O apoio mais forte à Ed Walters e às aparições de Gulf Breeze talvez venha de Bruce Maccabee da FUFOR. Além de ser um fotoanalista competente, Maccabee é também um enérgico e experiente investigador de supostas aparições de OVNIs, e dedicou centenas de horas, ao longo de mais de um ano, ao estudo do caso Walters.
Desde o princípio ele considerou a hipótese de dupla exposição, que sabia ser possível até com uma câmera Polaroid. Basicamente, isso é feito fotografando-se um modelo contra um fundo negro e depois expondo-se o mesmo filme a uma cena exterior, de modo que apareça a imagem modelo contra o céu noturno escuro. Contudo, esse método tem problemas e armadilhas que deixaram marcas significantes nas fotos, mesmo que fossem feitas por um bom fotógrafo – e Maccabee não tardou a convencer-se de que Walters não era nenhum perito. “As provas de que Walters não montou uma farsa pareciam quase esmagadoras”, concluiu. “As aparições ocorreram realmente”.
O físico ótico concentrou-se seus exames mais minuciosos sobre o vídeo de 98 segundos, no qual Walters teria filmado um OVNI passando devagar por trás de sua casa, no dia 28 de novembro de 1987. Maccabee submeteu o vídeo a uma rigorosa análise computadorizada do tamanho do objeto, distância em relação à câmera e variações de iluminação, como a velocidade e da sincronia da gravação. Reproduziu – com a ajuda de Walters – diversas hipóteses de fraude: de que um OVNI fosse um modelo pendurado em algum tipo de suporte, que fosse posto em movimento por algum tipo de arranjo com cordões puxados ou que fosse carregado no alto de uma vara. Maccabee avaliou que nenhuma das possibilidades de fraudes explicariam a filmagem. “A forma geral da imagem parece idêntica à forma das imagens nas fotos Polaroid feitas por Ed em novembro e dezembro de 1987”, escreveu no final de um longo relatório. “Minha conclusão é que Ed não produziu o vídeo usando um modelo. Ao contrário, concluo que ele gravou um OVNI verdadeiro”.
Com igual firmeza os desmistificadores se convenceram de que a estória toda não passava de uma elaborada fraude, e lançaram repetidos ataques públicos contra a credibilidade dos Walters. Um dos piores ataques foi uma série de três contestações que surgiram em rápida sucessão em 1990. Em primeiro lugar, foi dito que um modelo de um OVNI foi feito de isopor havia aparecido no sótão de uma casa vendida por Walters em 1989. Depois, um repórter do cabal local de televisão, Mark Curtis, demonstrou no ar como havia feito fotos muito parecidas com as Walters usando modelos de OVNIs em dupla exposição. Também produziu um vídeo de um OVNI em movimento gravando um modelo iluminado carregado no alto de uma vara pintada de preto, à noite. Mais ou menos na mesma época, um rapaz chamado Tommy Smith, amigo do filho adolescente de Walters, veio a público declarar que estivera presente em ocasiões em que Walters se vangloriara alegremente de como estava enganando o mundo com modelos e fotos forjadas. “Ele estava achando tudo muito engraçado”, disse Tommy de um incidente Walters descreveu. “Rolava no chão de tanto rir”. Walters e seus defensores rejeitavam com desprezo todas as acusações. O modelo supostamente encontrado em sua antiga casa, segundo Walters, com certeza não fora posto por ele. Além disso, disse ele, tratava-se de um modelo infantil em cartolina, muito diferente dos OVNIs que ele vira e fotografara. Também foi dito que as fotos do repórter eram bem diferentes das de Walters – e, de qualquer modo, desde o princípio de sua investigação, Bruce Maccabee havia admitido que a dupla exposição era possível; o essencial era que um estudo cuidadoso o convencera de que Ed Walters não forjara as fotos. Quanto a Tommy Smith, parecia tratar-se da palavra dele contra a de Ed.
As acusações continuaram, separando a comunidade ufológica em campos opostos. Walters dizia que os céticos tentavam manchar a reputação dele. Um detrator anônimo, segundo ele, chegou até mesmo a forjar uma foto do edifício da Chrysler em Nova Iorque, acrescentado-lhe uma imagem grosseira, obviamente falsificada, de um OVNI girando em torno do topo do prédio – e mandou-a para um jornal atribuindo-a a Walters. Um ataque mais sério aconteceu no início de 1992, quando um consultor de engenharia e analista de fotografia independente chamado Willian G. Hyzer terminou um estudo que lhe fora encomendado por alguns ufólogos. Hyzer, apresentado como totalmente independente por aqueles que o contrataram criticou algumas fotos de Walters de Walters como suspeitas. Mas em apenas um caso ele fez uma acusação aberta de fraude.
A foto em questão, a “foto 19”, foi tirada no dia 12 de janeiro de 1988, e mostra a imagem de um OVNI pairando sobre uma rodovia em frente da caminhonete de Walters. Um luz forte do “anel de força” na parte de baixo da suposta nave está refletida na estrada abaixo. O capô da caminhonete, visível no primeiro plano da foto, não reflete nada dessa luz. Após realizar testes com outra caminhonete e uma luz posicionada em várias alturas sobre a estrada, Hyzer decidiu que, se a foto de Walters fosse genuína, o capô do carro teria mostrado um reflexo. “A opinião profissional deste autor”, escreveu, “é que há apenas uma explicação lógica para tal anomalia: a foto número 19 é uma falsificação produzida por dupla exposição”.
Embora alguns dos críticos de Walters tenham se servido desse pronunciamento como a prova positiva que estavam procurando. Não houve reflexo no capô do carro, disse ele, porque o veículo “estava um lixo; o capô amassado”. Maccabee apoia essa afirmativa. Segundo o físico, ele próprio havia tratado desse ponto específico em 1988, realizando extensos testes com o caminhão de Walters para determinar se um reflexo aparecia ou não no capô, como mostrado na foto 19. Segundo ele descobriu, como o capô fora deformado por um acidente com uma retro-escavadeira algum tempo atrás, não seria possível ver aquele reflexo a não ser que a luz estivesse a mais de três metros de altura sobre a estrada – consideravelmente mais alta que a imagem vista na foto 19.