Nesta quarta-feira, dia 20 de fevereiro, teremos um eclipse lunar e não será um daqueles parciais, que nos deixam com gostinho de quero mais na boca. Este será um total, bem de “frente” para as Américas. Um eclipse lunar ocorre quando a Lua atravessa a sombra da Terra. Assim o Sol, a Terra e a Lua formam uma reta.
Por causa das diferenças entres as inclinações das órbitas da Terra e da Lua é difícil ter um alinhamento perfeito. Esta é a principal razão para não termos um eclipse lunar toda Lua Cheia, ou um eclipse solar toda Lua Nova. Agora, o alinhamento é quase perfeito e melhor, ele deve ocorrer quando a Lua estiver bem alta para quem estiver nas longitudes das Américas.
Um eclipse lunar total tem duas fases: a penumbral (ou parcial) e a fase de totalidade. Na primeira a Lua passa pela parte mais externa da sombra da Terra, a penumbra. Por vezes é difícil de notar, mas conforme ela vai caminhando pela penumbra, vai perdendo brilho. A fase total começa quando a Lua adentra totalmente parte mais escura da sombra da Terra. Durante a fase da totalidade acontece um fato interessante. Apesar de estar na escuridão da sombra da Terra, a Lua ainda é iluminada pela luz que é espalhada por nossa atmosfera.
Assim, um eclipse total pode ser mais escuro do que outro, dependendo de alguns fatores. O astrônomo André Louis Danjon criou uma escala para classificar o brilho um eclipse que vai de 0 a 4 assim: 0 – eclipse muito escuro. A Lua quase não é visível durante a totalidade. 1 – eclipse muito escuro e a Lua adquire um tom acinzentado, ou quase marrom. 2 – a Lua se torna vermelha. O centro da sombra é muito escuro, mas suas bordassão mais claras. 3 – a Lua adquire uma cor de tijolo e a sombra tem borda brilhante amarelada. 4 – a Lua fica muito brilhante durante a totalidade com uma cor alaranjada. A borda da sombra também é brilhante chegando a um tom azulado. Esse índice é bastante subjetivo, mas dá uma boa noção da “profundidade” do eclipse.
Outra coisa interessante é que ele dá indícios de como a atmosfera está suja. Como a luz que atinge a Lua foi espalhada pela atmosfera da Terra ela carrega informações sobre sua composição. Particulados em suspensão em nossa atmosfera favorecem a absorção da parte azul da luz deixando-a avermelhada. Por isso o Sol é mais vermelho quando está próximo do horizonte, principalmente à tarde. O índice Danjon, que é baseado na cor da Lua durante o eclipse, indica também se nossa atmosfera está mais ou menos carregada de partículas em suspensão. Essas partículas vêm da poluição provocada pelo homem, mas também da poluição natural.
Os vulcões são grandes fontes de partículas que atingem facilmente a alta atmosfera e lá ficam por anos.Mas vamos ao que interessa. Qual o horário do eclipse? A tabela abaixo indica os momentos do eclipse no horário de Brasília (lembre que o horário de verão já acabou). 1) Entrada da Lua na penumbra: 20 de fevereiro – 21h352) Entrada da Lua na umbra: 20 de fevereiro – 22h433) Lua totalmente imersa na umbra (início da totalidade): 21 de fevereiro – 00h014) Meio do eclipse: 21 de fevereiro – 00h265) Início da saída da umbra (fim da totalidade): 21 de fevereiro – 00h516) Saída total da umbra: 21 de fevereiro – 02h097) Saída total da penumbra: 21 de fevereiro – 03h17 O eclipse terá uma duração de 51 minutos, ou seja, a Lua permanecerá quase uma hora na parte mais escura da sombra da Terra. Para observar você só precisa de um local aberto que possa avistar a Lua. Com uma luneta, ou um telescópio mesmo pequeno, é possível ver a sombra da Terra caminhando e cobrindo as crateras e montanhas da superfície lunar.