Desde quando o coronel Philip Corso chegou à cidade de Roswell, no Novo México, para a comemoração dos 50 anos do Caso Roswell, em julho passado, a imprensa de todas as partes do planeta passou a procurá-lo insistentemente para que fornecesse declarações a respeito de suas atividades no comando militar, na época em que os Estados Unidos registraram o maior acontecimento ufológico de todos os tempos.
Por causa da polêmica gerada em torno de suas afirmações, a Revista UFO designou o jornalista Michael Lindemann, da CNI News (boletim eletrônico produzido nos Estados Unidos), para fazer uma entrevista exclusiva com o coronel. Este encontro se deu no dia 05 de julho, em meio à mega festa de aniversário do caso. Na mesma oportunidade, estavam presentes o filho dele, Philip Jr., e William Birnes, co-autor do livro The Day After Roswell, escrito por Corso.
A obra de Corso não cai na mesmice de dizer apenas que um UFO se acidentou em 1947 naquela cidade, que os corpos dos seres foram resgatados, e que a nave foi capturada. O coronel vai muito mais além e faz importantes e inéditas revelações a respeito desse que se tornou o mais importante e polêmico caso da Ufologia Mundial. Um dos fatores mais relevantes é que durante o início dos anos 60 – quando ainda trabalhava no Pentágono sob o comando do general Arthur Trudeau – foi designado para cumprir uma tarefa ultra-secreta. Eis a impressão que Corso passou a Lindemann.
“Essa missão tinha por finalidade partilhar os destroços da espaçonave alienígena com vários departamentos de defesa federal. Concomitante a esse fato, os militares fariam com que o material alienígena resgatado fosse útil à tecnologia humana. Após o programa, diz o oficial, surgiram importantes desenvolvimentos estratégicos, como o circuito integrado de computadores, a fibra-ótica, uma tecnologia avançada em visão noturna e laser.
“Na hora marcada para nosso tão aguardado encontro, em seu quarto de hotel, o coronel comentava com Birnes sobre as providências que havia tomado para que 10 mil refugiados judeus partissem de Roma para a Palestina, logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Este foi o tema no qual me baseei para dar início à entrevista”.
Não somente por ser um oficial altamente condecorado pelo comando ao qual pertence, mas parece que o senhor está sempre disposto a ser um ‘Caxias’ quando tem que ‘fazer a coisa certa’. Mesmo que isso venha a embaraçar outras pessoas… Para ser mais claro, a última revelação sobre Roswell parece estar totalmente ligada ao seu caráter. O senhor relaciona mais as normas do que suas ações anteriores? Existem outras coisas e fatos bastante relevantes em minha trajetória militar. Como fui eu que removi aqueles judeus, as pessoas começaram a dizer que tal atitude tinha sido muito importante, assim como a levantada de Roma e os olhares dos familiares dos soldados americanos deixados na Coréia do Norte que estavam em frente ao Congresso. Acredito que a vinda dos extraterrestres também se encaixa com essas coisas. Pois este tema é igualmente importante. Talvez tenhamos mudado o curso do mundo (eu e o general Trudeau, pois ele foi uma das pessoas que tornou isso possível). As declarações que estou prestando agora vão afetar o futuro da Humanidade. Nós estamos velhos, e logo partiremos. É, portanto, de grande importância que as crianças saibam o que aconteceu, onde tudo começou, e que os fatos são verídicos. Elas têm que saber, pois serão as únicas envolvidas até o fim. Pensando assim, este foi o trabalho mais importante que já fiz.
Onde acha que essa história vai parar? O senhor insinua em seu livro que aqui existam forças hostis… Quando se é militar, deve-se sempre encarar a parte hostil. O lema era “estaremos prontos se necessário”. Chamava-se R&D (Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Exército, no Pentágono) o início de uma nova Era, ou quem sabe, de um novo mundo. Olhe o que o homem fez com o chip de computador em tão pouco tempo [referindo-se ao grau tecnológico por nós alcançado até agora]. Perguntei ao general Trudeau o que estávamos desencadeando no mundo, e ele me disse: “Phil, esperamos que as pessoas que nos procurarem consigam entender e considerar o que fazemos. Mas, talvez, isso não aconteça enquanto estivermos vivos”. Infelizmente, ele mesmo não pôde presenciar. Morreu há três anos.
