Por Renato A. Azevedo
Comprovação da existência de vida extraterrestre não abalaria a fé
Na seção Imprensa Ufológica da edição UFO 177 mencionamos o estudo 100 Year Starship Project, liderado pela NASA e pela Agência de Pesquisa de Projetos Avançados de Defesa (DARPA) com o intuito de discutir como incentivar o desenvolvimento tecnológico mundial, a fim de que dentro de um século estejam disponíveis novas tecnologias para construir uma nave espacial. Pois bem, no primeiro final de semana de outubro mais uma etapa foi cumprida no processo, na Flórida, em um simpósio do comitê à frente do projeto. Mas o destaque foi a curiosa posição dos religiosos presentes.
Segundo Ted Peters, professor de teologia no Seminário Teológico Luterano do Pacífico, na Califórnia, de tempos em tempos teólogos discutem a existência de vida em outros mundos, considerando-a parte da criação de Deus. O Vaticano vem se mostrando cada vez mais aberto para a questão extraterrestre, como comprovam as declarações do jesuíta José Gabriel Funes, seu astrônomo-chefe, afirmando que não se podem impor limites à criação divina e que os alienígenas seriam nossos irmãos. O mesmo ponto de vista é defendido por Peters, autor de UFOs: God’s Chariots? [UFOs: Carruagens dos Deuses, Lulu Editor, 2011], que destacou no evento que jesuítas do Observatório do Vaticano são cientistas envolvidos com a busca por vida extraterrestre — criaturas do mesmo Deus que conhecemos.
Muitos dos religiosos presentes debateram no congresso se Cristo morrera para redimir também os pecados dos alienígenas, mas não houve consenso. Para Christian Weidemann, professor de filosofia da Ruhr University, diante do avanço do conhecimento científico as religiões já passaram por duras provas no passado e sobreviveram. Ele crê que o mesmo aconteceria quando houver confirmação da existência de vida extraterrestre. Novamente Peters concorda, dizendo: “Os religiosos estão muito mais dispostos a louvar a Deus juntamente com alienígenas do que poderíamos esperar”.
Elenin não provocou juízo final
Novamente as alegações de fim do mundo caíram por terra, ou melhor, foram destruídas ainda no espaço, quando os fragmentos do Cometa Elenin [Foto abaixo] passaram a 35,4 milhões de quilômetros da Terra, em 16 de outubro. O diminuto corpo celeste havia sido atingido por uma tempestade solar em agosto, e a passagem pelo periélio — ponto de máxima aproximação com o Sol —, esmigalhou o que sobrou dele. Os restos do Elenin só retornarão ao Sistema Solar interior em doze milênios. Absurdas alegações foram feitas com relação ao cometa, como a de que fora o responsável pelo terremoto no Chile e pelo tsunami no Japão, de acordo com um obscuro cientista bósnio chamado Mensur Omerbashich. A teoria também foi defendida em sua página no site Examiner [www.examiner.com] por Michael Salla, que ainda divulgou a ideia de que o Elenin seria, na verdade, uma estrela anã marrom que vinha “abrindo caminho” para o planeta Nibiru. Salla traçou um paralelo com a série The Event, recentemente cancelada, em cujo episódio final surge no céu da Terra o planeta dos visitantes, teletransportado para cá por ETs. Ou seja, um amontoado de mistificações absurdas e irresponsáveis, criadas a partir de um cometa que sequer chegou a empolgar a comunidade científica. Com somente 3 a 5 km de diâmetro, o Elenin não poderia ter qualquer efeito passando a tão grande distância da Terra. Após sua desintegração, representará ainda menos perigo para nós. Já para os mistificadores…
NASA emite normas para preservar locais na Lua
A Agência Espacial Norte-Americana elaborou uma série de regras para tornar intocáveis os locais de pouso lunar, especialmente os das Apollo 11 e 17, respectivamente a primeira e a última missão ao satélite. Devido ao valor histórico e científico dos dois pontos, a NASA pretende que não seja permitido sobrevoar ou percorrê-los, seja com missões tripuladas ou autônomas. O grande temor se deve ao Google Lunar X Prize, competição internacional organizada pela Fundação X Prize que oferece 20 milhões de dólares à primeira equipe privada a pousar um robô na Lua, e um adicional de quatro milhões para quem obter fotos próximas dos locais de pouso do Projeto Apollo. Para impedir isso, a NASA tem contado com a arqueóloga Beth O’Leary, professora de antropologia na Universidade do Novo México que passou a última década trabalhando com historiadores e arqueólogos sobre a melhor forma de proteger os locais de pouso desses e de outros artefatos na Lua. Os especialistas têm utilizado as imagens da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, que mostram com nitidez tais pontos na superfície do satélite, para mapear sites históricos. No futuro, quando voos para a Lua se tornarem mais comuns, inclusive novas missões tripuladas, espera-se que sejam traçadas fronteiras para preservar essas zonas de inestimável importância cultural, histórica e científica.
Pesquisa na Antártida auxilia busca de vida extraterrestre
Começou em outubro, na Antártida, uma expedição ao Lago Ellsworth coordenada pela Universidade de Edimburgo. Localizado a três quilômetros de profundidade, o Ellsworth — um entre 160 lagos que existem sob a camada de gelo que cobre o Continente Branco — está isolado do mundo há pelo menos 125 mil anos. Utilizando equipamentos que perfuram o gelo derretendo-o com água quente, cientistas esperam atingir o lago em outubro de 2012, para então recolher amostras de suas águas intocadas e dos sedimentos do fundo, onde acreditam que possam existir formas de vida diferentes de todas as outras conhecidas na Terra. Segundo David Pierce, coordenador científico e biólogo da missão, a pesquisa pode auxiliar no entendimento da forma como a vida surgiu em nosso planeta. Igualmente, a expedição pode produzir conhecimentos essenciais para a busca de vida extraterrestre, como a que está sendo planejada para o oceano que existe abaixo da espessa capa de gelo de Europa, satélite de Júpiter.
Aliens e abduções em quadrinhos
Durante a New York Comic Con, em 14 de outubro, a editora Vertigo, um selo pertencente a DC Comics, anunciou uma nova trama em quadrinhos, Saucer Country. Conta a história de Arcadia Alvarado, governadora do Novo México que, na véspera do anúncio de sua candidatura à presidência dos EUA, é abduzida e orienta seu staff a buscar a verdade sobre o fato. O britânico Paul Cornell é o criador da trama, e a arte é do desenhista Ryan Kelly, que afirma que tem buscado informações no meio ufológico, mencionando o livro homônimo Communion, de Whitley Strieber [Avon Books, 1988], e o filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg [1977]. Já Cornell diz que a HQ é uma mistura das séries The West Wing e Arquivo-X, repleta de conspirações governamentais, aliens do tipo gray e homens de ternos escuros. Saucer Country deve ser lançada nos EUA no começo de 2012.