por A. J. Gevaerd
Ora, direis ouvir estrelas…
Uma questão tem sido motivo de intenso debate no meio ufológico mundial: afinal, para que servem projetos como o SETI, o programa de busca por inteligências extraterrestres, que se valem de radiotelescópios e dispõem de verbas consideráveis para ouvir longínquas estrelas à procura por sinais de alguma civilização alienígena lá fora, se aqui dentro, em nossa própria atmosfera e muitas vezes até em nossos próprios quintais, muitas formas de vida inteligente se fazem presentes de maneira inequívoca e desafiadora, com seus discos voadores e sondas sobrevoando cidades, pousando onde querem e abduzindo nossos amigos?
A indagação, muitas vezes apresentada pelos ufólogos com uma pitada de indignação, tem razão de ser. Embora tendo sofrido cortes orçamentários brutais, o SETI e programas assemelhados já estão há décadas tentando ouvir sinais de alguma outra espécie cósmica, mas nunca tiveram o menor êxito e seus protocolos nem sequer garantem que, se um dia recebidos, tais sinais serão entendidos. E dadas as distâncias cósmicas e a arcaica tecnologia empregada, um simples “oi” entre nós e alguma outra civilização extraterrestre pode demorar 60, 100, 300 ou 2.000 anos para ocorrer. Enquanto isso, aqui na Terra, continuaremos a ter milhares de avistamentos de UFOs e centenas de abduções anuais — e, quem sabe até, o tão esperado contato final com eles também ocorra.
Se não existir alguma forma de vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço
— Carl Sagan