por Renato A. Azevedo
Astrônomo Geoff Marcy irá buscar civilizações extraterrestres
Em seções anteriores falamos de Geoff Marcy, descobridor de 70 dos primeiros 100 exoplanetas já conhecidos. Ele agora apresenta novidades em seu trabalho — está se dedicando também à pesquisa de inteligência extraterrestre, defendendo que se investiguem sinais de lasers que, segundo afirma, seriam um meio mais efetivo de comunicação para civilizações avançadas. Agraciado com uma bolsa do programa Novas Fronteiras em Astronomia e Cosmologia, seu projeto é procurar, nos dados obtidos pelo telescópio espacial Kepler, da NASA, sinais de engenharia estelar de avançadas civilizações. Há muito tempo a comunidade científica especula a respeito de espécies capazes de usufruir da totalidade da energia de seus sóis, classificados como tipo 2 na Escala Kardashev. Uma das maneiras para isso seria construir uma Esfera de Dyson, ideia proposta pelo físico Freeman Dyson nos anos 50 e constituída de uma colossal estrutura redonda que envolveria a estrela, permitindo recolher a energia produzida. Mas dificuldades técnicas levaram à evolução do modelo para um novo conceito, o do Enxame de Dyson, quando inúmeras estruturas seriam colocadas orbitando o astro — com as quais a energia seria captada e distribuída para os planetas ocupados por tal civilização. O plano de Marcy é procurar nas informações do Kepler sinais de ocultamento da luz estelar devido à presença dessas estruturas. Anos atrás, o físico Richard Carrigan propôs que certos dados colhidos em 1983 pelo telescópio IRAS — instrumento famoso por descobrir o sistema estelar em formação ao redor da estrela Vega — indicariam a presença desses sinais artificiais de civilizações alienígenas.
Muitos avistamentos onde a Índia encontra o Tibete
A região de Ladakh, na fronteira entre Índia e Tibete e local de uma disputa que envolve a China, tem sido palco de estranhos avistamentos há anos. Em 2004, uma equipe de cientistas estudando glaciares na área fotografou uma entidade descrita como similar a um robô que se elevou ao céu depois de vagar por 40 minutos. Neste ano, entre agosto e setembro, militares indianos relataram 100 outros avistamentos misteriosos na área. Eles negam laconicamente que se trate de VANTs ou drones [Pequenos aviões controlados remotamente], mesmo os da China, que sobrevoam o local frequentemente, já que estes aparecem em seus radares. Por sua vez, UFOs também são observados visualmente, mas não detectados pelos instrumentos. Os indianos enviaram um míssil para interceptar o que se suspeita serem naves alienígenas, mas o projétil não tripulado foi despistado. Os militares agora estão preocupados em como explicar cientificamente os eventos — enquanto isso, cientistas negam que os objetos sejam extraterrestres.
Vida alienígena será descoberta em 20 anos
Edwin Bergin, professor da Universidade de Michigan, esteve em um evento sobre astrobiologia no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, campo no qual é um dos mais reconhecidos especialistas. Na ocasião, surpreendeu a todos ao dizer que em até 20 anos deverão ser encontradas provas da existência de vida extraterrestre. Uma das buscas que defendeu foi a de oxigênio molecular na atmosfera de exoplanetas, pois esse elemento aqui na Terra é produzido somente por seres vivos. Bergin salientou que a próxima geração de telescópios será capaz de analisar atmosferas exoplanetárias e encontrar água e ozônio — este último um sinal da presença de oxigênio molecular. Disse também que já foi detectado vapor d’água nas nuvens que produzem estrelas e sistemas planetários, um indicativo de que podem vir a existir substâncias pré-bióticas quando da formação de planetas. Finalmente, elogiou a comunidade de astrobiologia no Brasil, defendendo incentivos para sua ampliação. Em tempo, astrobiologia é como é chamada hoje a antiga exobiologia.
Telescópio orbital Kepler inicia período de missão estendida
O prolífico equipamento orbital da NASA iniciou o período estendido de sua missão em meados de novembro. A agência espacial tem garantia de financiamento na busca por exoplanetas com o Kepler até 2016, e o telescópio já encontrou evidências de mais de 2.300 mundos, monitorando continuamente 150 mil estrelas. O observatório espacial registra pequenas diminuições no brilho de um astro distante devido à passagem de um planeta diante dele, e entre seus achados estão o exoplaneta Kepler-22b, cerca de 2,4 vezes maior do que o nosso e situado na região habitável ao redor de sua estrela. Sua equipe está convencida de que pelo menos 80% desses chamados “planetas candidatos” serão confirmados — e centenas deles devem ter o tamanho da Terra.
Observatórios poderão encontrar civilizações nos próximos anos
Muitos integrantes da comunidade astronômica têm defendido que os telescópios que entrarem em serviço em breve poderão não somente fazer imagens e analisar detidamente exoplanetas próximos, como também encontrar provas da existência de inteligência extraterrestre neles. Uma evidência seria a presença de gases como os clorofluorcarbonados (CLFCs), que somente são produzidos por processos artificiais. Como acontece aqui na Terra, em outros mundos tais gases poderiam ocasionar o efeito estufa, aquecendo suas atmosferas — isso seria um meio de tornar habitáveis esses orbes, como alguns defendem que seja feito com Marte. A presença de CLFCs em atmosferas exoplanetárias seria um indicativo da existência de uma civilização alienígena industrial, e poderia levar até mesmo à detecção de um planeta nos limites da região habitável de sua estrela. Os especialistas afirmam que estamos a uma década da possibilidade de realizar essa descoberta.
Planeta habitável é localizado em uma estrela vizinha
HD 40307g é o mais recente mundo descoberto ao redor de uma estrela próxima da Terra, a 42 anos-luz de distância, onde anteriormente já se conheciam três exoplanetas. Todos se enquadram na categoria de superterras — mundos maiores do que o nosso, mas ainda pequenos para serem gasosos. O novo orbe tem sete vezes a massa terrestre e está na região habitável de sua estrela, a 90 milhões de quilômetros dela. Hugh Jones, da Universidade de Hertfordshire, coautor do estudo, afirma que as informações disponíveis apontam ser este um planeta propício à vida.