Pela primeira vez, cientistas dataram diamantes extraídos dos territórios de noroeste do Canadá, e descobriram que se tratam dos mais antigos diamantes datados com precisão já descobertos na Terra. As pedras são de 3,5 bilhões de anos trás, um período em que o planeta formava seus primeiros continentes e suas primeiras formas de vida. Os pesquisadores também informa ter encontrado evidências de que as pedras se formaram durante o processo chamado subdução, que ocorre quando uma das placas que compõem a crosta terrestre mergulha por baixo de outra. Essa conclusão documenta a mais antiga ocorrência conhecida de tectônica de placas. A descoberta será publicada na edição de setembro do periódico Contributions to Mineralogy and Petrology.
“Diamantes não são apenas jóias espetaculares”, comenta um dos autores do trabalho, Steven Shirey. “Atuam como minúsculas cápsulas de tempo. Muitos diamantes guardam pequenos grãos minerais, o que os joalheiros chamam de impurezas, mas que os cientistas chamam de inclusões. Essas inclusões podem nos contar a idade do diamante e quais processos geológicos ocorreram dentro da Terra bilhões de anos atrás”. Os cientistas extraíram inclusões de enxofre de uma amostra de diamantes, cada uma com cerca de 1 quilate, escavados do Canadá e determinaram sua idade com uma técnica de datação de rênio e ósmio (Re-Os). Esses elementos têm isótopos radioativos naturais, que decaem a uma taxa previsível, o que os transforma em relógios confiáveis. A técnica é boa para trabalhar com enxofre preso em diamantes porque o enxofre concentra rênio ou ósmio.