Militares confrontados pelos ufólogos se contradizem sobre o Fenômeno UFO
Os ufólogos do país – em especial os integrantes da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que lançou o movimento UFOs: Liberdade de Informação Já – lamentam o posicionamento recente de algumas autoridades militares, que vêm dando depoimentos dúbios ou contraditórios à imprensa sobre o que o Governo Federal sabe a respeito dos discos voadores e esconde nos quartéis. O caso mais notório é o do brigadeiro José Carlos Pereira, que já foi comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e, mais recentemente, da Infraero, no final do caos aéreo que se instalou no Brasil no ano passado.
Confrontado com as afirmações dadas por este editor em entrevista ao site O Globo Online, publicada em 29 de janeiro, de que a Força Aérea Brasileira (FAB) tem centenas de registros de ocorrências ufológicas no país, o militar se saiu com uma manifestação no mínimo infeliz. Apesar de confirmar a existência de arquivos sobre casos do gênero mantidos pela instituição e de garantir apoiar sua divulgação ao público, Pereira frustrou a todos ao afirmar que “os ufólogos vão se decepcionar [Com os registros], porque quase tudo tem explicação científica e todos nós sabemos que os discos voadores não existem”. Um dia antes, o militar deu ao Jornal Hoje, da Rede Globo, outra resposta desalentadora: “Pessoas relatam terem visto isso [UFOs]. Agora, se viram ou não, esse é outro problema e depende de investigações. Falta base científica que justifique, realmente, o que seria a presença de discos voadores”.
A indignação dos estudiosos tem uma justificativa: toda a hierarquia militar em nosso país sabe muito bem que, se alguém tem informações concretas sobre a existência e materialidade dos UFOs, além de que sua procedência inquestionavelmente extraterrestre, este alguém é ninguém menos do que o brigadeiro José Carlos Pereira. Aliás, até tempos atrás, ele nunca fez muita questão de esconder o que os militares brasileiros sabem sobre o assunto. No encontro oficial que os integrantes da CBU tiveram com eles na sede do Comdabra, em Brasília, em 20 de maio de 2005, o próprio brigadeiro Pereira nos escoltou até a saída do prédio. E, ao ser presenteado com exemplares da Revista UFO, falou: “Agradeço o brinde, mas quero informar que sempre compro a publicação nas bancas de Brasília. Não perco uma edição”. Informalmente, minutos depois, confirmava aos ufólogos seu grande interesse e elevado nível de informação sobre o assunto.
Confirmado — O desapontamento com a posição apresentada pelo militar aos veículos de imprensa citados aumenta ainda mais para quem lê o texto Confirmado!, da edição histórica número 111 da Revista UFO, de junho de 2005, que foi inteiramente dedicada ao encontro inédito ocorrido em 20 de maio, na Capital Federal [Veja no Portal UFO, ufo.com.br]. O texto, assinado pelo co-editor Claudeir Covo, integrante da CBU, se refere ao programa de TV do deputado Celso Russomanno, que em 2001 levou ao ar uma longa entrevista com o brigadeiro, antes mesmo de ele vir a ser comandante do Comdabra. No programa, pressionado pelo apresentador, Pereira não teve outra opção senão mostrar – sem detalhes – um livro de registros de incidentes aéreos em que constava nada menos do que 90 casos de UFOs no Brasil, apenas em 2001. “É rotineiro os caças da FAB levantarem vôo para identificar alvos radares”. Alvos radares é como os militares chamam pontos nas telas que não podem ser identificados, que geralmente acabam sendo registrados como UFOs.
“Este é um sinal de ignorância, arrogância e pretensão, ou simplesmente de covardia frente aos novos tempos e desafios que a presença extraterrestre está trazendo”, definiu o co-editor da UFO Marco Petit, também integrante da CBU e autor do livro UFOs: Arquivo Confidencial [Código LIV-019 da coleção Biblioteca UFO. Veja Shopping UFO desta edição]. A obra contém uma pesada denúncia contra o acobertamento ufológico por parte das autoridades brasileiras. Para o estudioso, “não é fácil para os militares admitirem a inoperância e falta de capacidade de controlar nosso espaço aéreo”. Isso explicaria as manifestações dúbias ou contraditórias de nossas autoridades. “Infelizmente, o tempo passa e algumas coisas não mudam. E o medo por parte de alguns militares de reconhecer e admitir a realidade de um fenômeno diante da imprensa continua o mesmo”, desabafou Wallacy Albino. “Pelo visto, o brigadeiro tem duas verdades: uma com os ufólogos, que é a ‘verdade verdadeira’, e outra para o público, que é a ‘verdade mentirosa’ ”, declarou Gener Silva. Albino e Silva são consultores da UFO e integrantes da CBU.
