PorLuciano Stancka e Silva,
conselheiro especial da Revista UFO
A pesquisa do Fenômeno UFO despertou o fascínio de gerações ao longo do tempo. No meu caso, o interesse pela presença alienígena na Terra vem desde a adolescência, quando, como tantos ufólogos da atualidade, ouvia relatos de ocorrências ufológicas narrados até mesmo por meus professores, inclusive no meio das aulas, despertando profundo desejo de melhor conhecer este tema. Em mim foi um professor de biologia, apaixonado pelo assunto, quem inoculou o “vírus” e me fez começar a pesquisar o tema, participando de palestras e frequentando grupos que discutiam o Fenômeno UFO.
A partir dos anos 80, a Revista UFO passou ao centro de todas estas atividades, quando surgiu e nunca mais parou de circular, chegando à marca de três décadas de publicação. Na ocasião, o primeiro grupo ufológico do qual participei foi a saudosa Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), cujo presidente, o doutor Max Berezovski, alertava a todos quanto à importância do tema — era incrível ver um médico comandando uma entidade ufológica, coisa que na época não era bem vista pela sociedade e nem se encaixava nos protocolos da Conselho de Medicina. Na APEX e com a UFO nas mãos formou-se um grupo de amigos interessados pelo tema, que sempre se encontravam em eventos e planejavam investigações de campo, discutiam casos ufológicos e buscavam a verdade sobre o assunto, mesmo sendo muito difícil o acesso a fotos e filmes de naves alienígenas naquela época.
Um desses amigos era justamente Ademar José Gevaerd, que começou bem cedo a reunir e a publicar nossas investigações em sua primeira revista, a Ufologia Nacional & Internacional, antecessora da UFO. Desde o início de sua existência tive a satisfação de ser um de seus colaboradores e a alegria de ver minhas pesquisas tratadas com seriedade e levadas ao conhecimento público. Tendo minha área de atuação na Ufologia mais focada para as questões comportamental e médica das testemunhas ufológicas, de grande complexidade, foi salutar ver estes aspectos da fenomenologia abordados com credibilidade nas revistas de Gevaerd, até chegar à atual UFO.
Em seus 30 anos de existência, a Revista UFO teve participação ativa no processo de formação de uma consciência mais crítica sobre a presença alienígena na Terra, publicando textos que mostravam o Fenômeno UFO de maneira coerente e sensata
Enquanto floresciam grupos como a APEX e tantos outros, em várias partes do Brasil, foi de imensa importância ver crescer cada vez mais um veículo de divulgação sobre o assunto, especialmente em uma época em que não existia celular ou internet e a comunicação entre os estudiosos era feita por meio de cartas e raras ligações telefônicas, pois eram caríssimas. Ufologia Nacional & Internacional e, depois, a UFO passaram a ser o fórum de discussão da Ufologia Brasileira, impulsionando pesquisas e divulgando o trabalho dos estudiosos. Com dedicação e obstinação, Gevaerd — a duras penas — conseguiu o que muitos achavam impossível, ou seja, manter uma publicação sobre discos voadores por 30 anos, hoje a mais antiga do planeta em circulação.
Unidos e cada vez mais ávidos na busca de informações, pode-se dizer que praticamente todos os ufólogos da minha geração e da seguinte (atual) cresceram em torno da Revista UFO. Aprendemos que a fenomenologia ufológica tem profunda conexão com o ser humano, nas nossas relações pessoais, amizades e até manifestações de ego, pois muitas experiências ocorrem justamente durante nossa busca de sinais dessas inteligências extraterrestres que aqui atuam. Isso tudo ao passo que crescemos como pessoas, passando a desenvolver os necessários filtros de interpretação crítica quanto ao Fenômeno UFO. Sim, porque durante o caminho, além da amizade, formaram-se obstáculos ao procedimento da pesquisa ufológica, uns de ordem técnica e outros, infelizmente, causados por desajustes dos praticantes da Ufologia, até com desentendimentos entre suas vertentes, perdendo-se a possibilidade de alcançarmos uma visão mais clara da realidade extraterrestre.
Nesses 30 anos da UFO o mundo mudou. Temos milhões de fotos, milhares de filmes, a facilidade da internet, das mídias sociais e do Youtube, e assim cada vez mais casos ufológicos brotam em todos os lugares. Mas a revista fez esta geração de ufólogos ver que a facilidade de divulgação do tema também leva a erros e a mentiras oportunistas, uma vez que a Ufologia pode ser utilizada para o bem ou para o mal. Com isso, a própria publicação se aperfeiçoou, ficando cada vez melhor e agregando consultores nacionais e internacionais que, por meio de um debate consciente, da análise do fenômeno e, sobretudo, com experiência e dedicação, sabem dar veredito e valor à prova da presença alienígena na Terra. Assim, não posso deixar de agradecer e de parabenizar todos os elementos que mantêm com tamanho afinco a qualidade da nossa UFO.