por Renato A. Azevedo
A VOLTA DO “ET DE PASSO FUNDO”
Com a detalhada investigação e posterior divulgação dos sinais nas plantações de Ipuaçu e outras localidades de Santa Catarina, voltou a aumentar o destaque da Ufologia na mídia. Mas, em geral, as matérias sobre os agroglífos exibidas nos telejornais de várias redes contiveram cenas do famoso filme Sinais [2002], do diretor M. Night Shyamalan, estrelado por Mel Gibson. E o destaque, claro, foi para o “caso do ET de Passo Fundo”. No começo do filme, uma festa de aniversário infantil é interrompida pela aparição de uma estranha criatura. Incrivelmente, muita gente acredita que se trate de um algo real.
Na verdade, a cena foi gravada em Miami com um grupo de crianças brasileiras, e o operador da câmera era o próprio Shyamalan. Ele pretendia usar atrizes para vestir roupas de alienígenas, mas as formas femininas acabaram não sendo suficientemente ameaçadoras para o filme. Então foram utilizados atores, e os retoques finais foram dados por computação gráfica. Por sinal, os círculos nas plantações do filme eram reais, feitos na propriedade de uma universidade rural, pois Shyamalan não aprecia o uso excessivo de computação gráfica. Por isso também dispensou outra idéia, a camuflagem dos seres, semelhante ao visto na série Predador. E como detalhe final, toda a arte dos livros sobre Ufologia consultados pelos personagens no filme foi feita por Saleka Shyamalan, filha do diretor.
ALUNOS SE TORNAM UFÓLOGOS
O jornal britânico Lancaster Guardian publicou que, numa sexta-feira de novembro passado, alunos da Escola Primária Torrisholme tiveram um choque ao chegarem para a aula e descobrir que ali havia pousado um disco voador. A diretora Tania Hughes fez com que se reunissem e deu a chocante notícia, e depois as crianças receberam a orientação de recolher todos os dados e informações que pudessem, além de entrevistar as testemunhas do evento, a fim de redigirem um artigo para o novo jornal da escola. O caso foi, na verdade, uma simulação como parte de um exercício para o Everybody Writes Day, o dia em que todos escrevem algo.
A professora Maria Thomas explica: “A idéia foi incentivar as crianças a escreverem e começarem a produzir um jornal”. No final do dia, as crianças foram enviadas as suas casas com cartas explicando a exata natureza das atividades, para que seus pais não ficassem alarmados quando os pequenos começassem a procurar UFOs nos céus. Bem que escolas brasileiras poderiam adotar iniciativas semelhantes!
SATÉLITES FLAGRAM UFOs
Os satélites do projeto Defense Support Program [Programa de Apoio à Defesa, DSP], da Força Aérea Norte-Americana (USAF), ocupam uma órbita estacionária a cerca de 36 mil km da Terra e são vitais para alertas antecipados de possíveis ataques dirigidos contra os Estados Unidos. Os aparelhos são capazes de detectar lançamentos de mísseis e foguetes espaciais, além de explosões nucleares. Como “efeito colateral”, também têm flagrado a presença de UFOs se aproximando ou se afastando de nosso planeta. Os satélites DSP utilizam sensores infravermelhos para rastrear os sistemas de propulsão de mísseis, e melhorias em termos de sistemas de processamento deverão ampliar a possibilidade de detecção de projéteis menores, incluindo mísseis de curto alcance lançados contra forças norte-americanas e aliadas.
Dentro desse programa militar é utilizado o termo fastwalkers [Viajantes velozes] para se referir aos UFOs, e centenas são captados a cada mês. Recentes informes dão conta de que um novo equipamento – o SBIRS HEO-1 – poderá ampliar em muito esta detecção. Há ainda o termo slowwalkers [Viajantes lentos] para se referir a objetos anômalos que se movem vagarosamente, em paralelo aos anteriores. Fontes do aparato militar reportam que, no momento em que o sistema de alerta detecta um UFO, normalmente é criado um clima de excitação. Nos Estados Unidos, a Mutual UFO Network (MUFON) espera que um banco de dados com informações obtidas por satélites do DSP esteja disponível em breve, a fim de cruzar dados com avistamentos feitos por radar e a bordo de aeronaves.
