante à Imprensa e à curiosidade pública, que àquelas alturas já se encontrava alarmada. Esse tipo de manobra de acobertamento já foi utilizado inúmeras vezes – e os pesquisadores do Fenômeno UFO sabem disso. Finalmente, vasculhando a literatura especializada, a equipe do centro de pesquisas não encontrou o termo científico Canis thous, mas apenas referências ao Cerdocyon thous, também conhecido como cão selvagem. Aparentemente, para a Ciência, Canis Thous não existe.
A opinião pública mais uma vez foi enganada pela máquina da desinformação governamental. E olhem que o Badan Palhares já esteve envolvido em um mesmo procedimento durante o Caso Varginha, quando tentou inutilmente negar seu envolvimento…