De tempos em tempos, uma nova autoridade junta-se a um corpo de mais de 600 pessoas que, em posições-chave em governos de vários países, já manifestaram aberta e publicamente sua convicção de que o Fenômeno UFO deve ser pesquisado oficialmente e os resultados de tal pesquisa, comunicados à humanidade. Em novembro de 2005 foi a vez do respeitado político canadense Paul Hellyer somar-se a esse crescente grupo. Hellyer tem uma carreira de respeito e sua nova posição agrega credibilidade à Ufologia. Serviu como ministro da Defesa do Canadá entre 1963 e 1967, na gestão do então primeiro-ministro Lester Pearson, e foi vice-primeiro-ministro de Pierre Trudeau. Portanto, sabe bem o que fala.
Num ato já aguardado por insiders da Comunidade Ufológica Mundial, mas inusitado para a população, Hellyer uniu forças com três organizações ufológicas não-governamentais para pedir ao Parlamento canadense que realizasse debates públicos sobre UFOs e civilizações alienígenas. A notícia causou furor nos meios ufológicos e muita curiosidade fora deles. Hellyer falou, em pronunciamento, que era hora de dar ouvidos aos adeptos da exopolítica, uma área que pratica um misto entre Ufologia e política, definida por seus defensores como “o estudo, planejamento e diplomacia nas relações com seres extraterrestres”. Para Hellyer, não restam dúvidas de que civilizações alienígenas mais avançadas tecnológica e eticamente estão visitando a Terra.
Política ufológica — Dois meses antes, em 25 de setembro, num surpreendente discurso na Universidade de Toronto, o político chamou à atenção da imprensa mundial ao declarar: “Discos voadores são tão reais quanto os aviões que voam sobre nossas cabeças”. E completou: “Estou tão preocupado com o que poderão ser as conseqüências de uma guerra intergaláctica que achei que deveria dizer algo a respeito”. Para ele, que se referiu principalmente ao Caso Roswell, o encobrimento de seus detalhes e a política de acobertamento ufológica são uma lástima. Num tiro certeiro no maior parceiro comercial de seu país, os Estados Unidos, Hellyer acusou os militares norte-americanos de estarem preparando armas para serem instaladas no espaço e que poderiam ser usadas contra extraterrestres. Disse que, em sua insanidade, os oficiais dos EUA poderiam colocar todo o mundo numa guerra intergaláctica inevitável e de conseqüências catastróficas.
Parece exagero, mas não é. Sabe-se, atualmente, que o orçamento militar dos Estados Unidos nunca foi tão grande e que a administração Bush não mede esforços para buscar ainda mais poderio militar, já que sua diplomacia é falha em inúmeros aspectos. “Bush concordou em deixar seus militares construírem uma futura base de operações na Lua, que os colocaria em melhor posição para rastrear as entradas e saídas desses visitantes do espaço exterior e atacá-los quando quisessem”, declarou, espantando a todos. O discurso de Hellyer na Universidade de Toronto foi encerrado com uma significativa ovação em pé. E ele ainda disse aos estupefatos presentes: “Chegou a hora de se levantar o véu do encobrimento à questão ufológica e deixar a verdade emergir, para que possa haver um debate real sobre um dos problemas mais importantes que nosso planeta enfrenta nos dias de hoje”.
Estou tão preocupado com o que poderão ser as conseqüências de uma guerra intergaláctica que achei que deveria fazer algo a respeito
Presença alienígena — Com tamanho incentivo, as ONGs ufológicas do Canadá não perderam tempo e foram até o Parlamento, em Ottawa, a capital, para requerer que sejam realizadas audiências públicas sobre a presença alienígena na Terra e decidir como o país deve se posicionar oficialmente quanto ao assunto. Talvez isso venha mesmo a ocorrer, já que o órgão legislativo canadense é conhecido por seus debates francos e abertos sobre temas polêmicos, como casamento entre homossexuais, liberação do uso da maconha etc. Os ufólogos do país prometem insistir. Em 20 de outubro passado, o Institute for Cooperation in Space [Instituto para Cooperação no Espaço, ICIS] – que tem entre seus integrantes o astronauta Brian O’Leary, o economista Alfred Lambremont Webre e o escritor Arthur Clarke – requisitou formalmente ao senador Colin Kenny, presidente do Comitê do Senado para Segurança e Defesa Nacional, que iniciasse o processo de discussão sobre o assunto.
