A seção Busca de Respostas desta edição está sendo dedicada à polêmica gerada por duas matérias publicadas em UFO 76, Indiano adorado por milhões alega ter contato com ETs e Operação Echelon, que geraram grande debate. Já esperávamos tal reação, pois os textos trataram de assuntos extremamente complexos, e publicamos a seguir esclarecimentos dos autores e opiniões de alguns leitores sobre essas matérias. Com relação ao artigo Operação Echelon, o jornalista e consultor de UFO Aldo Novak [aldonovak@rela-torioalfa.com.br] enfatiza alguns pontos que não ficaram nítidos no texto. Não é dele, por exemplo, a afirmação de que o sistema seja capaz de escutar conversas telefônicas captadas por aparelhos no gancho. Esta foi uma informação passada pelo ufólogo britânico Graham Birdsall ao editor de UFO, A. J. Gevaerd, que achou por bem inseri-la no texto, fazendo-o de uma forma que caracteriza intervenção editorial, entre colchetes e em itálico. “O sistema possui falhas que podem e devem ser exploradas pelos defensores da liberdade individual. Uma delas está, claramente, na impossibilidade física de obter informações onde elas não são transmitidas”, esclareceu Novak, que recebeu elogios de muitos leitores por seu texto.
Já o analista de sistemas Luiz Eduardo de Castro [lsantac@uol.com.br], autor de Indiano adorado por milhões alega ter contato com ETs, faz ressalva a detalhes de seu artigo. “Sei que UFO tem uma linha editorial rígida quanto a assuntos mais transcendentais, mas houve uma grande falha ao colocar o box Sai Baba é acusado de pedofilia no meio do artigo sobre o avatar, pois toda vibração que o texto principal tentava construir foi quebrada”, alega Castro, com razão. Ele acrescenta que não se trata de fanatismo e muito menos endeusamento da figura de Sai Baba. O problema a que se refere foi causado pela própria Redação da revista, ao deixar de publicar no box o crédito da matéria, que é da Equipe UFO. Dessa forma, quem lê o box dificilmente entende a mensagem que o autor pretendeu passar, que ficou ofuscada pela nota redatorial.
“Deixo claro ainda que não realizei nenhuma pesquisa sobre a questão Sai Baba e pedofilia, pois meu objetivo era mostrar a possibilidade dele ser realmente um ser especial e importante para a transformação da Humanidade”, acrescentou Castro, que indaga como alguém poderia enganar tantas pessoas por tanto tempo e de forma tão impressionante. “Mesmo que ele não produzisse nenhum tipo de fenômeno, somente suas obras sociais e educacionais seriam suficientes para dizermos que ele é muito iluminado”. O que entristeceu o autor, cuja carreira na revista se inicia, é que muitas vezes um simples comentário pode fazer com que tudo isso seja esquecido.Para Castro, a denúncia de pedofilia merece, sem dúvida, uma investigação profunda, mas certamente deveria se enquadrar na categoria de informação duvidosa, o que não condiz com a bibliografia do avatar. -EDITOR
Operação Echelon
A matéria sobre a Operação Echelon, publicada em UFO 76, é até interessante, mas daí a afirmar que todas as ligações, e-mails e faxes do mundo são monitorados é demais. Já calcularam o volume? Imaginem quantas mensagens estão sendo enviadas somente no Brasil neste momento? Pensar que os governos são vigiados, até podemos admitir, mas todas as pessoas? É um pouco demais! Os responsáveis pela matéria deveriam assistir menos a seriados como Arquivo X e Jornada nas Estrelas, e escrever artigos mais próximos da realidade. A Ufologia, como toda Ciência, deve se enquadrar em três palavras: lógica, razão e bom senso. Fora disso é pura especulação e fantasia.
Carlos Lopes,
São Lourenço (MG)
Li o texto do jornalista Aldo Novak e fiquei admirado com a quantidade de informações absurdas que contém. Sou especialista em comunicações e trabalho como consultor de e-commerce para agências de São Paulo e Rio de Janeiro e, portanto, tenho amplo conhecimento da área. O que ele escreveu é simplesmente um absurdo. Todos nós sabemos que o governo americano possui bases, satélites e uma ampla rede de informações distribuída nos quatro cantos do globo, mas até mesmo esta potência tem limite. Se o que ele escreveu fosse em parte uma pequena realidade, não haveria invasões de hackers em computadores da Nasa, NSA e do Pentágono. Certamente também não haveria tantos atentados terroristas. Acho que o assunto é muito interessante, mas a fantasia em demasia prejudicou a seriedade do assunto.
