Reflexões sobre a Ufologia
Antonio Ribera
Temos que lutar com todos os meios contra as tendências pseudo-místicas e parapsicológicas que podem influenciar de alguma forma no estudo objetivo e sério do Fenômeno UFO. Tão pernicioso é um “iluminado” como Eugênio Siragusa [Editor: veja UFO Especial 20] ou os seguidores do Instituto Peruano de Relações Interplanetárias (IPRI), que asseguram estar em contato telepático com seres extraterrestres, como o estudioso que acredita – algumas vezes de boa fé – que a Psicologia é a única que pode explicar as experiências ufológicas.
O estudo das mensagens recebidas pelos alegados “contatados” não nos levará a parte alguma, a não ser ao divã de um psiquiatra. No entanto, a Psicotopatologia nada tem a ver com a pesquisa dos objetos voadores não identificados. Temos por um lado o Fenômeno UFO e por outro, toda a infra-estrutura possível e as pseudo-crenças nascidas à sombra do grande enigma.
Mas essas não passam de um epifenômeno, de interesse único aos psicólogos, sociólogos e, sobretudo, aos psiquiatras. O Fenômeno UFO é outro assunto, embora tenha desencadeado toda a onda mística dos “contatados” e das pessoas que recebem mensagens redentoras – indivíduos instáveis psiquicamente, em sua maioria…
Quando não se trata pura e simplesmente de vivedores e aproveitadores da vigarice geral. Muitos lamentarão ter que renunciar a seus sonhos de extraterrestres loiros e benfeitores, que vêm nos salvar de nós mesmos e de nossas diabólicas bombas nucleares. Porém milhares de seres humanos frustrados, fracassados ou que perderam a fé nas religiões tradicionais seguirão acreditando no loiro e angélico ET redentor e generoso…
Graças a essa necessidade de fé, uma plêiade de vivaldinos e de escritores sensacionalistas está enchendo seus bolsos. Mas tudo isso nada tem a ver com o estudo científico da questão. Sei perfeitamente que a espantosa mistura, como disse Corneille, da magia negra, ocultismo, Parapsicologia e Ufologia está fazendo furor atualmente. Assim também com a interpretação dos monumentos do passado como sendo extraterrestres.
Como o renomado professor e cientista Carl Sagan (já falecido), não nego as intervenções exteriores na alvorada de nossa história. Mas disto a atribuí-las aos seres extraterrestres existe um grande abismo. As estatísticas e listagens que conhecemos resultam muito mais maçantes do que os relatos de alienígenas salvadores de misteriosas transmissões, ou de homenzinhos que, como anões do bosque, identificam-se como “pequenos marcianos”. A solução chegará através dos prosaicos catálogos de casos e de estudo comparado. Isto, se pretendermos fazer da Ufologia uma ciência. Caso contrário, convido-os todos a irem ao Peru…
Endereço do autor:
Barcelona 46, 08182 Sant Feliu de Codines, Espanha
Visitantes extradimensionais
Alfredo Luís G. S. Rego
Em 1997 comemoramos os 50 anos da chamada era moderna do Fenômeno UFO. Após meio século, são óbvios os progressos na pesquisa, graças ao esforço e abnegação de estudiosos e de grupos ufológicos em diversos países, notadamente do Brasil. Estabeleceram-se algumas características básicas para a manifestação do fenômeno, tais como: linhas ortotênicas, existência de locais no planeta mais privilegiados do que outros em incidência de avistamentos e aterrissagens. Criaram-se tabelas e gráficos sobre os vários formatos de objetos observados, horários de maior índice de manifestações. Foram feitos estudos sobre a tipologia física de seus ocupantes, além de milhares de fotos e filmes.
Sob o aspecto político da Ufologia, conseguiu-se detectar e provar o acobertamento em relação ao assunto, por parte dos governos, principalmente dos Estados Unidos e da ex-União Soviética. No entanto, as questões fundamentais ainda continuam sem resposta, ou seja: o que são os UFOs? Qual a sua origem? Por que acompanham a Humanidade desde que esta surgiu no planeta?
Para muitos estudiosos, as respostas são simples e claras: os UFOs são naves aéreas tripuladas por seres altamente inteligentes e evoluídos técnica, moral e espiritualmente, provenientes de vários planetas. Sua missão é ajudar a Humanidade a crescer até atingir o mesmo estágio desses benfeitores e vir a fazer parte de uma fraternidade galáctica. Belíssimas respostas, mas o que se tem observado, na realidade, é bem diferente.
Nos últimos 30 anos, surgiram mutilações de animais por UFOs. Cresceram assustadoramente os casos de abdução de seres humanos por alienígenas, com a finalidade, ao que tudo indica, de experimentos genéticos. Além disso, os casos de contatos de quarto e quinto graus têm mostrado agressividade e total desrespeito dos tripulantes desses objetos para com os seres humanos.