Outra organização não-governamental envolvida no processo, o Disclosure Project [Projeto Revelação], que atua principalmente nos EUA, também consignou seu pedido ao Parlamento canadense para a realização dos debates e ofereceu-se para assessorá-lo, apresentando testemunhas militares de alta patente que tiveram contatos de vários graus com naves alienígenas e seus tripulantes, além de ex-agentes da inteligência norte-americana. A terceira ONG, o Exopolitics Institute [Instituto de Exopolítica], dirigida pelo cientista e autor Michael Salla, juntou-se às demais para elaborar o que chamaram de Iniciativa Canadense de Exopolítica, um esforço conjunto para sensibilizar autoridades do país a se decidirem a tomar uma posição quanto ao assunto diferente da de seu secular parceiro, os Estados Unidos.
O Exopolitics Institute já havia apresentado ao Senado canadense, em 10 de março de 2005, o documento Uma Década de Contato, que propõe que o governo empreenda “um processo de 10 anos de educação pública, pesquisa científica, desenvolvimento educacional, planejamento e atividades públicas visando preparar a sociedade para estabelecer regras de diplomacia para lidar com avançadas culturas extraplanetárias agora visitando a Terra”. Paul Hellyer, um dos homens públicos mais respeitados de seu país e do mundo, aderiu por completo à iniciativa das ONGs e prometeu ajudar na implantação de uma nova mentalidade no Canadá e em todo o globo, que permita à humanidade ver nossos visitantes extraterrestres de maneira aberta e franca.
A luta continua — Infelizmente, no fim do ano passado, o ICIS recebeu uma comunicação do Comitê do Senado para Segurança e Defesa Nacional dizendo que o órgão não poderia sediar as audiências públicas sobre extraterrestres requisitadas, por causa de sua agenda lotada. “Isso não nos deterá”, disse um porta-voz da entidade. “Nós vamos em frente com nosso pedido ao primeiro-ministro Paul Martin e aos líderes da oposição no Parlamento, e iremos refazê-lo ao Senado em meados de 2006”. Talvez os Estados Unidos, em sua eterna posição de big brother de plantão, tenha influenciado na decisão do Parlamento canadense. Mas o fato é que a luta continua, e os ufólogos do país não se darão por vencidos tão facilmente, ainda mais com um apoio de peso como o de Hellyer. “O governo precisa divulgar abertamente o assunto e trabalhar para vetar a instalação de armas de guerra no espaço contra sociedades extraterrestres”, declarou. Vamos à entrevista [Veja também matéria nesta edição].
O senhor surgiu há pouco tempo no cenário ufológico com um discurso rígido contra a política norte-americana de sigilo aos UFOs e usando termos muito incomuns para uma autoridade. Seu interesse pela questão dos discos voadores tem origem em sua atuação como ministro da Defesa ou é uma curiosidade recente? Na verdade, meu interesse é bem recente. Quando fui ministro da Defesa, tinha sempre em minha mesa relatórios oficiais que tratavam de avistamentos de UFOs. Mas eles apenas indicavam se havia uma explicação natural ou não para os fatos, nada além disso. Na época, eu estava muito ocupado para me preocupar com esta questão e assim não me aprofundei nela. Também porque fui o ministro que agregou as forças armadas de meu país – o Exército, a Marinha e a Força Aérea Real Canadense – em uma única instituição, fato inédito no mundo ocidental. Robert McNamara, então secretário da Defesa dos Estados Unidos, disse que isso era o que todos os ministros gostariam de fazer, mas não tinham coragem. Foi uma verdadeira guerra conseguir tal feito, o que não me deixou tempo para mais nada. Apenas recentemente passei a pensar com seriedade na questão dos discos voadores, e defendo que são coisa séria.
McNamara foi quem trabalhou junto ao presidente John Kennedy, nos anos 60? Sim, foi ele, durante a Guerra Fria, uma época em que todos estavam muito ocupados para pensar em discos voadores e coisas assim. Mas há pouco tempo, quando alguns amigos começaram a me enviar informações sobre o assunto, passei a acompanhar o tema. Devo admitir que o que instigou ainda mais meu interesse foi o livro do coronel Philip Corso, The Day After Roswell [O Dia Após Roswell, Pocket Books, 1997], que li um ano atrás [Fevereiro de 2005], e decidi ler sem parar. Ao final, pensei: eis um assunto que quero pesquisar a fundo, porque é importante e existem muitas questões políticas envolvidas. O livro de Corso teve o condão de despertar minha atenção para a questão, que eu já sabia que era algo muito sério.