Por acaso estamos aptos a construir máquinas semelhantes à encontrada em Roswell? Por enquanto, não. Acredito que saberemos no futuro. Principalmente porque ainda não entendemos muito sobre seus sistemas de propulsão e direção. Há anos chegamos a uma conclusão, e agora estamos tendo apoio, até mesmo dos cientistas. A razão pela qual não entendemos esse sistema ainda é devido ao fato de o próprio extraterrestre ser o sistema condutor. Um dia eu estava andando pelo corredor com o general, quando disse a ele: “Acho que meu filho é meio louco. Ele afirma que as máquinas voadoras falam com ele”. Então o general respondeu-me:“Nunca mais diga isso. Determinadas pessoas têm um relacionamento com essas naves que nós não entendemos”. Veja, está tudo esclarecendo-se agora. Eu jamais esperei ver o que tenho presenciado aqui.
O senhor tinha conhecimento de que o público americano estava ansioso por essas informações, e prontos para acreditar em seu conteúdo? É claro. Tenho um sobrinho que é diretor de pesquisas de uma universidade, e ele sempre escrevia cartas para mim, apelando para que a verdade fosse revelada. “Nós não vamos arrancar os cabelos ou entrar em pânico, apenas queremos ouvi-la”, implorava. Depois disso, em todas as minhas entrevistas tenho dito que vou provar os episódios à população. Para se ter uma idéia, cheguei a comandar um batalhão de 1.500 homens, em que a média de idade era de dezenove anos e meio.
De que maneira se desenvolveu esse trabalho? Levávamos bebês para a guerra, mas esses rapazes não entraram em pânico, não fugiram e nem se amedrontaram. Ficaram firmes e lutaram contra uma das maiores forças armadas que o mundo já viu, e o que é melhor, venceram-na. Muitos morreram. Por isso, afirmo que esta é a Era dos jovens. Eles não vão entrar em pânico se souberem da verdade. Aquele programa do Orson Wells (Guerra dos Mundos, de 1938) deixou muitas pessoas apavoradas. Dessa vez não vai ser a mesma coisa.
O senhor acha que a Humanidade está pronta para saber toda a verdade? Claro. Há muito tempo já deveríamos estar a par de tudo.
O senhor teve que quebrar alguma promessa pessoal ou juramento às Forças Armadas ou ao seu país para fazer o que tem feito? Não. A única promessa que eu mantinha era com o general. E a mantive até sua morte, pois considerava-o um homem honrado e honesto. Durante os 35 anos em que fui oficial militar, não violei qualquer segurança e tinha minha consciência limpa. Eu era o único oficial habilitado para deter as pessoas que pudessem violar a lei. Não fiz revelações que fossem prejudiciais ou que devessem permanecer em segredo.
Existiram rumores e especulações entre a Comunidade Ufológica Mundial de que o material que veio de Roswell poderia não estar sendo investigado pela primeira vez. Há indícios de que os nazistas teriam feito isso e seu desenvolvimento tecnológico teria vindo de uma fonte similar. O que o senhor pensa sobre isso? Pode ser verdade. Eu tive cientistas alemães na minha equipe. Conversei com eles a esse respeito. Discuti com Oberth von Braun. Eu era parte do Projeto Grampo, juntamente com general Trudeau. No meio do livro tem uma foto do perito soviético Edward O’Connor – um dos melhores amigos do general Trudeau na Casa Branca –, minha e de Victor Fediay. Fediay estava indo para a Rússia, então fiz-lhe uma série de interrogações: “Pergunte ao general da KGB tais e tais questões relacionadas aos UFOs”. Quando Victor retornou, declarou: “Phil, fiz as perguntas a eles. Em resposta, falaram-me que se dessem as informações de que eu precisava, eles morreriam”. Agora o caso está com os russos e os alemães.
Seriam apenas essas potências as detentoras de tal tecnologia? Creio que não. Os canadenses e ingleses também a possuem, além de alguns italianos. Porém, eles ainda não descobriram como o sistema de propulsão funciona. Fizeram muitas experiências com discos voadores, e um deles foi a 4.000 m. Mas eles e nós perdemos no sistema de direção. No R&D começamos a compreender que o ser alienígena era parte do sistema de direção.
Então, o senhor acredita que se formos aperfeiçoar um modo de viagem interestelar, teremos que desenvolver um meio semelhante para as nossas espaçonaves? Hoje em dia o homem não pode viajar pelo espaço. E esses clones foram especificamente criados para isso. Nossos músculos, ossos e cérebro ainda não conseguem fazer tal viagem.
Mas podemos executá-la até certo ponto? Bem, quando os astronautas vão para a estação Mir, permanecem uns três meses, e quando voltam precisam de cuidados médicos. Seus ossos não suportam o peso do corpo. Se eles excedessem o tempo, ficariam incapazes de andar. Mas o mais importante é que o cérebro também fica afetado.
Por que isso acontece? A gravidade e radiação entram diretamente através da nave. Um exemplo que posso citar é do senador John Glenn que chegou a ver vaga-lumes penetrando sua cápsula. Na verdade não eram vaga-lumes, mas algo eletromagnético que foi em sua direção.
Com relação ao senador Glenn, ao meu ver, ele teria um tipo ambivalente de ligação com os UFOs. Como o senhor caracterizaria isso? Ele me disse exatamente o que era. Quando me encontrei com ele era para falarmos por uns trinta minutos, conversamos por uma hora e meia. Falamos sobre UFOs, e ele me disse: “Coronel, sou um agnóstico”. Eu tinha as 310 páginas do documento do Projeto Horizonte, do qual participamos, e ele as queria. Eu as entreguei. Glenn ficou espantado quando viu que, em 1959, bem antes dele subir em uma cápsula, já tínhamos todos os planos para instalar uma colônia militar na Lua. Mas a Defesa Civil confiscou os documentos, dando-lhes um fim, e criou a Nasa.
É possível que alguém hoje consiga botar as mãos no Projeto Horizonte? Esse projeto não é confidencial. Fui um oficial que contava a verdade. Cinqüenta páginas do meu livro dediquei a esse assunto. Escrevi para o corpo de engenheiros do Exército e contei-lhes em que local o documento estava e o que era. Assim que eles o encontraram, enviaram-me cópias imediatamente. Conversei com um alemão, em Huntsville, no Estado do Alabama, há alguns meses atrás e ele me disse que trabalhou no projeto. Mais tarde, um amigo meu, cientista do Instituto de Estudos Avançados no Texas [provavelmente seria uma referência ao doutor Hal Puthoff], teve uma reunião com alguns pesquisadores da Nasa. Disse-me que assim que expôs aos membros presentes o Projeto Horizonte, todos ficaram chocados. Aqueles cientistas não acreditavam no que estavam lendo.
Mas onde foram parar esses documentos? A Defesa Civil os rejeitou, então a CIA resolveu dar fim neles.
Como a Imprensa o está tratando depois que o senhor deixou bem clara a sua posição, e após a Força Aérea dizer mais uma vez que eram destroços de um balão? Na verdade, trataram-me melhor do que esperava. Não fizeram críticas. Levaram em consideração o fato de eu ter muitos amigos na Força Aérea, pois lutei ao lado dela na Guerra da Coréia. Por isso não vou criticar o trabalho deles, e sim de seus superiores, a Secretaria da Força Aérea. Eles me surpreendem, e não posso compreender por que fizeram isso. Por que querem parecer idiotas? Até as crianças estão dizendo: “Bonecos? Bonecos?”. Se tivesse escrito algo assim, o general Trudeau teria me jogado pela janela do Pentágono.
E o que aconteceu com o prefácio do seu livro, escrito pelo senador Strom Thurmond? Afinal, ele alega que não sabia de seu conteúdo real antes de produzir a introdução dele. A editora Simon e Schuster já publicou desculpas formais, dizendo que vai retirar o prefácio das próximas edições do livro. Qual foi o acordo que seus advogados fizeram com os do senador? Eu conheço o senador Strom Thurmond há muito tempo. Ele é um homem bastante honesto, sincero e corajoso. Descobri recentemente que foi seu pessoal que tomou essa atitude. Creio que ele não saiba disso, pois, quando enviei o primeiro prefácio de um outro livro, disse-me: “Se você quiser que eu faça o prefácio do novo livro, está tudo bem”. Conversamos sobre a presença de seres extraterrestres e suas naves em nosso planeta. Dei-lhe uma cópia do Projeto Horizonte. Em vista disso, mais ou menos uma semana depois, não somente consegui duas páginas escritas pelo senador, que estão contidas nesta publicação, como também uma autorização dele para que a editora pudesse publicá-la.
Bill Birnes disse-me estar com a impressão de que Thurmond e sua equipe estavam sendo pressionados por alguém “maior” para se manterem fora disso. O senhor tem algo a dizer a esse respeito? [O filho do coronel Corso, presente durante toda a entrevista, fez visíveis sinais com as mãos para que seu pai não respondesse a essa pergunta] Não posso de maneira alguma julgar a atitude daquela equipe.
Coronel do Pentágono que teve a missão de resgatar os destroços do UFO acidentado em Roswell diz ter visto um dos seres mortos. Em seu livro, Corso sugere a utilização da engenharia reversa para estudar a tecnologia alienígena e desenvolver um sistema de propulsão semelhante ao deles em nossas aeronaves
[Neste momento, dirigi-me a Birnes, que estava na sala, entretido com outro assunto] Bill, o coronel vacilou em me responder se o senador ou sua equipe estavam ou não sendo pressionados por algum superior. Você supôs que poderiam ter sido. Como explica esse fato? É o que eu entendi. A equipe não estava ciente do acordo entre o coronel e o senador, por se tratar de um pacto entre dois amigos, e não entre homens de negócios. Nenhuma medida podia ser tomada sem que a equipe fosse consultada. E dadas as circunstâncias, é claro que não ficaria calada. Assim que soube do prefácio escrito pelo senador, o grupo o impediu alegando que ele não poderia aparecer na capa de um livro, escrevendo um artigo que diz que o governo dos Estados Unidos utilizou a tecnologia alienígena para vencer a Guerra Fria.
