
É inegável a segurança com que algumas pessoas afirmam conhecer a origem e a natureza dos UFOs, talvez o maior enigma de nossa história. Certamente, para a grande maioria dessas pessoas, os UFOs são aeronaves tripuladas por assépticos cientistas extraterrestres que visitam nosso planeta com o fim de coletar amostras de nossa vegetação, animais etc. Ou, simplesmente, talvez queiram observar-nos a uma distância prudente. A leitura da casuística ufológica, coletada principalmente durante os anos 60 e 70, poderia fazer-nos especular sobre tais possibilidades, e assim tudo se reduziria a três ou quatro tipos de pequenos seres humanóides que se dedicariam a catar pedrinhas ou vegetais em nossos solos, para depositar em recipientes e logo voltar aos seus discos voadores. No entanto, a investigação de campo, a pesquisa da testemunha posteriormente a sua experiência ou uma simples análise em profundidade sobre as distintas facetas da Ufologia nos permite intuir que a resposta ao mistério não é tão simples.
O enigma ufológico é muito mais complexo, profundo e transcendental do que tudo isso. Talvez a prova mais evidente disso seja a notável fenomenologia parapsíquica que acompanha numerosos casos de contatos com UFOs e ETs. Em muitas ocasiões, após um contato imediato com naves extraterrestres, as testemunhas começam a passar por toda sorte de experiências paranormais, desde sonhos premonitórios até desdobramentos e, inclusive, dons mágicos de curar outras pessoas. Esse é o caso de Marta Prata (nome fictício), por exemplo, enfermeira e professora espanhola que, em 1979, protagonizou um episódio ufológico raríssimo. Um objeto não identificado aproximou-se de sua casa e projetou uma espécie de feixe de luz em sua direção. Marta conta que sentiu-se como se houvesse uma explosão em seu cérebro. A partir desse momento, começou a desenvolver instintivamente a faculdade da precognição [Editor: capacidade de ver acontecimentos no futuro] e o poder de aliviar as dores de seus pacientes através da simples imposição de suas mãos.
E esse não é um caso isolado. Marta nos disse que “é como se um computador ativasse algo em meu cérebro”. Na Ufologia, vemos isso como se o UFO fosse uma espécie de potencializador ou, ao menos, um detonador de todo um processo psíquico. No caso de Marta não houve um contato direto, nem sequer excessivamente próximo. Mas não é assim que acontece em outras ocasiões. Próspera Munhoz, talvez a abduzida mais conhecida da casuística espanhola, é uma encantadora dona de casa nascida em Murcia e que teve uma experiência semelhante. Quando tinha apenas oito anos, foi conduzida ao interior de uma nave discoidal imensa, onde seu cérebro foi manipulado.
URI GELLER E OS UFOs – Segundo Próspera nos relatou, sofreu o implante de uma espécie de um micro-aparelho em seu crânio. Depois disso, os tripulantes sugeriram a ela a possibilidade de desenvolver algumas de suas capacidades psíquicas. A partir de então, as premonições e a capacidade de “ver o invisível”, como ela mesmo rotula, fazem parte de sua vida cotidiana. E os casos desse gênero são milhares em todo o mundo. Mas qual é a relação existente entre os UFOs e a Parapsicologia?
Não só nos deparamos com pessoas que após uma experiência ufológica desenvolvem seu potencial psi, como também alguns dos mais notáveis paranormais da história da Parapsicologia mundial descobriram tal potencial após sua vinculação direta ou indireta com o Fenômeno UFO. Este é o caso de Uri Geller, o famoso paranormal israelita capaz de dobrar metais com a mente, entre outros fenômenos extraordinários. Os parapsicólogos tinham seu caso mais ou menos esclarecido: tratava-se de um jovem com um potencial parapsíquico mais desenvolvido do que a média. No entanto, quando o investigador britânico Andrija Puharich submeteu Geller a uma série de hipnoses regressivas até sua infância, com o fim de localizar o momento exato em que Uri começou a manifestar suas faculdades paranormais, deparou-se com algo assombroso.