O senhor se recorda de quem ganhou o livro do coronel Philip Corso? Acho que foi de Pierre Jeauneau [Político aposentado e veterano de guerra canadense]. O Pierre tem me enviado bastante material sobre vários assuntos. Ele é muito atencioso comigo e me informa do que acha importante, embora saiba que estou sobrecarregado de trabalho, como você mesma viu em minha mesa…
É verdade. O senhor é um ativista em muitas áreas… Sim, muitas. As pessoas me perguntam o que eu farei agora, que estou aposentado, e digo a elas que a única diferença é que agora eu trabalho apenas seis dias por semana… Mas li o livro de Corso por saber que sua narrativa era sobre algo autêntico, o Caso Roswell. E me perguntei: será que alguém seria capaz de criar uma ficção assim? Eu leio apenas alguns livros por ano e, em 2005, o de Corso foi o que me marcou. Foi tão convincente que não pude me decidir, até chegar ao final, se o que ele relatava era fato ou ficção. Após examinar a obra, concluí que não se tratava de uma invenção, pois o autor menciona muitas datas, nomes e lugares que não podem simplesmente ter sido criados. E há ainda inúmeras referências que eu reconheço como legítimas, como a que envolve o ex-ministro da Defesa Nacional. De repente, ao estudar o livro, fui me tornando profundamente interessado e envolvido pelo assunto.
Se os EUA decidissem enfrentar uma civilização com tecnologia superior, o que aconteceria? Os alienígenas iriam simplesmente desistir de seus planos de aproximação da Terra ou retaliariam as ações bélicas? E quais seriam então as conseqüências deste um ato hostilpara o mundo?
O livro inclui uma referência ao senhor, a história de que teria chamado um general dos Estados Unidos para confirmar alguns fatos. É verdade? Eu não tenho permissão para falar neste assunto, mas o que está no livro é verdade. Quando eu o estava lendo, meu sobrinho, que é militar e passava uns dias em minha casa, perguntou-me do que se tratava. Ao responder, ele, que é cético quanto aos UFOs, como grande parte da população, não deu muita importância. Mas, algumas semanas depois, me ligou para relatar que tratou do assunto com um amigo comum, um general aposentado, e que este havia lhe dito que cada palavra publicada na obra é a mais pura verdade. Meu sobrinho mudou radicalmente de posição e disse: “Agora, sou quem quer pôr as mãos
nesse livro”.
Bem, The Day After Roswell foi um bestseller logo quando lançado, no 50o aniversário do Caso Roswell. E olhe que há pessoas que sequer acreditam que ele aconteceu. O coronel Corso relatou na obra que chegou a ver o corpo de um ser extraterrestre morto em Fort Riley [Instalação do Exército norte-americano], no Kansas, em 1947. Além disso, Corso trabalhava no Pentágono, o que transforma seu relato em algo de grande credibilidade.De fato, o livro me deixou muito curioso e interessado, pois sei como entender questões políticas, como as que ele se refere. Entre elas, na época de Roswell, havia o pensamento do general Nathan Twining, que classificou os seres alienígenas como inimigos. Ora, se eram vistos como inimigos, isso implicava que os Estados Unidos certamente estavam se preparando para se defenderem deles. Ou seja, se necessário, para matá-los. Mas a questão que vem a seguir é inevitável: se os norte-americanos decidissem enfrentar uma civilização com tecnologia superior, o que aconteceria? Tais raças alienígenas iriam simplesmente desistir de seus planos de aproximação da Terra ou retaliariam nossas ações bélicas? E quais seriam, então, as conseqüências de um ato hostil para os EUA e para o mundo? Todas estas perguntas são tremenda e absolutamente importante para nós.
E caso nossos visitantes sejam amigáveis? Bem, é claro, outras considerações políticas seriam aplicáveis caso a tecnologia desses seres estivesse ao nosso alcance. Ela teria, por exemplo, o poder de salvar nosso planeta da destruição que nós mesmos estamos causando. Com a ajuda deles, poderíamos deixar de usar combustíveis fósseis, reconstruir a camada de ozônio e ainda fazer com que as calotas polares parassem de derreter, evitando que aumentassem os níveis dos oceanos – algo que vem desregulando o clima global. Mas estas são apenas conjecturas, pois não sabemos ao certo quais são as intenções desses visitantes.