Quais seriam, para o senador, as reais consequências decorrentes de seu ato? O senador deveria ser poupado, visto que ele é o quarto na sucessão à presidência dos Estados Unidos, além de membro do Comitê das Forças Armadas. Então foi determinado que a editora retirasse os livros das prateleiras. Representantes da Simon e Schuster defenderam-se dizendo que isso era impossível. Então, deixaram claro à editora: “Seu grande conglomerado tem que lidar com a Corporação Regulamentadora do Governo”. Você realmente gostaria de estar nessa posição? Haver um grupo de acionistas a quem você tem que dar satisfação?
Você está sugerindo uma política de chantagem? Isso é exatamente uma política de chantagem.
Você pode confirmar se é isso o que está acontecendo? Tenho a certeza de que é realmente isso, devido a conversas confidenciais que tive com pessoas de dentro da Simon e Schuster e de documentos que membros desta equipe mandaram para a família do coronel, a respeito da pressão que estavam sofrendo em decorrência do prefácio. O que sei é que eles mandaram a editora retirar todos os livros das prateleiras, mas ela recusou e disse que tinha um acordo assinado. Depois membros da equipe do senador voltaram atrás e alegaram: “E se por acaso nós dissermos que o senador não sabia exatamente do que se tratava o livro…” Um representante da minha editora, por sua vez, respondeu: “Bem, se isso foi por acaso, nós podemos certamente entender que no ardor do envio e da produção do material, mal-entendidos podem acontecer”. Esse foi o acordo básico.
Então, uma vez que eles foram francos, o que ficou acertado é que o prefácio não seria impresso nas próximas publicações do livro? Exatamente. Mas a capa permanecerá como está.
Em 04 de julho passado, surgiu uma estória de que existe um objeto que tem sido testado por vários cientistas. Ele é feito quase totalmente em silicone, com alguns pedaços de metais, como gerânio e zinco. Isso parece suspeito, como uma espécie de artefato sólido, e pareceu ter razões isotrópicas, já que os cientistas querem afirmar que deve ter sido feito por extraterrestres. Pode-se comparar com o que o senhor viu no Pentágono? Eu não sei nada sobre isso. Nem mesmo parece-me familiar.
De acordo com seu livro, o senhor passou a maior parte do tempo lidando com artefatos e destroços do incidente em Roswell. Mas o que aconteceu com os alienígenas envolvidos? Qual é a situação dos ETs hoje em dia? Qual seu ponto de vista a respeito do motivo de sua presença, caso haja algum ser na Terra? Não tenho conhecimento da existência de qualquer ET em nosso planeta. Há relatos de discos voadores, é claro, mas não sei se alguém de fato pôde encontrar o corpo de seres alienígenas, muito menos se, recentemente, alguma testemunha tenha visto um.
O que o senhor acha das pessoas abduzidas que juram ver essas criaturas? Meus relatórios são de 35 anos atrás. Se existe alguma coisa agora, eu não cheguei a ser informado. O que sei é o que vi naqueles dias, e a verdade de como vivi aquilo. Se existe algum alienígena hoje, eu gostaria de conhecê-lo para compará-lo com os que eu presenciei.
Filme das autópsias confirmado por Corso
As afirmações do coronel Philip Corso corroboram o polêmico filme da autópsia alienígena de Ray Santilli, divulgado em 1995. As semelhanças nas situações narradas por Corso e as mostradas no filme são muito incomuns. Porém Corso garante que nada sabe sobre o filme, e que só veio a assisti-lo depois de seu livro ter sido escrito…
Nas cenas do resgate do UFO, no filme, um esquadrão especializado é acionado pelas autoridades norte-americanas. Corso afirma que os EUA possuem, de fato, tropas de elite para resgate, transporte e dissimulação de artefatos alienígenas
Nos olhos do extraterrestre que foi autopsiado, no filme, há uma película protetora de cor escura, que é removida pelo cirurgião. Corso afirmou, recentemente, que os alienígenas encontrados em Roswell necessitavam de proteção especial na vista
No filme de Santilli aparecem cenas de militares testando painéis de comando que operariam o objeto voador de forma digital. O coronel também garante que esses instrumentos – e muitos outros – foram encontrados no interior do disco acidentado