Muitos supostos contatados lamentarão por ter que renunciar a seus sonhos de ETs loiros e benfeitores, que vêm nos salvar de nós mesmos e de nossas diabólicas bombas nucleares. Porém vários humanos frustrados, fracassados ou que perderam a fé nas religiões seguirão o angélico ser redentor
Não acredito que esse seja o comportamento esperado por parte de seres extraplanetários ditos “altamente evoluídos”, principalmente no tocante aos aspectos moral e espiritual. Devo admitir que, durante a maior parte dos meus 30 anos de pesquisa, partilhei da opinião da maioria daqueles que achavam que as respostas para essas questões continham a solução do problema.
Em 1975 quando, ao tomar conhecimento dos livros Passaporte à Magonia e UFOs The Psychic Solution, ambos de Jacques Vallée, rejeitei com certa veemência, além de outros ufólogos, as hipóteses sugeridas pelo autor. Vallée diz que os UFOs poderiam não ser necessariamente veículos de origem extraterrestre, mas sim aparelhos com características ao mesmo tempo físicas e psíquicas, de origem extradimensional, que fazem parte de um sistema de controle destinado a modificar nossa percepção do Universo.
Ao retomar minhas pesquisas, conheci outros trabalhos de Vallée, Confrontos e A Pesquisa e o Alerta. Foi então que comecei a mudar minha opinião sobre a origem e intenções da inteligência que controla os UFOs, tendo relido seus dois trabalhos anteriores, para entender melhor a hipótese do renomado ufólogo francês. Realmente, os ocupantes dos UFOs têm se comportado, nos períodos históricos da Humanidade, exatamente de acordo com as crenças estabelecidas, sobretudo as religiosas.
Na Antigüidade foram considerados deuses ou anjos. Na Idade Média, elfos, duendes, gnomos, leprechauns e fadas de lendas européias (folclores irlandês, celta e bretão). Para os índios, incas, maias e astecas, foram os visitantes celestes que trouxeram o conhecimento. No final do século passado foram os pilotos dos “navios aéreos” que, quando um norte-americano perguntou a um tripulante de onde vinha, obteve como resposta: “De lugar nenhum, mas amanhã poderei estar na Grécia”. Agora, nos últimos 50 anos, são eles nossos visitantes, os mesmos das histórias de ficção científica.
Considero improvável que passem tanto tempo nos visitando apenas para colher plantas e pedras, caçar animais e realizar experimentos genéticos com seres humanos abduzidos, sem um objetivo maior. Mesmo que vencessem os abismos interestelares e a barreira do tempo, e viajassem pelo hiperespaço, como acreditam alguns ufólogos. A Humanidade pode ainda não estar preparada, como dizem alguns, para fazer parte de uma “confederação planetária”.
Mas, convenhamos, já saímos do jardim de infância cósmico ao chegarmos à Lua, mapearmos através de sondas não tripuladas todo o Sistema Solar e darmos a localização exata de nosso planeta no Universo. Na realidade, a Ufologia se encontra num impasse, pois os ocupantes (supostamente extraterrestres) dos UFOs, ainda não se manifestaram abertamente, esclarecendo-nos do porquê de estarem aqui e do que querem.
Essa situação parece que vai perdurar ad infinitum. Sugiro àqueles que estudam o assunto seriamente, que considerem a hipótese extradimensional, pois verão que ela pode explicar muitas coisas. Citando Eluard, “…existem outros mundos, porém estão neste”.
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Casamento cósmico
Gilberto Santos de Melo
O Fenômeno UFO suscita dúvidas por não estarmos preparados emocionalmente, visto que sempre que ele acontece – apesar de o termos presenciado – ficamos duvidando de nós mesmos. Será que vimos realmente? Ou será uma alucinação? São estes os pensamentos que nos chegam num primeiro momento. Em quase todas as aparições envolvendo discos voadores, duas variantes estão sempre presentes: velocidade e luz. Assim sendo, tudo fica difícil de se explicar. Tudo se passa de maneira tão rápida que ficamos abobados e receosos em divulgar o que avistamos.
Primeiro, porque não temos controle sobre nossas emoções – o que acarreta no surgimento do medo de cairmos em descrédito perante todos. Segundo, por não termos, na hora do avistamento, equipamentos para o registro. Em sua grande maioria, os casos envolvem objetos cercados de luz que desenvolvem altíssimas velocidades, numa fração de tempo muito curta.
Nós, que trilhamos o caminho dos divulgadores da notícia, não podemos jamais nos deixar levar por aqueles cujo objetivo é encenar e ridicularizar a Ufologia, acusando-nos e pressionando-nos para que neguemos os fatos. Sabemos que é uma espécie de prova, pois somos pequenos diante das autoridades que tentam negar o Fenômeno UFO, mas nem por isso devemos esquecer que nossa principal missão é preparar a Humanidade para o casamento cósmico, pois o namoro já se tornou noivado.
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