Keith Basterfield, do blog ufos-scientificresearch publicou um artigo a respeito de uma equipe de investigação de UFOs, financiada pelo governo dos Estados Unidos, que veio ao Brasil coletar dados sobre o fenômeno.
Recentemente soubemos mais detalhes do contrato financeiro da área de Estudos Espaciais Avançados da Bigelow Aerospace (BAASS) com a MUFON.
Essa parceria permitiu à BAASS adquirir dados, relatórios de campo, transcrever entrevistas e arquivos de casos da MUFON, e também identificar os casos ufológicos mais importantes dos Estados Unidos e, em seguida, enviar seus próprios investigadores de campo.
Mas nas últimas semanas, descobrimos que o esforço da BAASS para coletar informações e evidências físicas foi muito além das fronteiras do país.
Há muito tempo rumores de que funcionários da BAASS visitaram o Brasil durante a vigência do contrato do Programa Avançado de Aplicações em Sistemas de Armas Aeroespaciais (AAWSAP) que mantinham com o Pentágono.
No decorrer da investigação de Keith Basterfield e Marc Cecotti eles se comunicaram com vários ex-funcionários da BAASS. Neste artigo eles decidiram não fornecer seus nomes, a menos que eles já estejam no domínio público.
Com isso os autores esperam encorajar outros ex-funcionários da BAASS a conversar com eles. Segue abaixo a tradução do artigo.
O Investigador
Informações ufológicas brasileiras no radar dos Estados Unidos
Crédito: Revista UFO
Um de nós conduziu uma comunicação online, em março de 2020, com um ex-funcionário da BAASS, a quem chamaremos de Investigador.
O indivíduo era investigador/oficial de segurança da BAASS até julho de 2010, quando houve uma demissão em massa de funcionários da BAASS.
Seu papel era realizar segurança física e de informações, e também incluía a investigação de atividades incomuns no Rancho Skinwalker.
Originalmente, ele e seus colegas se candidataram a um cargo na Bigelow Aerospace, depois trabalharam para a BAASS desde o início de 2009. Eles fizeram algumas implantações no rancho.
Durante nossa comunicação online, o Investigador declarou:“Lembro-me da primeira grande investigação que eles fizeram, eles montaram uma equipe para ir, acredito que fosse para o Brasil, para investigar algumas atividades ufológicas que tinham pelo menos quatro ou cinco anos atrás. Levamos três meses para montar a equipe e ir para lá.
Ao receber uma foto de vários funcionários da BAASS que havíamos localizado, o Investigador identificou uma mulher como sendo a pessoa a quem chamaremos de tradutora de português da BAASS.
Segundo ele, “ela estava lá apenas com um contrato curto, foi com a equipe para o Brasil”.
Questionado sobre a ocorrência da viagem ao Brasil, o investigador respondeu: “Não tenho certeza, se foi no meio do verão ou no outono de 2009”.
Questionado sobre se a equipe era grande ou apenas algumas pessoas, o Investigador respondeu: “Acho que são umas seis”.
Questionado sobre quais funcionários da BAASS estavam na equipe, com dois nomes sugeridos, sendo Kelleher e um outro, a resposta foi: “Acho que nenhum deles”.
Nós conseguimos encontrar um anúncio da BAASS de oferta de emprego para um tradutor de português, no Twitter, em 30 de maio de 2009.
O Analista
Mais tarde, em março de 2020, foi realizada uma entrevista online com outro ex-funcionário da BAASS, contratado como analista. Uma verificação nas informações disponíveis afirmou que pessoas foram empregadas como analistas de pesquisa a partir de 2009.
Ele confirmou que analisou os dados do grupo de estudo oficial de UFOs do governo francês, o GEIPAN. “Estávamos em contato com muitos países de língua francesa e outros países da América do Sul”, disse ele.
Mais uma vez, isso confirma as informações obtidas por outros pesquisadores, de que o BAASS estava tentando coletar relatórios e dados de UFOs de vários bancos de dados estrangeiros.
O Investigador Sênior
No final de março de 2020, um de nós teve uma breve conversa com um ex-investigador sênior da BAASS.
Esse indivíduo informou que era, ao mesmo tempo, responsável por até 10 investigadores, todos funcionários da BAASS.
Quando perguntado se ele fez parte da viagem ao Brasil, ele respondeu que não, porque tinha muitas investigações ativas nos Estados Unidos na época. Sua resposta foi uma confirmação da viagem ao Brasil.
Informações básicas
Aqui introduzimos algumas informações básicas que têm relação direta com o assunto deste artigo.
