Com este autor não foi diferente. Meu sonho de ir à Antártida começou quando eu era menino, em uma noite estrelada de inverno, deitado sobre um monte de café no terreiro da Fazenda Belo Horizonte, em Cristais Paulista (SP). Captei, naquele momento, o sentido das palavras escritas pelo grande aviador e explorador almirante Richard Byrd, sobre a sensação de comunhão com o cosmos que o possuía quando contemplava o firmamento repleto de estrelas da longa noite polar na Antártida. Pelo código Morse, que aprendi aos 13 anos, acompanhava emocionado pelo rádio da fazenda a expedição da Marinha Norte-Americana que Byrd comandara em 1946. E sonhei que um dia eu iria ao Continente Gelado.
Estudei, preparei-me, adquiri competência profissional em meteorologia e, com 30 anos, a Marinha Norte-Americana, por meio de um companheiro de Byrd, o também almirante George Dufek, convidou-me para acompanhar duas missões da Operação Deep Freeze [Gelo Profundo]. Na primeira, entre janeiro e abril de 1961, viajei no quebra-gelo Glacier, que partiu da Nova Zelândia e explorou um setor desconhecido da costa da Antártida. Na segunda, saí novamente da Nova Zelândia, mas de avião, e visitei em novembro de 1961 as três bases mantidas pelos Estados Unidos na Antártida, McMurdo, Byrd e Amundsen-Scott. Mais tarde, entre 1982 e 2000, fiz outras 10 viagens — nove delas a serviço do Programa Antártico Brasileiro e uma no veleiro Rapa Nui, em apoio ao projeto de invernagem antártica de Amyr Klink.
Sonhos de juventude
Essas 12 viagens superaram de longe os meus mais ousados sonhos de juventude. O que jamais imaginara, porém, era que a primeira delas me introduziria nos mistérios cósmicos por trás dos discos voadores. Da mesma forma, jamais sonhara que a primeira expedição brasileira resultaria no conhecimento de um personagem importante para nossa pesquisa da presença alienígena na Terra. Curiosamente, a Estação Antártica Comandante Ferraz, a base brasileira no continente gelado destruída em 2012, seria instalada precisamente onde, 23 anos antes, eu avistara o meu primeiro UFO. Chego mesmo a pensar que os eventos ufológicos não acontecem por acaso. Como disse um dos seres extraterrestres que contataram o jovem Eromar Gomes, caso sobre o qual falaremos mais adiante, “não existem fatos chamados coincidência sobre a crosta terrestre”.
Em outros artigos publicados pela Revista UFO já fiz a detalhada descrição sobre o avistamento que ocorreu em março de 1961 [Veja edição UFO 177, agora disponível na íntegra em www.ufo.com.br], de forma que aqui farei apenas um breve resumo do que presenciei. Tratava-se de um objeto oval multicolorido e luminoso, de tamanho em torno de 6 m, com longa cauda cilíndrica e curtos raios, ou barras de luz, em forma de V na frente. O artefato estava a cerca de 200 m, em voo horizontal e lento a aproximadamente 80 km/h, em total silêncio. Em dado momento, dividiu-se em duas partes simétricas e desapareceu.
Pouca gente estava no convés do navio no momento e houve apenas mais cinco testemunhas, das 280 pessoas a bordo. Alguns marinheiros achavam que podia ser uma ogiva de foguete reentrando na atmosfera, outros que seria um foguete de sinalização e um deles que seria um meteorito — não concordei com nenhuma das explicações e estranhei a falta de percepção daqueles homens em relação aos detalhes. Como poderia ser um meteorito explodindo, se no desdobramento ambos os pedaços eram iguais e ovais e tinham os raios laterais? Apesar do aumento súbito de luminosidade, não houve projeção de matéria, como aconteceria em uma explosão.
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