PLANETAS EXTRASSOLARES FOTOGRAFADOS
Houve época em que se achava impossível a existência de vida extraterrestre. Como até bem pouco tempo era igualmente impossível que existissem planetas ao redor de outras estrelas. Pois a partir de 1995, com as sucessivas descobertas de planetas extrassolares – que já somam mais de 300 –, a ciência provou que a segunda afirmação era totalmente descabida. E em breve, certamente, a primeira também cairá. Isso porque mais algumas façanhas extraordinárias ocorreram no fim de 2008.
A primeira foi a obtenção de fotos inéditas de exoplanetas, como também são chamados. Estudos realizados pela equipe de Christian Marois, utilizando os telescópios Keck e Gemini, levou à obtenção de imagens dos planetas D, C e B orbitando a estrela HR 8799, distante 128 anos-luz da Terra. É um astro ainda jovem e uma vez e meia maior do que o Sol. Seus planetas têm entre 5 e 13 vezes a massa de Júpiter – o mais próximo da estrela é o menor, enquanto o maior encontra-se mais distante. Os planetas são novos, formados há cerca de 60 milhões de anos. A dificuldade em enxergar exoplanetas está no brilho que refletem, imensamente inferior ao das estrelas que orbitam. Os cientistas utilizaram técnicas que consistem em encobrir a luz dos astros, tornando perceptível o fraco brilho dos corpos ao redor.
O outro anúncio foi da NASA, que utilizou a mesma técnica com o telescópio espacial Hubble e conseguiu fotografar um planeta ao redor de Fomalhaut. Já se sabia desde os anos 80 que ela possuía um grande disco de matéria e poeira ao redor de si. A estrela é maior e mais jovem do que o Sol e 16 vezes mais luminosa, distante daqui 25 anos-luz. O exoplaneta, chamado de Fomalhaut B, tem tamanho similar a Júpiter, mas está longe de sua estrela o equivalente a quatro vezes a distância entre Netuno e o Sol.
O terceiro anúncio foi publicado no final de novembro. Sabe-se desde 1984 que a estrela Beta Pictoris possui um imenso campo de asteróides, poeira e outros objetos ao seu redor, um sistema estelar em formação, no qual os cientistas suspeitavam haver um planeta. Agora, uma equipe de astrônomos franceses, estudando imagens obtidas em 2003 pelo telescópio VLT, conseguiu fotografar o que aparenta ser um grande corpo planetário. Esse mundo se encontra a uma distância em relação a Beta Pictoris equivalente a 8 vezes a distância da Terra ao Sol, e tem aproximadamente 8 vezes a massa de Júpiter. É também o exoplaneta situado mais próximo de sua estrela – um fato espetacular, pois Beta Pictoris, uma estrela quente de apenas 12 milhões de anos de idade, situa-se a 63 anos-luz de distância.
CAÇA AOS UFOs EM 1945
Rolan D. Powell era piloto baseado na Estação Aeronaval de Pasco, no estado de Washington, no verão de 1945. Ele e seus colegas haviam sido destacados para proteger as instalações ultra-secretas de Hanford, uma unidade de produção de plutônio situada a pouco mais de 95 km de distância. Considerava-se que dificilmente haveria um ataque japonês, mas os pilotos eram mantidos em prontidão. Cerca de seis semanas antes de 02 de setembro, dia da rendição japonesa que pôs fim à Segunda Guerra Mundial, o radar de Pasco detectou uma aeronave desconhecida diretamente sobre a base. Powell e outros cinco pilotos receberam ordens de interceptar, decolando com seus caças Grumman F6F Hellcat.