No dia 8 de junho de 2010, o jornal New York Times publicou um artigo de Kenneth Chang intitulado In New Space Race, Enter the Entrepreneurs [Entram os Empreendedores da Nova Corrida Espacial].
Ele apresentou uma entrevista com Robert Bigelow, que disse, em algum momento: “Sou pesquisador e estudante de UFOs há muitos, muitos anos … Pessoas foram mortas. As pessoas foram feridas. São mais que dados observacionais”.
Procurando esclarecer essa afirmação, encontramos um livro de 2015 intitulado Bigelow Aerospace: Colonizing Space One Module at a Time [Bigelow Aerospace: Colonizando o Espaço Um Módulo Por Vez. Springer, 2015] do autor Erik Seedhouse. Na obra, há a seguinte citação:
“O doutor Franklin Ruehl, que afirma que Bigelow sabe algo que todos nós não sabemos, citando uma entrevista com Bigelow do New York Times, em junho de 2010, na qual Bigelow, quando perguntado sobre UFOs, declarou que ‘Pessoas foram mortas. As pessoas foram feridas’. Quando perguntado mais tarde sobre essa citação, Bigelow alega que estava se referindo ao incidente de Colares, no Brasil, de 1977, durante o qual raios disparados por um UFO, feriram ou mataram até 35 pessoas”.
O governo brasileiro divulgou dados sobre os incidentes de 1977, em maio de 2009. A BAASS enviou uma equipe ao Brasil no meio do verão ou no outono de 2009. Bigelow comentou o assunto em junho de 2010.
Argentina
Casa Rosada, sede do governo Argentino Crédito: IG Digital
Em dezembro de 2019, em resposta a um artigo de blog de um de nós, recebemos uma mensagem foi recebida do Museu do UFO de Victoria, na Argentina, cuja tradução segue abaixo:
“Não me lembro do ano, mas nossa equipe foi contatada em nome da BAASS pela tradutora de português da empresa. Ela queria que da Argentina informássemos sobre objetos caindo do céu e casos de UFOs em usinas de energia e usin
as nucleares.
Em troca, se ofereciam para treinar nossos pesquisadores e financiar nosso trabalho. Depois disso, ela nunca mais se comunicou e recebemos um e-mail da BAASS informando que ela não trabalhava mais. Eu acho que foi naquele ano. O ano referido foi 2009”.
Conseguimos obter uma captura de tela da conta de e-mail de nossa fonte, com as informações de contato da tradutora de português da BAASS.
Palestra na conferência da Sociedade de Exploração Científica (SSC)
Hal Puthoff. Crédito: To The Stars Academy
Durante sua palestra de junho de 2018, em Las Vegas, Hal Puthoff se referiu ao Brasil quando disse: “Nós, como parte do programa, analisamos alguns casos realmente legais do Brasil ‘.
Por programa, ele estava se referindo ao Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP). Puthoff continuou dizendo:
“Em 1977, 78 era como Encontros Imediatos do Terceiro Grau. Milhares de páginas de documentos, todos feitos pela equipe de investigação da Força Aérea Brasileira, 500 fotografias, 15 horas de filme, muitos ferimentos médicos. Esta é uma lista dos diferentes tipos de lesões médicas que ocorreram quando as pessoas encontraram as naves de perto, e há alguma sobreposição com os casos que investigamos, durante o programa, de lesões ocorridas”.
Mais informações
Governo dos Estados Unidos estava interessado na Operação Prato, conduzida pela da Força Aérea Brasileira
Crédito: Revista UFO
Um de nós entrou em contato com Hal Puthoff por e-mail e fez várias perguntas curtas. Abaixo estão as perguntas e as respostas de Puthoff:
Uma equipe da BAASS foi ao Brasil?
Sim.
Em caso afirmativo, qual foi o seu papel?
Reunir dados de pesquisadores brasileiros (mas não sei detalhes).
Você pode fornecer informações adicionais sobre as descobertas da equipe?
Não. Nunca fui informado sobre os resultados do programa médico, apenas sabia que isso havia ocorrido. Colm Kelleher seria seu melhor contato para isso.
Você fez parte da equipe?
Não, eu não fiz.
Também procuramos Christopher (Kit) Green e fizemos as mesmas perguntas. as respostas de Green:
“Eu não soube sobre a viagem na época. Não fui informado sobre isso até depois – muito depois – mais de 10 anos depois. Foi-me dito, por uma fonte decente, que nenhuma pessoa da área médica – certamente nenhum médico – estava na equipe. Eu nunca vi um relatório médico. Vi um gráfico de barras empilhadas médico, não profissional, com um número terminológico de casos alegados – mas não com nenhum dado subjacente. Vi alguns resumos de casos ao longo dos anos, amplamente publicados por Vallee e Pratt – mas não relacionados à BAASS. Como eu disse em um e-mail anterior, nunca vi os alegados dados médicos do Brasil, exceto Vallee e Pratt – e não havia dados médicos forenses reais – mas resumos bons, porém inespecíficos”.
