A Ufologia perde dois pioneiros, Roger Leir e Flávio Pereira
Os ufólogos estão de luto. Em 09 de março faleceu o brasileiro Flávio Pereira e, em 14 de março, o norte-americano Roger Leir, ambos nomes consagrados da Ufologia Mundial e referências na área. Podiatra e cirurgião, Leir tornou-se conhecido pelo trabalho com abduzidos, especialmente a remoção de implantes inseridos por seus raptores alienígenas. Ele e sua equipe realizaram pioneiramente diversos desses procedimentos e os resultados das análises dos objetos extraídos, por parte de instituições renomadas — como o Laboratório Los Alamos e a Universidade de Toronto, por exemplo —, resultaram espantosos, embora controversos para alguns.
Entre as características encontradas nesses artefatos estão a presença de ferro altamente magnético, materiais cristalinos combinados a metais comuns, crescimento de tecido biológico no interior ou na superfície dos artefatos e graus de isótopos não existentes na Terra. Seu livro Aliens and the Scalpel foi publicado no Brasil pela Biblioteca UFO com o título Implantes Alienígenas [Código LIV-011]. Sobre o amigo pessoal, o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd disse: “Roger fez um trabalho excepcional de pesquisa das abduções e dos implantes alienígenas. Sua morte é uma perda irreparável”.
O professor Flávio Pereira era acadêmico, colunista e presidente do Instituto Brasileiro de Astronáutica e Ciências Espaciais. Ele atuou também como diretor da Escola Superior de Ciências de São Paulo e fundou a Comissão Brasileira de Pesquisas Confidenciais de Objetos Não Identificados (Cbpcoani). Seu Livro Vermelho dos Discos Voadores, com a primeira edição de 1966, influenciou gerações de ufólogos e levou até mesmo os militares a debaterem seriamente o fenômeno. Pereira participou, no início dos anos 70, de inúmeras reuniões reservadas com os oficiais brasileiros, a convite do brigadeiro José Vaz da Silva, que orientou a criação do Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele defendia firmemente o estudo científico dos casos ufológicos como forma de evolução da sociedade como um todo, e seu exemplo marcante seguirá inspirando a Ufologia Brasileira.
Cosmos já é sucesso absoluto
Cosmos: A Spacetime Odyssey [Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo], com apresentação de Neil Tyson, já é reconhecida mundialmente como digna sucessora da série Cosmos original, criada por Carl Sagan no início dos anos 80. A estreia de A Spacetime Odyssey no Brasil ocorreu em 13 de março, sendo agora apresentada todas as quintas-feiras, às 22h30, pelo canal pago National Geographic. O primeiro episódio mostrou Tyson como legítimo sucessor de Sagan, que o recebeu na Universidade de Cornell quando o novo apresentador tinha somente 17 anos e desejo de ser astrônomo. O programa relembrou o magnífico Calendário Cósmico, mostrando que nós, seres humanos, somos recém-chegados ao grande palco do universo, e resgatou o legado de Giordano Bruno, sentenciado pela Inquisição em 1600 por, entre outros “crimes”, apontar as estrelas como sóis distantes com planetas e vida ao redor.
Criacionistas atacam nova série
O segundo episódio de Cosmos: A Spacetime Odyssey, de 20 de março, versou a respeito da vida e sua evolução, as extinções em massa e como todos os seres da Terra têm origem comum. O episódio causou a ira de fanáticos criacionistas, mas em recentes entrevistas o próprio Tyson se encarregou de extinguir a polêmica defendendo que os inimigos da ciência não devem ser trazidos ao debate, já que se servem de suas ferramentas, mas renegam seus métodos. “É tempo de as pessoas reavaliarem o papel que a ciência tem e como realmente ela está presente em nossas vidas. E aprender a abraçá-la daqui para frente, porque sem ela nós só vamos regredir às cavernas”, disse o novo apresentador.
Cresce a teoria de universos paralelos
As ondas gravitacionais, também conhecidas como ondulações no contínuo espaço-tempo, previstas pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein em 1916, tiveram sua existência confirmada em 17 de março. Uma equipe liderada por John Kovac, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, utilizou o telescópio Imageador de Fundo de Polarização Extragaláctica Cósmica, montado na Antártida, para detectar essas ondas na chamada radiação cósmica de fundo — o eco do Big Bang que permeia o universo. Elas comprovam o fenômeno da inflação cósmica, um súbito inchaço que ocorreu várias vezes logo após o início do cosmos, proposta em 1981 pelo físico teórico Alan Guth, a fim de explicar sua evolução até os dias atuais. Um subproduto dessa teoria é a possibilidade de regiões do universo terem se expandido mais do que outras, produzindo bolhas de espaço-tempo que evoluíram como universos paralelos. Andrei Linde, outro teórico da inflação, aponta que “é possível propor outros modelos da teoria sem realidades paralelas, mas é difícil. Cada experimento que traz maior credibilidade à tese da inflação apresenta mais evidências de que o multiverso é real”. A pesquisa foi publicada na revista Nature.
Observatório do Vaticano debate vida extraterrestre
De 16 a 21 de março, cerca de 200 cientistas participaram da conferência A Busca por Vida Além do Sistema Solar: Exoplanetas, Bioassinaturas e Instrumentos, ocorrida em Tucson, nos Estados Unidos, e organizada conjuntamente pelo Observatório do Vaticano e o Observatório Steward, da Universidade do Arizona. Sara Seager, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e Jill Tarter, do Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente], foram algumas das participantes. Na ocasião foi discutido, entre outros assuntos, o desenvolvimento de tecnologias para obter imagens de exoplanetas e analisar suas atmosferas em busca de suas “assinaturas de vida” — e talvez até civilizações extraterrestres.
O Vaticano se abre cada vez mais aos extraterrestres
Outro participante do encontro foi o padre jesuíta José Gabriel Funes, diretor do Observatório do Vaticano, que há alguns anos surpreendeu a todos ao dizer que não existe conflito entre a fé católica e a possibilidade de civilizações alienígenas mais avançadas do que a nossa. “Em minha opinião, é possível”, confirmou a tese tendo em mente o imenso número de planetas, estrelas e galáxias no universo. “Como podemos excluir que a vida tenha se desenvolvido em outros lugares? Diante da multiplicidade de criaturas na Terra, podem existir lá fora outros seres criados por Deus. Isso não está em conflito com a fé porque não podemos impor limites à liberdade criativa Dele, concluiu.
O debate sobre a queda do avião da Malaysia Airlines
Tão logo foi dada a notícia do misterioso sumiço do Boeing 777 com 239 pessoas a bordo, em 08 de março, as mais mirabolantes teorias proliferaram na internet, entre elas a de que a enorme aeronave teria sido abduzida por um UFO. As discussões seguiram cada dia mais acaloradas conforme passava o tempo sem uma resposta das autoridades para o enigma. Ela veio finalmente em 23 de março, dando conta de que o avião teria caído no Oceano Índico, sem deixar sobreviventes. Isso não foi suficiente, no entanto, para se jogar um balde de água fria sobre os internautas adeptos das teorias conspiracionistas, que ainda alegam que de fato o Boeing foi sequestrado por seres extraterrestres, mas que as autoridades do mundo todo estão boicotando a informação…