Por uma Metodologia Científica
Claro que se deve especular. Se não formularmos hipóteses nunca teremos teses comprovadas. Se com o embasamento científico para justificar nossas pesquisas estas já não são aceitas pelo grupo dos cientistas ortodoxos, o que se dirá sem ele? Se dirá o que se pensa: que discos voadores e extraterrestres são idéias sem pé nem cabeça, ilógicas. É relativamente insensato pensar que massas se atraem, mas foi deduzido e comprovado, e este é um preceito que faz parte da Ciência. E, sem querer entrar na discussão se existe mesmo a necessidade da Ufologia ser cientificamente reconhecida, digo que independentemente disso só poderemos chegar a conclusões tendo um comportamento científico que busque verificar a veracidade de nossas teorias.
Quero divagar sobre o artigo Os Aspectos Fisiológicos das Abduções Alienígenas [UFO 64], que em um primeiro momento achei que fosse uma grande descoberta da investigação ufológica. O subtítulo dizia Estudo confirma que extraterrestres selecionam suas vítimas por tipo sangüíneo, amadurecimento sexual e características genéticas. Mas ao final do texto não se tem nada confirmado, só muita especulação. Como podem os autores, que disseram ter consultado especialistas no assunto, afirmarem a impossibilidade genética de pais com fator Rh positivo terem um filho Rh negativo? Qualquer colegial sabe que, dada a dominância do gene que controla a produção do Rh, o inverso é que seria impossível – pais com sangue Rh negativo terem um filho Rh positivo. Os autores dizem também não saberem se é impossível que um pai com sangue do tipo O e uma mãe B tenham um filho de tipo sangüíneo A. Pois bem… isso sim é impossível!
É aqui que começa a outra base do sistema científico: a Matemática, representada pela estatística. Se o estudo visa a comprovação de que há mais abduções em um indivíduo de tal tipo de sangue, deve mostrar os dados que se conseguiu – como o número total dos abduzidos que participaram da pesquisa e o número e a porcentagem de indivíduos em cada tipo sangüíneo. O mesmo tratamento estatístico deveria ser dado para doenças e quaisquer outras coisas. Também custo a acreditar na história da hidridização homem-macaco realizada na Itália, na década de 80, considerando que nunca foi reportada publicamente nem mesmo uma hidridização dentro de uma mesma família, algo como ratazana-camundongo, por exemplo. Desejo ver o resultado de uma pesquisa como essa sendo bem feita. E já que os autores provavelmente ainda tenham contato com todas estas pessoas e até as anotações necessárias, a aplicação de uma metodologia científica poderia trazer resultados surpreendentes até mesmo para eles.
Talvez seja necessário um número maior de indivíduos para um estudo válido cientificamente. Através do contato entre os ufólogos e fichas dos abduzidos, contendo variadas informações, quem sabe até não se descobre que só uma espécie extraterrestre faz esta seleção por tipos sangüíneos. Mas também é possível que se descubra o contrário: que tal teoria estava errada e que não existe relação alguma com o tipo de sangue, nem com qualquer doença anterior ou posterior à abdução, nem com uma maior maturação sexual, nem nada. Estas são informações importantíssimas e é essencial que todos os ufólogos tenham acesso a elas.
José Renato de Oliveira,
Rua Voluntários da Pátria 1766/61,
14801-320 Araraquara (SP)
Por que não Crer nos UFOs?
Apesar dos inúmeros relatos de testemunhas, fotos, imagens, artefatos e regressões verificados no mundo inteiro sobre a realidade extraterrestre, as coisas ditas inexplicáveis ou desconhecidas serão sempre envoltas em uma aura de mistério que impedirá seu pleno reconhecimento como autêntica em nosso planeta. O fato é que confiamos tanto na Ciência que delegamos a ela o mérito de esclarecer toda a realidade a nossa volta e, limitando-nos ao que é explicável, nos abstemos de uma verdade maior que nos permeia e que urge que a reconheçamos como parte do destino que remonta os nossos próprios primórdios.