Nós verificamos com o repórter investigativo Tim McMillan o seu conhecimento nessa área. Ele gentilmente nos informou que:
“Eu sei que os investigadores da BAASS viajaram ao Brasil para investigar alguns casos mais recentes durante o AAWSAP. Para onde eles foram ainda não tenho certeza. Também me disseram, em 2010, que oficiais de alto escalão das Forças Armadas Brasileiras foram levados para Washington para informar o pessoal da AATIP sobre alguns casos de UFOs. Supostamente, esses funcionários forneceram mais documentos e dados à AATIP”.
Começa a parecer, com base nos comentários do ex-investigador da BAASS e de Tim McMillan, que a equipe do BAASS estava analisando alguns casos brasileiros mais recentes que ocorreram no período de quatro a 5 anos antes de 2009, e não os incidentes de 1977/78. Embora, é claro, eles pudessem estar realizando os dois.
Reconhecendo que algumas de nossas fontes anteriores da BAASS ainda podem estar sob os acordos de não divulgação (NDA), concluímos que os pesquisadores de UFOs na América do Sul não seriam mantidos em um NDA, portanto, nossa pesquisa se expandiu para além dos EUA.
Brasil – Ademar José Gevaerd
Ademar José Gevaerd Crédito: Revista UFO
Em 01 de abril de 2020, uma conversa online com o famoso pesquisador brasileiro Ademar José Gevaerd revelou mais detalhes. Gevaerd foi capaz de dizer que ele realmente conheceu dois membros da BAASS em sua cidade natal, Curitiba. Eles eram ex-agentes da USAF trabalhando para Bigelow. Eles queriam artefatos vindos de UFOs, como os metamateriais.
Perguntado se ele se lembrava do nome, ele respondeu, “Douglas Kurth com certeza”. Ao receber uma foto de Kurth, ele reconfirmou essa identificação. Sobre a questão de que ano foi, Gevaerd disse: “Até 2008 ou 2009, não lembro. Tanto quanto sei, eles não levaram nada”. Gevaerd mencionou então: “Eles também foram para a Argentina”.
Argentina – Andrea Simondini
Andrea Simondini Crédito: Revista UFO
Foi realizada uma conversa online com uma das principais pesquisadoras de UFOs na Argentina, a mesma pessoa que, em dezembro de 2019, havia respondido a um post de um de nós.
Andrea confirmou o nome da tradutora da BAASS para nós. E também mencionou que os e-mails da tradutora e alguns de Colm Kellher eram o único contato que ela teve pessoalmente com a BAASS.
A pesquisadora nos disse que a tradutora poderia ter procurado uma organização ufológica no Chile. Tentamos entrar em contato com a ex-tradutora da BAASS, que ainda mora em Las Vegas, para comentar.
Chile
Vulcão Licancabur, no Chile Crédito: DicasChile
Em comunicação online com um dos principais pesquisadores de UFOs do Chile, ele revelou ter 100% de certeza de que a BAASS não contatou sua organização em 2009.
Ele acredita que, devido às divergências anteriores entre sua organização e o agora extinto instituto de pesquisa paranormal de Bigelow, o National Institute for Discovery Science (NIDS), a BAASS escolheu não entrar em contato com ele.
Ainda estamos investigando possíveis contatos no Chile.
Uruguai
Cabo Poloni, no Uruguai Crédito: CVC
Nosso contato chileno mencionou ser possível que a BAASS tivesse contatado alguém no Uruguai.
Um acompanhamento com esse indivíduo no Uruguai não confirmou que eles haviam sido contatados pela BAASS.
No entanto, declarações de algumas de nossas fontes nos levaram a acreditar que o contato com a BAASS pode realmente ter acon
tecido. No momento, estamos investigando essas reivindicações.
Nota final
No momento da publicação deste artigo, ainda estamos analisando a cooperação que a BAASS tentou estabelecer com várias organizações na América do Sul, mas também com outros países do mundo, para coletar não apenas informações, mas também evidências físicas.
Mas, como Collins e Glassel relataram, as evidências parecem sugerir que a BAASS estava mais interessada em coletar dados e relatórios do que compartilhar suas próprias descobertas.
Fonte: Ovnihoje
Assista, abaixo, uma palestra sobre a Operação Prato feita pelo editor da Revista UFO na Campus Party: