Algo diferente nas eleições de outubro pode dar novo ânimo à Ufologia Brasileira
O Brasil se prepara mais uma vez para ir às urnas daqui uns meses, renovando o ritual de trocar seis velhos parlamentares por meia dúzia de novos. Grande maioria da população sabe que tem pouca ou nenhuma chance de fazer alguma diferença com seu voto no desolador e caótico cenário político nacional, inundado por todo tipo de denúncias e atos de corrupção, em todos os Poderes e cantos da República, em uma seqüência de fatos que empalideceram significativamente nos brasileiros sua insistente crença na viabilidade do País. O brasileiro sequer cogita, hoje, a possibilidade, pelo menos, de punição de autoridades, funcionários públicos e parlamentares flagrados em esquemas de roubalheira e apropriação do bem público, fazendo com isso com que a Nação mergulhasse em miséria devastadora. O dinheiro desviado dos cofres públicos para abastecer cuecas e malas de dólares, para aquisição de fazendas e imóveis luxuosos, para entupir contas correntes em paraísos fiscais, é o que falta para que a população tenha uma vida mais digna, com bens básicos de qualidade e abundância. Como sempre, não vemos muitas esperanças de mudança, e talvez o pleito de outubro não tenha mesmo o condão de nos entusiasmar a votar em qualquer coisa que não seja nula.
De qualquer forma, ainda que o processo democrático seja um ritual obscuro e de longuíssima duração, especialmente em países como o nosso – quando se vêem melhorias apenas em casos eventuais e nem sempre duradouros –, desta vez há algo novo à frente.
Novidades à frente — Neste pleito, resta aos brasileiros que se interessam pela pesquisa do Fenômeno UFO fazer alguma diferença pelo menos nesta área. Sim, se quase nada mais podemos realizar com nossos votos – pois cada colegiado que se elege para as casas legislativas brasileiras fazem praticamente o mesmo que condenaram de seus antecessores –, pelo menos nas próximas eleições teremos alguns candidatos a cargos eletivos ligados ao movimento ufológico brasileiro. No Estado do Rio de Janeiro, nosso co-editor Marco Antonio Petit, um dos mais produtivos e diligentes ufólogos do país, concorre a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Partido Popular Socialista (PPS). Sua pré-candidatura já havia sido comunicada aos leitores da Revista UFO em primeira-mão em nossa edição 119, de fevereiro. Ela agora se tornou realidade e dá aos eleitores-ufólogos do Rio – infelizmente, só lá – uma chance de verem algo diferente acontecer desta vez. Da mesma forma, no Estado de Mato Grosso do Sul, a consultora jurídica da Revista UFO e advogada Ritva Cecília Vieira é candidata a uma vaga na Assembléia Legislativa local, também defendendo uma postura favorável à abertura ufológica. Ritva concorre pelo ainda pequeno, mas cada dia mais expressivo Partido da Mobilização Nacional (PMN).
Os integrantes da Comunidade Ufológica Brasileira têm razões de sobra para, pelo menos nesses estados, darem seus votos aos “nossos candidatos”. Com chances reais de se elegerem, tanto Petit quanto Ritva poderão ser instrumentos de gigantesco auxílio para que os ufólogos atinjam sucesso em sua luta: ver a questão ufológica sendo aberta, ampla e responsavelmente discutida. E desta vez em âmbito do Legislativo estadual e federal.
Engajamento necessário — Duas andorinhas não fazem verão, é verdade, mas a consistência do plano de metas de Petit e Ritva podem e irão, certamente, sensibilizar outros parlamentares que são simpáticos à liberdade de informações sobre o Fenômeno UFO. Eles estão por aí, em assembléias estaduais e até câmaras de vereadores de todo o país, assim como em pontos-chaves de diversos organismos da República. Precisam ser encontrados e engajados. “Meu projeto legislativo será inteiramente dedicado a proporcionar à Ufologia o reconhecimento que ela merece pela significativa importância que tem em nossas vidas”, disse em entrevista recente o ufólogo Marco Petit, que nesse ato recebeu apoio formal e decisivo da candidata de seu partido ao Governo do Rio de Janeiro, a deputada e ex-juíza Denise Frossard [Veja entrevista com ela em UFO 120], assim como do então deputado estadual e candidato à reeleição André Corrêa, do mesmo PPS. Concorrendo em sua chapa ao Senado Federal também está Alfredo Sirkis, pelo Partido Verde (PV).
A adesão de Denise Frossard à causa ufológica não é eleitoreira, como alguns chegaram a supor ao ler sua entrevista em UFO 120. “A minha preocupação com esse assunto vai além do normal, pois o considero coisa séria. E vejo que a Ufologia pode ajudar o turismo no Rio de Janeiro, em especial na região da Serra da Beleza”, declarou Denise à Revista UFO, acrescentando que já viu uma nave sobre seu bairro, no Rio. Ela se refere ao fato de que a serra, onde está o distrito de Conservatória, é um dos locais com a mais significativa incidência ufológica no país, e também de incomparável beleza. Foi Petit quem tornou o local conhecido em todo o Brasil e o mundo, com sua persistente investigação de observações de naves alienígenas e contatos diretos com tripulantes na área, ao longo de mais de 20 anos, atraindo assim a atenção de Denise e de Corrêa. E ambos tornaram-se adeptos da Ufologia e da luta de nosso co-editor em transformá-la em coisa séria. “Os UFOs são coisa séria sim, pois eu mesmo tive um contato com um há muitos anos, justamente na Serra da Beleza”, declarou Corrêa.
Ufologia é pura política — Portanto, caro leitor, considerando a forma como Petit envolveu Denise e o deputado no movimento ufológico brasileiro, seu voto pode ir para todos os três, que certamente saberão dar uma resposta consistente às reivindicações dos ufólogos, coisa que muito poucos parlamentares até hoje fizeram. “Sempre entendi que a Ufologia tem muito de política, não essa partidária, vazia e corrupta de nosso dia-a-dia. Mas de política comportamental, estratégica e social mesmo”, declarou Petit ao surpreender a toda Comunidade Ufológica Brasileira com a revelação de que estaria se lançando candidato a deputado federal, em fevereiro. Ele está certo. De fato, Ufologia é pura política, desde os procedimentos de acobertamento do Fenômeno UFO, instalados nos Estados Unidos há quase 60 anos, até o recente processo de aproximação dos ufólogos brasileiros de nossa Aeronáutica, em maio do ano passado, quando a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) foi recebida em Brasília, todas as peças manipuladas nesse jogo de xadrez são políticas. Petit, aliás, foi um dos grandes pilares do processo da ainda incipiente abertura ufológica no país, tendo sido um dos idealizadores da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, que resultou no referido encontro com nossos militares.
Quem conhece nosso co-editor, que está com a UFO desde seu lançamento, em março de 1985, sabe de sua seriedade e seu comprometimento com uma Ufologia verdadeira, avançada e participativa. “O passo fundamental a ser dado, e o darei quando eleito, será forçar jurídica e politicamente que nossas autoridades, em especial as militares, abram sua ‘caixa preta’ e liberem à população aquilo que ela tem direito de saber sobre os UFOs”. Seu projeto é ambicioso, mas realista e – pela primeira vez – atende aos interesses da classe ufológica.
A minha preocupação com esse assunto vai além do normal, pois o considero coisa séria.E vejo que a Ufologia pode ajudar o turismo na região da Serra da Beleza
– Denise Frossard
Financiamento da pesquisa — Petit pretende estabelecer audiências públicas para que sejam ouvidos personagens envolvidos com a Ufologia militar brasileira, como testemunhas-chave de casos como a Operação Prato, a Noite Oficial dos UFOs no Brasil e Varginha – justamente os alicerces da campanha pela liberdade de informações. E garante fazer gestão junto às nossas Forças Armadas para criação de um grupo misto composto por civis e militares, de natureza multidisciplinar, para monitorar,?estudar e esclarecer a população sobre o assunto. Novamente, o co-editor se mantém fiel ao Manifesto da Ufologia Brasileira, espinha dorsal do movimento.
Mas não é só. Petit pretende também apresentar emendas ao Orçamento Federal para financiamento da atividade civil de pesquisas ufológicas, com base no reconhecimento das potencialidades de entidades do gênero e pesquisadores individuais pelo Brasil afora. “Toda e qualquer área de pesquisa científica em nosso país conta com linhas de financiamento a seus membros, da botânica à astronomia, do folclore à piscicultura. Por que não oferecer recursos para que os ufólogos brasileiros possam executar suas atividades?”, defende. Este é outro ponto certamente muito importante do processo ufológico, hoje enfraquecido pela limitação dos pesquisadores, que estão mal aparelhados e sem recursos para ir ao campo e colher informações novas para a Ufologia. No Mato Grosso do Sul, se eleita, nossa consultora jurídica apresentará propostas semelhantes, visando um tratamento sério e principalmente conseqüente da pesquisa ufológica. Enfim, se bem sucedidos – e esperamos que sejam –, nossos primeiros “parlamentares ufólogos” poderão prestar um enorme serviço à Ufologia Brasileira, e quem sabe até abrir alas para que outros legisladores conscientes façam o mesmo. Petit já tem até um slogan: “UFOs – Vote sim nesta eleição”.