Embora visto por muitas pessoas, a impossibilidade declarada pela Ciência acerca do Fenômeno UFO, aliada a interesses governamentais, fará sempre com que o tema seja alvo de descrença, dificultando sua aceitação por parte da sociedade e tornando a questão algo delicado e difícil de se abordar. A aceitação da Ciência é tão generalizada que não necessitamos acreditar no que ela prega, pois não comporta fanatismos. Nós simplesmente adotamos as regras do que já foi explicado. Tornamo-nos, em conseqüência, campo de aplicação das idéias impostas pelos cientistas. Adotamos as regras achando que o modelo explica tudo. Dessa forma, não amparados pela visão e pelos conceitos excluídos da Ciência, todos têm uma opinião diferente sobre o tema, variando entre os céticos, curiosos e crentes. Mas não existem normas estabelecidas para algo que não pode ser explicado com a tecnologia e a realidade científica atuais.
Em outras palavras, o cidadão comum voltou-se tanto ao plano material – que é cientificamente explicável – que qualquer discussão além dessa percepção toma um caráter eminentemente político, dirigida às opiniões, discussões e convicções. É o conflito entre os crentes e descrentes, tal como uma religião. Situada num patamar dito palpável, a Ciência tem a pretensão de explicar a realidade a nossa volta que, invariavelmente, é muito maior do que podemos imaginar ou mesmo comprovar. Acreditamos tanto nela que não precisamos de religião para poder explicá-la. Obviamente, são indiscutíveis os ganhos e as descobertas no campo científico, mas por causa de suas glórias acabamos por nos apegar tanto à Ciência que não necessitamos nem raciocinar para nela crer. Ela fala por nós a ponto de inibir-nos e roubar nossa própria capacidade de discernimento e liberdade de pensamento, e nos torna muitas vezes fechados a novas realidades.
Não sendo inserida no modelo científico, tal como ele se encontra definido, a Ufologia, que tantas descobertas vem fazendo desde a década de 40, será sempre motivo de acaloradas discussões entre crentes e céticos – observadas por entidades inteligentes que riem do nosso comportamento sistemático e subdesenvolvido. A realidade extraterrestre é indiscutivelmente bem mais visível hoje em dia, mas dentro de uma vertente que a Ciência ainda não tem como esclarecer. Não bastam as evidências da casuística de milhões de relatos. Temos uma visão estereotipada de que tudo é passível de descrença, se não está compreendido pela Ciência. Como explicar algo que foge à lógica e à realidade a que nos impomos, mas que inexoravelmente vem acontecendo em todos os países do mundo? Ilusão coletiva? Será que estamos todos sob o efeito de uma droga que nos traz alucinações? Mas e as fotos? E as evidências e experiências – que muitas vezes não só acarretaram traumas e danos físicos nas pessoas, mas também a animais e plantações?
Existem sinais de que somos literalmente invadidos por entidades de inúmeros sistemas estelares do Universo, e tudo o que a Ciência pode nos dizer é desconhecido. Ou estamos sendo alvo de uma loucura coletiva ou algo pelo menos muito estranho vem acontecendo. Soma-se à essa idéia o fato de que o nosso desenvolvimento espiritual não conseguiu acompanhar o melhoramento que tivemos na área tecnológica. Sob o rótulo que a Ciência definiu como misterioso e inexplicável, a Humanidade incorreu em um atraso de décadas sobre a maior descoberta já feita pelo homem, que pode explicar inclusive sua origem e destino, e que está intrinsecamente relacionado ao próprio ser humano como parte da realidade que o cerca. Até quando iremos nos deixar pensar e analisar seguindo o modelo inserido pela Ciência?
Por que não refletimos abertamente sobre o tema, para que possamos abrir a mente para novas possibilidades? Não se trata, de nenhuma forma, de abolirmos a Ciência e adotarmos outros métodos. O modelo científico tem méritos, mas é preciso que o ajustemos para que ele possa comportar muitos fenômenos que acontecem e que não são explicados. É algo verdadeiramente difícil de se realizar, dada a magnitude das manifestações ufológicas que temos observado. No entanto, negá-los ou evitá-los é negligenciar os fatos e tornar a compreensão humana mais difícil.
A Ciência deve estar a serviço do homem e não o contrário. Desta forma, os cientistas e os ufólogos precisam trabalhar juntos na busca de respostas. Ao mesmo tempo em que não pode provar o que lhe é inexplicável, rotulando o impossível, a Ciência se restringe ao método e se cala por nós, que ingenuamente acreditamos em sua verdade e perigosamente nos deixamos consentir, presos às nossas próprias limitações. Somos como presas fáceis, um par de seriemas num campo aberto, envolvidas na brisa suave da manhã e disputando espaço num pequeno buraco na terra atrás da minhoca, enquanto, observando de cima, a águia se prepara para o ataque eminente.
Leonardo José Guimarães,
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