Pedro de Arimatéia Rodrigues,
hoaxufo@bol.com.br
Finalmente UFO teve a coragem de publicar um artigo profundo sobre espionagem. O Echelon é uma dura realidade, mas não podemos ignorá-lo, especialmente quem trabalha na pesquisa ufológica. Fui funcionária de uma empresa norte-americana que presta serviços de determinado organismo de espionagem daquele país. Não posso identificar estas instituições mais do que isso. Mas o fato é que tive oportunidade de observar o que se faz em termos de espionagem no mundo. Novak com certeza deverá ser incomodado direta ou diretamente por ter tido a frieza de expor tais fatos – que, aliás, precisavam transcender ao círculo de leitores de UFO e atingir públicos maiores. Em todo o mundo, empresas, instituições de pesquisa e até pessoas comuns protestam contra o governo dos EUA e seus programas “de inteligência”. Precisamos urgentemente engrossar o coro.
Maria Luiza Mendonça de Barros,
Rio de Janeiro (RJ)
Swami Sai Baba
Fiquei decepcionado com a total perda de tempo em publicar a matéria de Luiz Eduardo de Castro sobre o líder religioso indiano Sai Baba, em UFO 76. Fica difícil compreender como se pode acreditar em tantas coisas absurdas, como curas milagrosas, ressurreição de cadáveres, etc. Penso que a Ufologia Mística só serve para disseminar o descrédito. É uma espécie de “quinta coluna”, contribuindo para desprestigiar a Ufologia séria. Acho que a revista deveria publicar um artigo contestando os devaneios do pedófilo, e não ufólogo, Sai Baba.
Newton José Brito,
newtonjosebrito@ig.com.br
Tenho estudado e pesquisado bastante sobre Sai Baba, e no mínimo posso dizer que se trata de um fenômeno digno de estudo. Os relatos e testemunhos a respeito de seus feitos são algo que realmente merecem um trabalho sério de pesquisa. No artigo, entretanto, foi extremamente infeliz, provavelmente de responsabilidade do editor da revista, a denúncia de pedofilia feita por David Bailey contra Sai Baba. Seus feitos e milagres não foram contestados e têm peso bastante diferente do depoimento de um indivíduo que resolveu alcançar a notoriedade através de supostas revelações bombásticas sobre a conduta do avatar. Mas o que realmente não dá para aceitar é que esta revista tenha permitido a inclusão desse destaque infeliz bem no meio do artigo de Luiz Eduardo de Castro. E esse destaque aparece junto a várias informações sobre Sai Baba, que apresenta em seu currículo um conjunto de ensinamentos que têm mudado a vida de milhões de pessoas.
Nilza Tescarollo,
São Paulo (SP)
O artigo sobre Sai Baba constituiu um bom resumo da vida e obra do avatar. Mas devo corrigir a informação de que o vibhuti seja um líquido doce e pegajoso (este é a amritha). O vibhuti é, na verdade, a cinza sagrada materializada por Baba. Com relação ao texto Sai Baba é acusado de pedofilia só nos resta lamentar que realmente exista uma campanha mundial de difamação contra o avatar. O cientista Erlendur Haraldsson, antes de publicar seu livro Modern Miracles, realizou extensa pesquisa sobre os fenômenos associados a ele, e praticamente descartou a hipótese de fraude. Peggy Mason e Ron Laing, em seu livro Sai Baba, a Encarnação do Amor, perguntaram ao indiano o que achava do aumento no número de observações e aterrissagens de UFOs em todo o mundo, e se os ETs estavam aqui para nos ajudar. O swami respondeu que sim e acrescentou: “E eles têm muito trabalho a fazer”.
Miklos Burger,
miklos@bahianet.com.br
Direito de Resposta
Com surpresa e consternação li a matéria A verdade sobre a morte de Uyrangê Hollanda, de Marco Antonio Petit. O autor contestava, depois de três anos, as opiniões por mim apresentadas em meu livro Verdades que Incomodam [Biblioteca UFO]. Considerando que nem sequer mencionei o nome desse ufólogo – nem de outros com os quais conversei sobre o fato – me parece agora despropositada sua atitude. Se Petit se sentiu melindrado com minhas opiniões, por que esperou tanto tempo para manifestar-se? Além disso, por que não me procurou para emitir sua opinião?
Existem pessoas que não gostam de ouvir verdades, mas sugiro, como ponto final, que respondam ou apenas analisem o seguinte: estou na Ufologia há 51 anos, dos quais 37 no Brasil, enquanto algumas pessoas, que motivaram esta carta, nem tinham nascido. O caso PC Farias, por exemplo, foi dado oficialmente como “crime passional e suicídio”, e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi assinado por um legista no mínimo suspeito, que tratou com ironia e desprezo um colega, este sim sério e honesto. Quem leu a matéria sobre o Echelon, de Aldo Novak, em UFO 76, pôde ver que muitas coisas por ele citadas são terrivelmente sérias, e que minhas suspeitas ou deduções têm muita chance de serem mais reais do que gostaríamos. Por último, quem poderia explicar, séria e cientificamente, como alguém se suicidaria com o cordão do roupão e deitado na cama? Esta é a versão a mim passada pelo próprio Marco Petit, em dezembro de 1997.
Alberto Romero,
Salvador (BA)