O senhor tem levado a sério a existência dos discos voadores por que é uma questão de segurança nacional ou por que, como ser humano, tal fato mudou sua forma de encarar o mundo? Ambas as coisas. É importante para os governos verem que a ação de outras raças cósmicas em nosso meio é uma questão pertinente à segurança nacional, como é ao cidadão comum ver que tal fato pode mudar completamente sua forma de encarar a existência humana.
O senhor demonstra estar particularmente interessado no Caso Roswell. O que acha da política de acobertamento que até hoje o governo norte-americano aplica ao incidente? Uma lástima. Eles, os militares dos EUA, acusam as pessoas que testemunharam o acidente de não terem credibilidade, afirmam que os investigadores do caso estão equivocados e ainda dão desculpas sem o menor sentido para explicar o fato. Estou convencido de que o governo dos Estados Unidos mantém um acobertamento sistemático do assunto, algo realmente meticuloso e que teve sucesso por cerca de meio século. Mas hoje isso não tem mais cabimento. Tal política de duas faces se encaixa na teoria de Lewis Lapham, a de que existem dois governos em ação. Creio que ela lhe seja familiar?
A do governo da sombra e o governo real? Ou a do governo permanente e do governo provisório. Lapham diz que o governo permanente dos Estados Unidos tem uma lista com 500 empresas em Washington, que fazem seu trabalho legal, e as melhores companhias de relações públicas do país, que tratam de sua imagem e propaganda. São essas empresas que comandariam de fato os Estados Unidos e tratariam de estabelecer suas políticas, sempre com critérios bem definidos, que não incluem levar a sério a questão dos discos voadores. Até mesmo as eleições, que ocorrem para estabelecer quem irá ocupar as vagas no outro governo, o provisório, são operações de cartas marcadas, de fachada.
Como assim? Como político aposentado, me permito afirmar que em época de eleições eles pegam atores programados para ler textos previamente ensaiados, num palco bem definido e sem surpresas. Nada acontece de improviso, e tem sido assim há décadas. Tudo é estabelecido pelo tal governo permanente, ou real, para que se coloque em funcionamento o governo provisório, ou das sombras. Chamam isso de democracia, mas é pura besteira. O fato é que as regras estão lançadas há muito tempo e pouco se faz para mudá-las. Isso se aplica à questão ufológica, que vem sendo mantida distante da opinião pública há décadas, em sucessivos governos provisórios que se alternam no poder.
O senhor acredita que estas regras precisam ser mudadas? Sim. A aceitação da existência de outras raças no universo é uma questão política fundamental, que não deve ser resolvida apenas para benefício dos Estados Unidos, mas de toda a humanidade. Ela está diretamente ligada, neste instante, à implantação de um sistema antimíssil pelos EUA, que é, na verdade, um meio para enfrentar intrusos alienígenas. Lamentavelmente, como estamos juntos deles em quase tudo que ocorre, é possível que o Canadá venha a tomar parte nisso. Ainda esses dias vi nos jornais que nosso novo ministro da Defesa Nacional disse que iremos reabrir a questão do sistema antimíssil. Eu me pergunto: queremos fazer parte disso? Queremos fazer parte desse projeto sem antes sabermos com quem estamos lidando?
O atual primeiro-ministro canadense, sir Stephen Harper, estaria envolvido neste processo? Absolutamente não! Tenho certeza de que não está, assim como também não é favorável ao projeto nosso ministro da Defesa. O que Harper está fazendo é levar adiante, com o conhecimento convencional que temos, a construção de um sistema que nos proteja de mísseis de inimigos terrestres.
O senhor é a favor da divulgação franca e aberta da existência de outras raças cósmicas e suas visitas à Terra? Eu acredito na busca pela verdade. A Bíblia diz que a verdade nos libertará. Eu não acho que existe outra forma de encararmos a situação. Não creio que seja possível continuar vivendo uma mentira. Sou religioso e não sou o único interessado na divulgação da presença extraterrestre. Acho que é natural e inevitável que existam outras espécies nesta galáxia ou em outras, que são mais avançadas tecnologicamente do que nós e provavelmente o sejam também espiritualmente. Nós devemos aprender com eles a trabalhar juntos para construir um mundo melhor.