De acordo com a hipnose, quando Geller tinha apenas três anos, ainda no jardim de sua casa em Tel Aviv, foi introduzido no interior de um UFO, onde extraterrestres o teriam submetido a determinadas manipulações cerebrais. No dia seguinte a isso, Geller já possuía suas capacidades psíquicas e, a partir de então, ele e o próprio Puharich protagonizaram repetidos contatos com UFOs, com seres de algum lugar chamado Spectra. E chegaram até a fotografar e filmar suas supostas naves. Na Europa toda há casos assim e pudemos investigar uma história similar na Espanha. Há 4 anos, uma adolescente da localidade de Cáceres, Mônica Nilto Tejada, vem assombrando os estudiosos com seus excessivos dotes psicocinéticos e extrasensoriais. Vários pesquisadores (inclusive este autor) tiveram oportunidade de constatar tais fenômenos. Durante o desenrolar da investigação conduzida com a médium-contactada, e de forma absolutamente casual, nos deparamos com um incidente ufológico vivenciado pela mãe da jovem, Sra. Tereza Tejada.
Durante sua gravidez, segundo ela, estava na cama dormindo quando acordou sem saber muito bem porque, levantou-se e saiu ao terraço da casa. Viu em frente, sobre as casas da vizinhança, um grande objeto luminoso. Teresa não lembra exatamente como voltou para a cama, nem quanto tempo transcorreu entre o início e o fim do avistamento. Foi somente meses depois de serem iniciadas as investigações das faculdades paranormais de Mônica por diversos parapsicólogos espanhóis e estrangeiros que se passou a relacionar seu contato com o UFO com os poderes psíquicos de sua filha, já que nenhum de seus irmãos possuía faculdades semelhantes. Esta relação ficou bem mais clara quando Mônica, enquanto exercia a hialoscopia [Editor: clarividência manifestada através da leitura de bolas de cristal, espelhos etc] e, de forma totalmente casual, estabeleceu contatos com algumas entidades que se manifestavam através do copo de água que usava nas experiências. Esse tipo de casuística supõe uma relação nítida entre a Ufologia e a Parapsicologia.
MISTERIOSAS BOLAS DE FOGO – Por outro lado, existe uma série de fenômenos que vem produzindo-se ao longo da história e que, dependendo do contexto em que se manifestam, recebem uma ou outra interpretação. Talvez o exemplo mais gráfico seja o das bolas de fogo. Sempre houve relatos sobre pequenas esferas luminosas avistadas em todos os cantos do planeta, desde as línguas de fogo do Novo Testamento as caneplas dos modernos contata-dos. Estas esferas luminosas manifestam-se nos mais diversos contextos. Durante o século 19 e princípios do século 20, no decorrer de sessões espíritas realizadas em todo o mundo, com relativa freqüência materializavam-se pequenas esferas resplandecentes que atravessavam as paredes e realizavam estranhas evoluções ao redor dos médiuns. Em algumas ocasiões, como aconteceu em várias sess&otil
de;es presenciadas pelo coronel Patersson, por exemplo, essas esferas puderam ser fotografadas, o que nos permite constatação atual de sua realidade.
Naquele contexto, essas bolas de fogo eram consideradas manifestações dos espíritos, quando não eram tidas como a própria alma de algum desencarnado… Tempos depois, em numerosos pontos de aparições marianas [Editor: observação de seres alienígenas com aspecto religioso, especialmente interpretados como sendo a Virgem Maria] produziram-se fenômenos idênticos, mas neste contexto tais esferas não podiam ser mais que “prodígios celestiais” realizados pela Virgem Santíssima, como a Igreja insiste em apregoar e fixar na mente dos fiéis. Mas com o surgimento da Metapsíquica, que daria lugar à atual Parapsicologia, os cientistas apresentaram outra hipótese, a de que essas esferas luminosas seriam criações ectoplásmicas, ideoplastias originadas pela materialização psi do médium ou vidente.
Mais adiante no tempo, durante a 2ª Guerra Mundial, pilotos aliados e alemães viram-se assediados por essas mesmas esferas luminosas. Tais bolas de fogo atravessavam a fuselagem dos caças, penetrando inclusive na cabine dos aviões, nunca danificando-as. Os pilotos aliados supunham que esses tais foo-fighters (lutadores fantasmas), como foram batizados, eram uma espécie de arma secreta alemã. Somente quando os exércitos aliados tomaram Berlim e tiveram acesso aos arquivos de seus adversários, averiguaram que estes, por sua vez, supunham que as esferas eram armas secretas do lado contrário… A partir dos anos 40, com a chegada do Fenômeno UFO, passou-se a atribuir origens interplanetárias para as tais bolas de fogo. E já nos anos 50 e 60, após o surgimento dos contactados modernos, a natureza das esferas luminosas foi melhor entendida e as mesmas foram denominadas de caneplas, sincronizadores magnéticos e outros termos. Por caneplas entende-se uma espécie de câmera teledirigida por naves-mãe que, obedecendo a controles remotamente exercidos, se ocuparia de vigiar e monitorar o ambiente terrestre, funcionando como verdadeiros “batedores” dos discos voadores. Algo semelhante ao mostrado no filme Contatos Imediatos de 3º Grau.
A TESTEMUNHA É A CHAVE – Definitivamente, nos achamos ante a um fenômeno antiqüíssimo e provavelmente com estrutura própria, que veio manifestando-se em diferentes momentos e lugares da história e foi interpretado sempre subjetivamente, em função do contexto em que se achavam os observadores. Em todas essas manifestações, um único fator é constante: a testemunha. Em função de sua mentalidade e características culturais ou sociais, assim como suas crenças religiosas, o fenômeno apresenta vários aspectos e interpretações. Da mesma forma, quando a testemunha é quem pretende contactar o fenômeno, essa utiliza diferentes sistemas e novamente será seu contexto, formação ou crenças que condicionarão tal experiência. Vamos analisar esse fato. Parece muito revelador observar a metodologia que se utiliza atualmente para a tentativa de comunicação com outras entidades, supostamente alienígenas. Ao fazê-lo, percebemos rapidamente que os canais utilizados pelos contactados são os mesmos empregados na pretendida comunicação de médiuns com espíritos ou elementais.
Desde a história das irmãs Fox, nas origens do espiritismo americano, até nossos dias, os métodos de comunicação com outras inteligências mostram uma clara evolução, quase sempre emparelhada com os avanços tecnológicos. Das mensagens psicografadas que recebiam os médiuns através da escrita automática, não demoraram a surgir as gravações psicofônicas lá pelos anos 50. Depois chegou a televisão e com ela as psicoimagens ou vidicom, até os atuais computadores, instrumentos de novos elementos de contato. No aspecto ufológico, a evolução foi exatamente a mesma. As introduções psicofônicas, que durante tantos anos foram consideradas “vozes do além”, agora são interpretadas por muitos contactados como mensagens de extraterrestres. A psicografia ou escrita automática é o sistema mais comum, e inclusive as telas de televisão transformam-se em receptoras de estranhas imagens e mensagens autodefinidas, consideradas pelos contactados como de origem extraterrestre. Apesar de tudo isso, sem dúvida o sistema mais moderno de contato são os computadores pessoais.
Em função da mentalidade e características culturais ou sociais das testemunhas de contatos com extraterrestres – assim como suas crenças religiosas – o fenômeno ufológico se apresentará com vários aspectos e interpretações
Em Sevilha, Espanha, por exemplo, estão sendo levados a cabo há muitos anos uma série de experiências coordenadas por Guilhermo León, um jovem apaixonado por Astronomia e Informática que vem realizando emissões de rádio ao espaço, solicitando avistamentos ufológicos com hora marcada aos extraterrestres. Fantasticamente, León vem recebendo, através da impressora de seu computador, mensagens insólitas ainda não decifradas totalmente. Na outra ponta do país, em Barcelona, contatos semelhantes através do computador são interpretados por seus receptores como manifestações do mundo fádico (das fadas). Novamente, é a testemunha – e neste caso seu anseio de comunicação com uma “realidade superior” – o único fator comum em toda essa fenomenologia.
CONTATOS COM EXTRATERRESTRES – Precisamente, essa busca de um contato com algum tipo de entidade superior é campo fértil para a mais espetacular manifestação de fenômenos psico-ufológicos. Vamos dar um exemplo. Rosa Castellar era uma secretária executiva bem sucedida até que, num dia em 1984, começou a viver uma série de contatos com UFOs. Paralelamente, uma intensa fenomenologia característica dos chamados poltergeists desaba sobre sua casa. Ela desenvolve capacidades psíquicas e, inclusive, protagoniza episódios de bilocação. Mas acima de tudo, sofre um processo de desenvolvimento de consciência sem precedentes, que a leva a interessar-se por questões sociais, ecológicas etc. Daí, como passo seguinte, entrega-se definitiva, inteira e desinteressadamente à divulgação da mensagem extraterrestre pelo país.
Esse despertar de consciência é, a meu ver, um dos aspectos mais transcendentais do contato ufológico. E não é preciso um contato com os tripulantes, nem sequer uma mensagem telepática, para que aconteça. Somente o avistamento de um fenômeno estranho, que rompe os esquemas mentais da testemunha, que rompe seu código lógico intelectual, pode levar a um transplante de suas estruturas científica, filosófica e religiosa, potencializando seu nível ético e moral ou despertando sua inquietude por questões religiosas.
