Por Renato A. Azevedo
Telescópio Kepler encontra planeta habitável e anima cientistas
No começo de dezembro passado, a NASA anunciou a descoberta do exoplaneta Kepler 22b, situado a 600 anos-luz da Terra e orbitando uma estrela similar ao nosso Sol. Com raio de 2,4 vezes o do nosso planeta, o novo mundo deve ter temperatura superficial da ordem de 22º C. No mesmo anúncio, a Agência Espacial Norte-Americana também confirmou que o Telescópio Kepler, responsável pelo achado, também apontou mais 1.094 “candidatos” a exoplanetas. No total, o aparelho já detectou mais de 2.300 possíveis mundos — dos quais os cientistas esperam confirmar pelo menos 80%. Entre esse total de candidatos, 207 têm tamanho similar à Terra, outros 680 são um pouco maiores do que ela, caindo na categoria de “superterras”, e os que ocupam a região habitável de seus sistemas estelares totalizam 48.
O Kepler precisa flagrar três trânsitos — a passagem do planeta diante de sua estrela — para apontar um candidato, que é então confirmado por observações subsequentes em grandes telescópios baseados na superfície. O Observatório Espacial Spitzer também tem sido usado com essa finalidade, trabalhando no espectro infravermelho — o Kepler funciona na luz visível. Lançado em março de 2009 ao custo de 600 milhões de dólares, o Kepler mantém vigilância sobre milhares de estrelas entre as constelações de Cygnus e Lyra. Os fundos para sua exploração estão garantidos até novembro de 2012, mas em janeiro a equipe deverá pedir para à NASA que a missão seja estendida. A um custo de 20 milhões de dólares anuais, o Kepler terá capacidade de operar por pelo menos seis anos, se o novo financiamento for aprovado. O investimento está valendo a pena: em meados de dezembro, o número de exoplanetas estava em 708.
Cientistas anunciam estar próximos do Bóson de Higgs
Os cientistas do Centro Europeu de Ciência Nuclear (CERN), que operam o gigantesco acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC), anunciaram em 13 de dezembro estar próximos de localizar o festejado Bóson de Higgs, apelidado de “Partícula de Deus” e cuja existência é prevista pelo Modelo Padrão da Física de Partículas. O tratado, proposto por uma equipe de cientistas em 1964 — que incluía o escocês Peter Higgs —, postula que a massa das partículas atômicas se deve ao Bóson. Sem ele, elas simplesmente disparariam pelo universo após o Big Bang, impossibilitadas de formar átomos e matéria. Dois dos experimentos do LHC — os detectores Atlas e CMS — procuram por sinais do Bóson de Higgs de formas diversas, e ambos chegaram a resultados similares. Os gráficos dos cientistas informam que pistas da partícula foram localizadas no intervalo de massa entre 124 e 125 GeV (giga elétron-volt), aproximadamente onde o Modelo Padrão postula que esteja o Bóson. O LHC ocupa um túnel circular de 27 km na fronteira franco-suíça e custou 10 bilhões de dólares. Funciona acelerando prótons até próximo da velocidade da luz para fazê-los colidirem — o que “desmonta” a matéria e permite que os cientistas analisem partículas que de outra forma não poderiam alcançar, recriando as condições do início do universo.
Novo rover da NASA parte para explorar Marte
Em 26 de novembro de 2011, da base de lançamento de Cabo Canaveral, a NASA lançou o robô Curiosity em direção a Marte. O veículo, também conhecido como Mars Science Laboratory, é o maior já enviado ao mundo vizinho e deverá pousar na Cratera Gale, de 160 km de diâmetro, em agosto de 2012. Paralelamente, cientistas da Australian National University anunciaram que extensas regiões de Marte, imediatamente sob a superfície, têm alto potencial de conter água e ser “confortáveis” para micróbios terrestres — e possivelmente para os marcianos também. Os australianos afirmam que na Terra existe uma biosfera sob a superfície que se estende até 5 km de profundidade. Em Marte, seus modelos apontam que uma biosfera similar poderia se estender a até 30 km sob a superfície do planeta. Os cientistas, que pertencem ao Instituto de Ciência Planetária, declaram que a melhor forma de procurar por vida em Marte é escavar seu solo. O artigo que assinam, sob o título An Extensive Phase Space for the Potential Martian Biosphere [Um Estudo Extensivo para a Potencial Biosfera Marciana], foi publicado na revista norte-americana Astrobiology.