O senhor acha que algo deveria ser feito em conjunto com seres de outras civilizações aqui na Terra? Deveríamos começar sozinhos mesmo, melhorando nosso mundo, para somente então participarmos de projetos maiores de cooperação com outros seres. Esse é o tipo de projeto político que deveríamos adotar, e não gastar centenas de milhões de dólares com armamentos sofisticados quando temos milhões de pessoas em nosso planeta morrendo de fome e vitimadas por tantas doenças. Ora, um projeto custando tanto dinheiro, que se ajuste ao temperamento do complexo industrial militar, é simplesmente contra a possibilidade de salvação de incontáveis vidas humanas que não têm chance alguma. Nós não estamos ajudando a melhorar o planeta quando temos capacidade e recursos de amparar toda essa gente e dar-lhe uma vida digna, mas não o fazemos.
Isso a que o senhor se refere é parte dos princípios de sustentação da exopolítica, uma área que tem nos doutores Michael Salla e Alfred Webre seus maiores expoentes. A exopolítica defende a necessidade de se fazer uma preparação para convivermos, num futuro bem breve, com seres de outras civilizações. Bem, tenho certeza de que temos que fazer alguma coisa nesse sentido e aplaudo os esforços de quem está tentando. Temos que fazer algo positivo por meio da cooperação entre os interessados por um futuro melhor. Webre sugeriu um período de 10 anos para estabelecer regras de contato e cooperação com esses seres. Acho que seria maravilhoso que isso ocorresse e só Deus sabe para onde iríamos a partir de um contato oficial com outras inteligências. Isso seria muito mais positivo do que desperdiçar os próximos 10 anos tentando construir um sistema militar capaz de começar uma guerra intergaláctica.
E esta seria uma guerra que não venceríamos… Claro que não. Mas esta é uma possibilidade que alguns militares nunca irão enxergar. Eu entendo seu modo de pensar e sei que eles não desistiriam de suas aspirações belicistas, até porque a constante ação das forças armadas alimenta um complexo industrial fabuloso, que precisa, no entendimento de alguns, continuar progredindo. Noutras palavras, guerras com humanos ou alienígenas são lucrativas – mas apenas para certas pessoas, pois colocam o resto de nós em risco.
O senhor escreveu vários livros sobre economia, entre eles Surviving the Global Financial Crisis [Sobrevivendo à Crise Financeira Global, Chimo Media, 1996], e tem uma visão muito clara sobre esta questão. Sim, vejo nosso sistema financeiro como um modelo em que gastamos dinheiro para ganhar uma guerra fictícia. Produzimos muito mais armamentos do que podemos usar em todos os conflitos existentes e mesmo os que possam ser criados. E estamos substituindo todos eles por novos de tempos em tempos, realimentando a indústria bélica. É natural, portanto, que as mentes por trás deste nefasto sistema de enriquecimento vejam na possibilidade de uma guerra de proporções espaciais algo ainda mais lucrativo. No fundo, a justificativa para a expansão armamentista ao espaço pode tão somente ser a de querer gerar mais lucros com a venda de equipamentos aos governos envolvidos.
O senhor tem tido bastante habilidade para tratar da questão extraterrestre com outros políticos e pessoas com influência em certos círculos governamentais, como fez com o próprio presidente George W. Bush quando pediu a ele que reconsiderasse sua posição de construir uma base na Lua. Mas o que o senhor diria às pessoas mais simples sobre os discos voadores, que conselho daria a elas? Eu acho que as pessoas deveriam se informar mais e melhor sobre o que está acontecendo, acompanhando todas as informações que estiverem disponíveis – e existe muita coisa a ser lida e aprendida sobre a matéria. Em particular, precisamos usar globalmente a internet para espalharmos o que já se sabe sobre UFOs e cobrar dos políticos alguma ação. No Canadá, recentemente, um grupo de ufólogos pediu ao Comitê do Senado para Segurança e Defesa Nacional para apoiar uma pesquisa sobre os discos voadores e ouvir testemunhas que tiveram experiências com eles. Tal iniciativa é louvável, e ainda que não tenha dado resultado prático até agora, tenho certeza de que dará.
O senhor acredita que o Canadá sofre pressão externa para não discutir a questão ufológica amplamente? Pode ser que sim, mas se nossos políticos se curvarem a tais pressões, será muito ruim para todos nós. E se fizermos muito barulho em torno do assunto, a pressão pode aumentar. Você sabe que as comunicações em nosso continente vão do sul para o norte, ou seja, dos Estados Unidos para o Canadá. Mas não é incomum que façam o caminho inverso. A influência norte-americana que sofremos é considerável, mas somos um país autônomo que sabe o que quer. O que temos que fazer é pressionar os membros do governo e os parlamentares por respostas.