Esse choque emocional que o Fenômeno UFO produ
z abre uma torneira na mente do indivíduo mais receptivo, e suas reações podem ser as mais diversas. O senhor Juan Minguela, popular cabeleireiro de Vigo, também na Espanha, chegou a construir um monumento aos UFOs após presenciar uma aterrissagem de uma nave. Já Licério Moreno deixou seu trabalho como oficial do cartório de Bilbao para retirar-se em um pequeno povoado navarro e entregar-se à difusão gratuita das mensagens dos contactados.
Todos eles sofreram experiências ufológicas, algumas psíquicas e, posteriormente, tentaram uma interpretação espiritual ou quase religiosa de seus contatos. Os casos são inúmeros, espalhados pelo mundo todo [Editor: no Brasil temos vários casos, sendo o mais notório deles o do nosso colaborador de Morro do Chapéu (BA), Alonso Valdi Régis, que chegou a construir um UFO de concreto em sua fazenda]. E isso não deve nos surpreender, já que, dependendo do tipo de contato imediato, a testemunha se vê afastada de seu código lógico pela própria experiência. Se essa experiência não se limitar a um único contato casual, mas sim a algo que se repete em várias outras ocasiões, a mistificação e deificação se produzirá indefectivelmente.
Um dos casos mais representativos desse gênero de contato com ETs é o de Giorgio Bongiovanni. Este rapaz é discípulo próximo do famoso contactado italiano Eugenio Siragusa e participou durante anos de suas experiências ufológicas e do recebimento das mensagens extraterrestres difundidas por ele [Editor: veja narrativa completa na obra Seres extraterrestres: Deuses de uma nova religião, de Javier Sierra e editado pela Coleção Biblioteca UFO (CB-05)]. No entanto, Siragusa e o Centro de Estudos da Fraternidade Cósmica, que ele fundou, sempre deram um protagonismo especial à figura da Virgem Maria e de Jesus Cristo em suas mensagens, criando uma espécie de fusão entre o mundo místico cristão e o do contactismo extraterrestre. Em 1989, numa viagem a Portugal, com a pretensão de entrevistar-se com Lúcia dos Santos, uma das vidente das aparições de Fátima, Giorgio, que pensa ser a reencarnação de Francisco (outro vidente de Fátima), sofreu uma espécie de transe, após o qual suas mãos apareceram perfuradas por espetaculares estigmas que não pararam de sangrar até os dias de hoje.
Reencarnação, extraterrestres, estigmas, transes místicos… À medida em que nos aprofundamos no abstracismo do Fenômeno UFO, observamos infinitas ramificações que transformam a Ufologia em todo um desafio à nossa lógica. Estas ramificações psico-ufológicas são mais patentes em alguns casos modernos de pseudo-abducção, também conhecidos como casos de “visitantes de dormitório”. Nessas ocorrências, pequenos seres de grandes cabeças e olhos negros materializam-se nos próprios dormitórios das testemunhas, submetendo-as a todo tipo de manipulações, inclusive sexuais. O mais famoso protagonista de um caso desse gênero é o autor norte-americano Whitley Strieber, que narrou suas experiências no livro Comunhão. São impressionantes as semelhanças dessas descrições com as que os videntes da idade média nos deram sobre os gnomos e duendes que atacavam pessoas em castelos e estalagens. Particularmente, remetem-nos à uma reavaliação das histórias dos “visitantes de alcova”, os íncubos e súcubos que abundavam nos processos inquisitoriais dos séculos 17 ou 18. Como vemos, há muito, mas muito mais por trás da corriqueira Ufologia.
UFOs DIABÓLICOS – Ainda que exista toda uma grande corrente de estudiosos que estabelecem paralelismos entre os anjos de ontem, extraterrestres de hoje, também há os que vêem no Fenômeno UFO a nova manifestação do que há de mais maligno. Para esta opção também existe uma ampla casuística, não só esse aparente paralelismo entre os visitantes de alcova e os íncubos. Entre o místico inferno e a hipótese extraterrestre dos UFOs, há casos concretos de agressões, raptos e, definitivamente, um comportamento bem pouco angelical dos tripulantes dos UFOs para com as testemunhas. Vejamos um exemplo. Fernando Martinez, um eletricista de 21 anos, sentia-se fascinado e interessado pelo tema dos discos voadores, como quase todo mundo. No entanto, no final de outubro de 1986, viveu uma experiência que o fez mudar radicalmente de opinião. Dirigia sua moto por uma pedreira abandonada após uma corrida de motocross, quando interrompeu a viagem ao ver um UFO de aspecto triangular que vinha para cima de onde estava.
