Faz-se necessário descortinar um novo horizonte no espírito humano, para que se possa caminhar em busca de uma realidade maior que se esconde atrás das aparências. Para o pensamento ortodoxo, parece necessário que se mantenha o status quo. Entretanto, é preciso coragem para admitir que seres de condição mais elevada já estão entre nós, muito embora talvez nem tenham consciência disso. A encarnação é inerente à inferioridade dos espíritos. Naqueles de condição mais elevada, ela é voluntária, de modo a exercer sobre os encarnados uma ação mais direta. Aceitam as dificuldades e os sofrimentos por devotamento, para ali semear os germes do progresso, levar consolo e esperança e erguer os ânimos abatidos pelas provas da vida.
É de Galileu Galilei a argumentação pioneira de que o homem pode ter expectativas de compreensão do funcionamento do universo e que pode atingi-la através da observação do mundo real. Por outro lado, considerada uma das maiores mentes científicas que o mundo já conheceu, o físico Isaac Newton (1642-1727) dizia: “Deus é capaz de criar partículas de matéria de diversos tamanhos e formas, e talvez de diferentes densidades e forças. Portanto, podem variar as leis da natureza e fazer mundos de diversos tipos em vários planos do universo. Pelo menos não vejo contradição alguma em tudo isso”.
Às vésperas de encerrar seu fantástico projeto espacial para a conquista da Lua, o cientista Werner Von Braun (1912-1977) afirmou: “Através de uma observação mais apurada da Criação, devemos adquirir melhor compreensão do Criador. É possível que o Senhor tenha mandado seu filho a outros mundos para levar-lhes o Evangelho. Acredito que o Senhor é cheio desta enorme compaixão, de modo que tomou as providências necessárias para levar a verdade à sua Criação”. Esgotavam-se os últimos segundos para as 09h32 da manhã do dia 16 de julho de 1969. Enquanto isso, no horizonte, os presentes podiam ver a gigantesca silhueta da espaçonave Apollo XI, em pé, alta e imóvel como um arranha-céu de 36 andares, em sua plataforma de lançamento.
Não eram palavras de um pregador ou de um fanático religioso, mas de um verdadeiro líder, do brilhante cientista e inventor da força propulsora que, a despeito de suas antigas ligações com o partido nazista, verdadeiramente levou o homem para outro mundo, colocando-o na órbita de um novo destino, na mais brilhante façanha tecnológica de todos os tempos. No interior de uma pequena cápsula, três astronautas iriam realizar o sonho mais antigo do homem, ao descerem com seu veículo espacial sobre uma paisagem lunar estéril e hostil, após uma viagem de quase 384 mil quilômetros. Pouco tempo antes de sua morte, Von Braun fez uma declaração profética a respeito dos UFOs: “É tão impossível confirmá-los no presente como o será negá-los no futuro”.
Estes breves exemplos ilustram claramente o postulado do já citado espírito Emmanuel, inspirador de Allan Kardec e outros: “Pequena porcentagem de homens é constituída de elementos espirituais de outros orbes mais elevados do que o vosso. Daí, a enorme diferença de avanço moral entre os seres humanos e os abnegados apóstolos da luz que, em todos os tempos, tentam clarear-lhes as estradas do progresso”. Ele nos dá ainda a receita de como identificar estas almas elevadas: “Quando notardes, em meio a uma coletividade, certas almas que dela se distanciam por suas elevadas qualidades morais, podeis crer que esses seres estão na Terra temporariamente, resgatando desvios de pretérito longínquo ou desempenhando o elevado papel de missionários. Trazem sempre exemplos nobilitantes, em razão de sua permanência em outras esferas”.
Comunidades de mensageiros
É desta forma que se dá a evolução moral e intelectual do homem, de acordo com a visão espírita — por meio da incorporação às comunidades de mensageiros de outros lares universais, em um influxo constante de renovação que, com seu exemplo, nos fazem aspirar por um lugar melhor de se viver nas encarnações do porvir. “Nesses dolorosos movimentos migratórios, a humanidade se depura, aperfeiçoando-se cada vez mais para o seu glorioso futuro espiritual”, grafou Chico Xavier.