Cientistas, utilizando os telescópios do Observatório Europeu Meridional (ESO), baseado no Chile, não encontraram nenhum planeta do tamanho da Terra, que parecesse habitável, ou mesmo, incomum. Mas o anúncio eleva o número de planetas já descobertos fora do Sistema Solar a mais de 400. Astrônomos descobriram 32 novos planetas fora do Sistema Solar, o que vem se somar à evidência em favor da idéia de que o universo está repleto de possível palcos para vida. Seis dos recém-descobertos são algumas vezes maiores que a Terra, elevando o total das chamadas “Superterras” em mais de 30%. A maioria dos planetas descobertos até agora é muito maior, do tamanho de Júpiter ou mais. Dois dos recém-descobertos são pequenos, com até cinco vezes o tamanho da Terra, e um deles tem cinco vezes o tamanho de Júpiter.
O astrônomo Stephane Udry, da Universidade de Genebra, disse que os resultados dão apoio à teoria de que a formação de planetas é um fenômeno comum, especialmente ao redor de um certo tipo de estrela. “Estou bem confiante de que há planetas semelhantes à Terra em toda parte”, disse Udry, em uma entrevista coletiva conduzida via internet, a partir de Portugal. “A natureza não gosta do vácuo. Se há espaço para pôr um planeta lá, haverá um planeta lá”. O que os astrônomos dizem que é especialmente interessante é a alta proporção – cerca de metade – de um tipo de sistema estelar com estrelas relativamente leves que contam com planetas ao redor.
Isso é mais do que a teoria atual sobre a formação de planetas esperaria. Dois dos planetas encontrados junto a essas estrelas têm tamanhos próximos ao da Terra, disse o astrônomo Xavier Bonfils, do Observatório Grenoble, na França. As descobertas foram feitas pelo Buscador de Planetas de Velocidade Radial de Alta Precisão, que procura por instabilidades sutis no movimento de uma estrela, que podem ser causadas pela atração gravitacional de um planeta próximo. Nenhum dos novos planetas foi fotografado.