De nada lhe serviram suas intenções de fuga, pois dois seres de pequena estatura e cabeças grandes o conduziram forçadamente ao interior da nave onde, segundo seu relato, foi submetido a diferentes experiências. O resultado de sua traumática experiência foi o surgimento de um medo gigantesco do Fenômeno UFO, do qual atualmente não quer ouvir nem falar. Este caso foi usado por setores de determinadas igrejas protestantes como um exemplo da crueldade satânica que, para os evangelistas, testemunhas de Jeová e outros fundamentalistas, os UFOs representam. E talvez não deixem de ter razão, pelo que podemos deduzir ao observar o dramático desenlace de alguns tristes casos de contato, que por desgraça não são poucos. O mais ilustrativo desses casos, ocorrido na Espanha, produziu-se em Barcelona, em 19 de julho de 1972. Nesse dia, Joan Turú Vallés, de 21 anos, e José Félix Rodrigues Montero, 26, punham fim a suas vidas, decapitados pelas rodas de um trem. Sobre seus peitos encontrou-se uma nota que dizia “os extraterrestres nos chamam”.
De forma tão dramática terminava uma história de contato no desenrolar da qual tinha-se produzido todo tipo de fenômenos psíquicos, comunicações psicográficas, sessões ouíja, avistamentos de UFOs etc. A notícia encheu as páginas dos jornais e também das revistas de igrejas evangélicas, que apresentavam o caso como o melhor explicação para a natureza diabólica dos UFOs. Demônios, anjos, Parapsicologia, reencarnação, telepatia, aparições, poltergeists, psicoformas, extraterrestres, fantasmas etc… Onde fica a asséptica e estética hipótese dos cientistas extraterrestres? Evidentemente o fenômeno é muitíssimo mais complexo do que podemos sequer supor. Apesar disso, a maioria dos ufólogos prefere ignorar este
aspecto paranormal dos UFOs, temendo – e com razão – que tal quantidade de absurdos, abstrações e contrasensos possa tirar a categoria científica de seus estudos.
A maioria dos ufólogos prefere ignorar os aspectos transcendentais dos UFOs, tais como a mediunidade e a paranormalidade desenvolvida por testemunhas oculares, temendo (com razão) que isso tire o mérito científico de seus estudos
Somente uns poucos ousados, como John Keel, Jacques Vallée ou Hans Holzer, atreveram-se a delinear esta outra face dos UFOs que, por ser ainda pouco conhecida, não deixa de ser menos real. Na Espanha foram investigadores como Salvador Freixedo ou José Maria Cassas Huget os quais, de óticas absolutamente diferentes, delinearam os paralelismos entre os UFOs e o paranormal.
A esse respeito, o Dr. Cassas Huget sugere estimulantes possibilidades ao mostrar uma relação direta entre a mentalidade da testemunha e sua experiência. “É como se a testemunha canalizasse ou influísse de alguma forma na aparência do que vê e sente”, definiu. Aliás, não faz muito tempo, Whitley Strieber definia sua experiência de abducção como “…algo que acontece em algum lugar entre o sonho e a realidade, de uma forma que ainda não somos ainda capazes de entender claramente”. Esta frase lembra instintivamente outro conceito de Cassas Huget, muito anterior as obras de Strieber: “alguns contatos com UFOs são como sonhos materializados”. Com toda razão.
Boa parte dos ufólogos modernos está absolutamente convencida de que essa é uma das chaves fundamentais que nos levará à compreensão final do Fenômeno UFO. Que espécie de energias elementais são canalizadas pelas testemunhas nas sessões espíritas, nos contatos ufológicos, nas aparições ou nos fenômenos psíquicos? Com certeza, todos esses fenômenos têm uma origem comum, ainda que o desenrolar posterior difira em função do contexto social em que se manifestem. Por tudo que ficou exposto, no caos que reina atualmente no panorama ufológico internacional, é imprescindível uma pausa para reflexão minuciosa sobre a intrínseca transcendência do Fenômeno UFO, que talvez esteja mais ligado ao nosso inconsciente ou espírito individual e coletivo do que às estrelas propriamente.