Paul Allen financia sistema de lançamento espacial
Após apoiar o projeto da Spaceship One, a primeira nave de uma empresa privada a chegar ao espaço, e de financiar o Allen Telescope Array do Projeto SETI, o bilionário Paul Allen, cofundador da Microsoft, apresentou sua nova empreitada. Ele acaba de anunciar a fundação da Stratolaunch Systems, companhia que planeja lançar cargas ao espaço a partir de um avião. Associado ao criador da Spaceship One, o genial projetista Burt Rutan, Allen deve produzir um gigantesco avião de fuselagem dupla, com 118 m de envergadura e 544 toneladas de peso, que levará um foguete até uma altitude de 10 km, similar a dos aviões de carreira. Daí, o foguete será disparado e seguirá para a órbita terrestre. O primeiro voo de teste está previsto para 2016. A projétil deverá ser capaz inclusive de lançar a nave Dragon da SpaceX, que possui versões cargueiras e tripuladas. O enorme avião tem desenho similar ao White Knight II, da empresa Virgin — que desenvolve a Spaceship Two para voos turísticos suborbitais ao espaço, também projetada por Rutan. E a primeira nave da frota da Virgin chama-se VSS Enterprise.
Lua de Júpiter, novo alvo da busca por vida extraterrestre
As recentes descobertas sobre o satélite de Júpiter Europa [Veja seção Mundo Ufológico de UFO 185] fizeram com que a NASA retomasse os planos de exploração daquele mundo. Um dos projetos envolve duas sondas para pousar na tal lua, a fim de investigar sua superfície coberta de gelo e procurar por sinais de vida com espectrômetros de massa, sismógrafos e câmeras. A missão poderia ser lançada em 2020 para chegar ao sistema jupiteriano seis anos depois. Mas, a fim de manter os custos na faixa de 800 milhões de dólares, os dois landers seriam leves — de uns 320 kg — e teriam pouca proteção. Diante da forte radiação emitida pelo planeta, a expectativa é de que a exploração dure uma semana. Outra missão sendo considerada, dependente das cada vez mais reduzidas verbas da Agência Espacial Norte-Americana, é uma sonda para entrar em órbita de Europa, a Jupiter Europa Orbiter (JEO). A ideia é de que a nave investigue a espessura da crosta de gelo daquela lua, locais onde ela seja mais fina e como de fato seria o oceano subterrâneo de Europa. Diante da crise econômica — e para não prejudicar outras importantes missões planetárias —, a pequena possibilidade de a JEO acontecer depende de seus custos, estimados em 4,7 bilhões de dólares, baixarem e o orçamento para missões não tripuladas da NASA aumentar.
Novo livro sobre ficção científica ufológica
Esse colunista acaba de lançar seu segundo livro de ficção científica ufológica. Filhas das Estrelas [Estronho, 2011] é uma antologia de sete contos que exploram variadas facetas do Fenômeno UFO dentro de uma temática de ficção. Na trama A Marca, por exemplo, ufólogos pesquisam estranhos rastros deixados em uma fazenda por um objeto não identificado. Em Irmãos, o chupacabras volta a atacar em uma propriedade rural, em uma história com final surpreendente. E em Filhas das Estrelas — que dá nome ao livro — é explorado o fenômeno dos gurus que se dizem amigos de alienígenas no intuito de explorar os incautos. O livro pode ser adquirido na loja do site Estronho [www.estronho.com.br], ou nas melhores livrarias.