Alvo radar — Até quando nossas autoridades vão fingir que o Fenômeno UFO é algo desprezível, uma banalidade? Quando estivemos no Comdabra, nós pudemos examinar várias pastas de casos ufológicos contidos em arquivos secretos, entre eles a Operação Prato, conduzida pela FAB no Pará, em 1977. Foi neste encontro com os militares que a alta cúpula da Aeronáutica admitiu ter pastas idênticas desde os anos 50 – e todas secretas. “Uma imagem no radar que não esteja seguindo um plano de vôo e não adote os procedimentos previstos, passa a ser monitorada pela Defesa Área e caças podem ser lançados em sua interceptação”, explicou aos ufólogos o major-brigadeiro Atheneu Azambuja, comandante do órgão. Certamente, o militar estava falando de UFOs, pois não é sensato pensar que a FAB lançaria seus jatos de caríssima manutenção para interceptar falhas de radar ou balões atmosféricos…
“O brigadeiro José Carlos Pereira pode ter sido instruído a reverter seus depoimentos favoráveis ao Fenômeno UFO, dados anteriormente, numa tentativa de esconder importantes documentos”, analisa o conselheiro especial da UFO Fernando Ramalho, também integrante da CBU e autor do Dossiê UFO Brasil, o requerimento entregue à Comissão de Averiguação e Análise de Assuntos Sigilosos (CAAIS), em dezembro passado [Veja UFO 138]. “Temos que dar um desconto nas declarações do brigadeiro, pois quem acompanhou a CPI do Apagão Aéreo observou as incoerências em seus depoimentos”, afirmou Rafael Cury, outro membro da CBU. Seja como for, não importa a causa das contradições manifestadas pelo brigadeiro Pereira publicamente, mas sim aquilo que ele já afirmou reservadamente. Ele e outros militares, que avaliam como positiva a campanha pela liberdade de informações.
A busca da verdade sobre a presença alienígena na Terra é algo que todo estudioso do tema deve ter como prioridade número 1 – esteja ela nos gabinetes secretos da República ou venha da atividade de obstinada investigação, dedicada análise e conseqüente interpretação do Fenômeno UFO. A Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) faz ambas as coisas de forma conjugada. Seus integrantes estão permanentemente atentos e não desistirão facilmente de seu pleito, que é legítimo e democrático: sensibilizar o Governo Federal para o direito que a população tem de saber a verdade sobre os UFOs. E o resultado deste trabalho, seja qual for, pertencerá à toda Comunidade Ufológica Brasileira.
Este é um sinal de ignorância, arrogância e pretensão, ou simplesmente de covardia frente aos novos tempos e desafios que a presença extraterrestre está trazendo. Parece mesmo que não é fácil para os militares admitir a inoperância e falta de capacidade de controlar nosso espaço aéreo.
Marco Petit, co-editor
A Revista UFO ganha novos membros
Tenho a satisfação de comunicar a adesão ao Conselho Editorial da Revista UFO – a chamada Equipe UFO – de cinco valorosos pesquisadores com notáveis atividades na Ufologia e áreas afins, que vêm contribuindo com esta publicação em importantes ocasiões nos últimos anos e agora se somam oficialmente a ela. São eles os brasileiros Jaime Lauda, Jorge Nery, Walcyr Monteiro e Luis Carlos do Nascimento ou Dino Nascimento, e o português Nuno Montez da Silveira.
Lauda, astrólogo em Curitiba, é um dos pioneiros da segunda geração de ufólogos brasileiros, ao lado de nomes como Carlos Reis, Osni Schwarz, Ubirajara Franco Rodriguese Claudeir Covo, entre outros. O ufólogo foi responsável por significativas investigações de campo no passado, e retorna, quase duas décadas depois, à Ufologia e à Equipe UFO, da qual já fez parte, apadrinhado por nosso veterano co-editor Rafael Cury.
Destacado estudioso do Fenômeno UFO há duas décadas, Nery é especialista em casos de efeitos físicos e observaçãode sondas, especialmente no interior de São Paulo, onde atua no Instituto de Astronomia e Pesquisas Espaciais (Inape). O ufólogo teve imprescindível participação nas recentes investigações do Caso Riolândia, e ingressa na Equipe UFO apadrinhado por nosso consultor Gener Silva.
Monteiro é uma celebridade na Região Amazônica, em especial no Pará, onde desenvolve um notável trabalho de coleta, análise, catalogação e divulgação de lendas e mitos folclóricos. Com mais de 20 livros publicados no Brasil e exterior, o estudioso acompanha de perto, há cinco décadas, o folclore amazônico, em especial os casos que interessam à Ufologia. Monteiro deu à Revista UFO inestimável ajuda no levantamento de casos do chupa-chupa na Ilha de Colares (PA).