Os pilotos da Marinha forçaram ao máximo os aviões, atingindo 12.800 m, embora o teto operacional do Hellcat fosse de 11.300 m, e ainda assim não conseguiram interceptar o UFO, optando por retornar à base. O objeto, após permanecer estacionário sobre Hanford por 20 minutos, desapareceu em trajetória vertical. Powell depois se tornou piloto de testes da McDonnell Douglas, e, 50 anos após o evento, concedeu entrevista para detalhar sua experiência. Disse que o que o radar havia captado era um gigantesco UFO do tamanho de três porta-aviões e voando a quase 20.000 m de altitude. O formato era bem alongado e ligeiramente oval, e sua cor era levemente rosada. Powell também afirmou que um tipo de vapor era emitido por uma série de saídas ao longo da fuselagem do objeto.
CONSULTOR DA UFO HOMENAGEADO
O coronel da reserva da Aeronáutica Antônio Celente Videira [Foto], consultor da Revista UFO desde 2007, tomou posse em 10 de dezembro da cadeira n° 61 no Instituto de Geografia e História Militar Brasileira (IGHBM). No recente evento Diálogo com o Universo, realizado em Botucatu, em setembro de 2008, Celente, que também é professor na Escola Superior de Guerra, apresentou a palestra Discos Voadores: Uma Análise Estratégica [Veja artigo A Hora da Verdade, de sua autoria, na edição UFO 144, além de entrevista nesta edição].
O oficial é mais um militar graduado a defender a abertura dos arquivos ufológicos do Governo Brasileiro, apoiando a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, implementada pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) através da UFO. Na preparação de seu discurso de posse, Celente utilizou informações veiculadas nesta publicação, fazendo também uma correlação com os trabalhos e a vida do padre Bartolomeu de Gusmão, patrono do IGHBM, e os astrônomos do Vaticano, entre os quais José Gabriel Funes, que recentemente defendeu a vida extraterrestre.
TENDÊNCIAS
COSMONAUTAS RUSSOS E UFOs NO ESPAÇO
Na antiga União Soviética, UFOs eram segredo de estado, jamais reconhecidos perante a sociedade. No entanto, isso não impedia que testemunhas civis observassem objetos não identificados, como no resto do mundo. E tampouco os cosmonautas estavam livres de encontros imediatos, como se vê na obra UFOs na Rússia, que a Revista UFO acaba de lançar [Código LIV-023 da coleção Biblioteca UFO. Veja no Portal UFO: ufo.com.br/biblioteca]. Em uma conferência sobre fenômenos anômalos no espaço, o cosmonauta Vladimir Kovalenok relatou alguns dos eventos que testemunhou em suas missões a bordo de estações soviéticas.
Certa vez, diante de um estranho objeto ao lado da Salyut, Kovalenok pediu que seu parceiro Viktor Savinykh apanhasse uma câmera para registrá-lo. Entretanto, antes que o colega conseguisse alcançá-la, o artefato se dividiu em duas partes diante de seus olhos, ambas ligadas por algum tipo de conexão. O objeto desapareceu e alguma radiação foi registrada pelos sensores da nave.
Alguns fatos estranhos ocorreram também aos cosmonautas Gennady Strekalov e Gennady Malakov, que viram em 1990 um objeto esférico que desapareceu segundos depois. E o cosmonauta Musa Manarov, a bordo da estação Mir, em 1991, observava uma nave Soyuz se aproximando para atracar com uma nova tripulação, quando viu um corpo alongado separar-se do módulo. Mesmo filmado, o artefato não pôde ser identificado. Pavel Popovich, que também é piloto, é outro experiente cosmonauta a ter tido contato, porém dentro da atmosfera. Em 1978, ele estava em um vôo entre Washington e Moscou quando percebeu um objeto triangular seguindo a aeronave a mais de 1.700 km/h.