Marte ainda não consta dos catálogos de “trekking” das agências de ecoturismo, mas cientistas encarregados de analisar os dados gerados pela sonda européia Mars Express já começam a produzir um mapa topográfico do planeta. Esse tipo de mapa, onde linhas definem os contornos de altitude da paisagem, são muito usados pelos entusiastas de caminhadas.
No caso de Marte, os mapas – que atualmente dão conta da região de Iani Chaos – apresentam as linhas de contorno sobrepostas a imagens de alta resolução feitas pela Câmera Estéreo de Alta Resolução (HRSC, na sigla em inglês), que se encontra a bordo da Mars Express.
Os mapas de Iani Chaos têm escalas que vão de 1:200.000 a 1:50.000. A região foi escolhida pelo interesse topográfico – é coberta por blocos individuais de rocha e colinas que formam um padrão confuso sobre a superfície.
As “ilhas” de rocha que surgem em meio à parte plana do terreno provavelmente são remanescentes de uma versão mais antiga da superfície de Marte. As áreas planas que separam as grandes rochas e montes surgiram com o desmoronamento de cavidades abertas por baixo da superfície mais primitiva. As cavidades talvez tenham sido preenchidas com gelo, que desapareceu com o calor vulcânico.
Conforme a água gerada pelo gelo derretido corria em direção a outra parte de Marte, Ares Vallis, a paisagem desmoronou, dando origem ao Chaos.
As linhas de contorno ajudam a entender a morfologia da superfície. Na maioria dos mapas, cada linha representa uma diferença de altitude de 250 metros. Os mapas trazem ainda os nomes das características do terreno e uma grade de latitude e longitude.
Em breve, a câmera HSRC terá acumulado dados suficientes para produzir mapas topográficos de todo o planeta. Isso dera origem a 10.372 pranchas, em escala 1:200.000.