Ufólogo amplamente conhecido e com intensa atividade em São Paulo, Nascimento dirige, ao lado da esposa, o Grupo Ufológico Giordano Bruno, que realiza uma série de eventos ufológicos muito concorridos. Professor e músico, Nascimento é outro valoroso membro da Ufologia Brasileira, que tem mostrado trabalho e resultados verdadeiros. Ele foi apadrinhado por nosso consultor Wallacy Albino.
Nuno Montez da Silveira – destaque internacional nesta “fornada” de novos integrantes – é um dos mais ativos ufólogos portugueses, pertencente aos quadros da Sociedade Portuguesa de Ovniologia (SPO), muito atuante em Portugal e Espanha. Montez da Silveira preparou, junto de sua equipe na SPO, um dos mais sérios e detalhados trabalhos sobre a casuística ufológica de seu país, a sair em partes a partir da edição de abril.
A Ufologia Brasileira perde dois grandes combatentes
O ano mal começou e já temos duas grandes perdas na Ufologia Brasileira. Na madrugada de 30 de janeiro, faleceu em Passo Fundo (RS) o abduzido gaúcho Antônio Nelso Tasca. Após sofrer um acidente automobilístico em 08 de agosto de 2007, ele esteve internado em coma durante quase seis meses, no CTI do Hospital São Vicente de Paula, naquela cidade. Já em 03 de fevereiro, no Hospital Santa Rosa, em Cuiabá (MT), faleceu aos 84 anos o ex-prefeito de Barra do Garças (MT) Valdon Varjão. Ambos tinham grande prestígio na Comunidade Ufológica Brasileira por suas contribuições à divulgação do Fenômeno UFO.
Tasca foi um homem que lutou com paciência e perseverança para semear a mensagem de prosperidade que seus abdutores alienígenas lhe transmitiram, e, entre suas muitas ações para isso, não se furtou em momento algum de dar todos os detalhes sobre sua espantosa experiência com seres do planeta Agali, com os quais teve contato. Sua morte deixou uma grande lacuna na Ufologia Brasileira, mas seu legado jamais será esquecido. O Caso Tasca, que completa 25 anos em 14 de dezembro de 2008, é referência entre os casos de seqüestros por ETs e foi pesquisado pelos mais importantes e conceituados ufólogos do país.
No final de 2007, a Revista UFO lançou a segunda edição do livro Um Homem Marcado por ETs, pela coleção Biblioteca UFO [Código LIV-020. Veja seção Shopping UFO desta edição]. A obra teve sua primeira tiragem lançada em 1999, e nela Tasca relata minuciosamente sua abdução e a experiência sexual para fins genéticos que teve com a alienígena Cabalá, da qual nasceram dois “filhos cósmicos” do gaúcho, Mada e Madana. Ivo Döhl, repórter do jornal Gazeta Regional, se tornou amigo do abduzido quando desenvolveu uma pesquisa sobre seu caso, e considera a história tão extraordinária quanto seu próprio autor. “Ele traz consigo a magnitude de ser diferente. Foi escolhido para transmitir à humanidade a mensagem de paz e amor do planeta Agali”.
Discoporto no Mato Grosso — Valdon Varjão ganhou notoriedade pela elaboração do polêmico projeto de construção de um “discoporto”, como são chamados os aeroportos para disco voador, erguido no Parque Estadual da Serra Azul, uma protegida reserva ambiental quase ao lado da Serra do Roncador, em Barra do Graças, a 516 km de Cuiabá. A idéia foi considerada pela Comunidade Ufológica Brasileira mais um ponto turístico do que uma ação ufológica. Ele tinha a intenção de popularizar a grande quantidade de relatos relacionados ao tema naquela região.
Varjão foi um dos pioneiros a estimular o turismo ufológico, principalmente no Brasil, na exuberante cidade do interior do Mato Grosso. Segundo o consultor da Revista UFO Ataíde Ferreira, que mantinha contato direto com o ex-prefeito, atualmente Barra do Garças recebe por ano milhares turistas interessados em conhecer o que a região apresenta sobre UFOs. “Varjão foi direta e indiretamente um dos maiores contribuintes para o despertar da curiosidade para o assunto. E foi um pioneiro em elaborar um projeto ufoturístico, trazendo muitos entusiastas para a região”, disse Ferreira, lamentando sua morte. Varjão foi cinco vezes vereador e três vezes prefeito de Barra Garças, atuando também como deputado federal e senador. Ele foi dono de um dos maiores acervos histórico sobre a Expedição Roncador-Xingu e tinha 28 obras de sua autoria publicadas.
Mariana Lopes, da Equipe UFO