O senhor crê que eles seriam sensíveis à questão ufológica? Eu acho que sim. Precisamos questionar o que fazem com o dinheiro de nossos impostos, que projetos têm em andamento nesta área, quais deles são secretos e por quê. Em uma escala considerável, isso pode funcionar e fazer com que surja uma abertura, que aumente gradativamente até que se saiba exatamente aquilo que está sendo escondido sobre o Fenômeno UFO. Se nossos militares ou os norte-americanos consideram os alienígenas inimigos, queremos e precisamos saber por que razão.
Uma guerra contra civilizações mais avançadas é algo que não estamos preparados para suportar. Mas alguns militares nunca irão enxergar isso. Eu entendo seu modo de pensar e sei que eles não desistirão de suas aspirações belicistas […] Guerras com humanos ou alienígenas são lucrativas, mas apenas para certas pessoas, pois colocam o resto de nós em risco
O clamor popular pode mudar a política de acobertamento? Sim. E nós temos a enorme responsabilidade de colocar pressão sobre os políticos, para que saibam que a hora de falar a verdade chegou e que queremos abertura total ao assunto. Queremos saber a verdadeira situação da aproximação de outras raças da Terra e decidir se vamos embarcar em um projeto para salvar o planeta em cooperação com outros países. Ou se iremos apenas permitir que as superpotências continuem produzindo bombas de hidrogênio maiores e melhores para transformar nosso planeta num mundo inabitável. Pura e simplesmente, esta parece ser a escolha.
O senhor está escrevendo um novo livro em que irá dedicar um capítulo a este assunto. Poderia nos dar uma idéia do que ele conterá? Basicamente, tratará das coisas que conversamos, começando com a apresentação de evidências da presença extraterrestre em nosso planeta, por parte de ufólogos que têm muita experiência na área. Estou convidando cerca de 10 pesquisadores de alta credibilidade para mostrarem os fatos que têm documentado sobre os discos voadores. Também chamarei testemunhas de contatos diretos com nossos visitantes. O capítulo – e o livro todo – será um documento para expor porque acredito que chegou a hora da divulgação total da questão ufológica. Irei também abordar alguns aspectos políticos sobre ela, que julgo imprescindíveis de serem tratados.
Sua decisão de publicar este trabalho nos deixa animados a levar adiante nossa campanha mundial para que os governos admitam a verdade. Quando o senhor pretende lançar sua obra? Acho que ainda precisarei de mais de um ano para completá-la, pois quero que seja bastante profunda e ao mesmo tempo acessível a qualquer pessoa. Na minha posição, não posso escrever algo que não atinja as expectativas dos leitores, especialmente agora que me engajei neste movimento e quero dar o melhor de mim. Quero pesquisar direito cada aspecto da fenomenologia ufológica e pretendo que meu livro seja o mais autêntico possível. Ele será voltado não apenas para leitores dos EUA e Canadá, mas de todo o mundo.
Muito bem posto, porque o que acontece na América do Norte certamente reflete no mundo todo. O Fenômeno UFO parece ter o condão de transformar este planeta numa verdadeira comunidade global, algo que envolve todos os habitantes da Terra. De fato, somos uma comunidade globalizada e todos no planeta são afetados pelas mesmas questões. Podemos ter um mundo em paz se tivermos homens e mulheres de boa vontade, justamente o que parece estar faltando. Nossos visitantes, com sua ação de aproximação, podem mudar isso. Podem fazer brotar na humanidade um pensamento diferente, que venha transformar nosso futuro em algo melhor e mais completo. Isso não é utopia, mas algo real. Temos tecnologia e quase tudo o que precisamos para isso, exceto vontade política de muitas autoridades, que preferem a guerra e o confronto. O falecido general Dwight Eisenhower já nos alertava sobre isso quando nos aconselhava a ter cuidado com o complexo industrial militar. Ele era um profundo conhecedor da questão alienígena e deve ter concluído que nossos burocratas poderiam se apropriar de informação de origem extraterrestre, usando-a em beneficio próprio.
Bem, aguardaremos com ansiedade a publicação de seu livro. Ter alguém como o senhor para validar os esforços dos ufólogos de todo o mundo é muito importante e trará excelentes conseqüências para a compreensão definitiva, por parte de todos, de que não estamos sós. Espero estar ajudando, e que possamos trabalhar juntos em futuros projetos nesta área.